terça-feira, 21 de abril de 2020

“OPERÁRIOS DA SAÚDE”: OS ENFERMEIROS NA LINHA DE FRENTE DO COMBATE AO CORONAVÍRUS E OS PRIMEIROS A SEREM ATACADOS PELOS PATRÕES E GOVERNOS BURGUESES!


Em várias cidades brasileiras como Belém, São Luiz, Belo Horizonte, Palmas, Macapá e Rio de Janeiro, enfermeiros e outros profissionais da saúde fizeram paralisações do trabalho e protestos contra a falta generalizada de equipamentos de proteção individual (EPI) que está deixando muitos deles doentes e levando alguns à morte por COVID-19. O aumento do numero de casos tem levando ao colapso do sistema de saúde brasileiro e expondo as condições precárias de atendimento e de trabalho que os trabalhadores da saúde denunciam desde o primeiro momento da crise do Coronavírus no país. Protestos, incluindo paralisações do trabalho, estão se intensificando nos hospitais e outras unidades de saúde. Os profissionais da saúde são a linha de frente no combate à COVID-19 e são também os mais expostos, atacados pelos patrões e os governos burgueses, além de serem pessimamente remunerados. O Brasil tem cerca de 2,2 milhões de profissionais de enfermagem, entre técnicos, auxiliares, enfermeiros, segundo dados do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem). A grande maioria é de mulheres. A escassez de material é generalizada: profissionais da Europa e dos Estados Unidos também sofreram e sofrem com a falta de material de proteção. O número de profissionais da saúde infectados na Espanha chega a cerca de 4.000 com coronavírus. Na Itália, são quase 5.000 profissionais da saúde infectados pelo novo coronavírus, além disso, morreram 23 médicos desde o início da pandemia, o que revela ser uma doença do modo de produção capitalista. Para quem atende os infectados suas armaduras são os jalecos, as máscaras e as luvas. As maiores reclamações dos profissionais de saúde são a falta de máscaras, aventais (ou capotes), óculos de proteção e álcool gel. Também a qualidade dos produtos, pois os aventais são de um material tão fino que não é impermeável, o que caba sendo um perigo para quem precisa estar protegido. Para muitos profissionais dessa área, é como um cenário de guerra, em que toda a sociedade é, inevitavelmente, afetada – se não pelo vírus, pelas medidas tomadas para prevenir sua disseminação em larga escala. O sistema único de saúde – SUS somado aos hospitais privados não tem condições físicas e de recursos humanos para atender todas as pessoas infectadas. Não é por trabalharem em unidades de saúde que médicos, enfermeiros, seguranças, auxiliares de limpeza, maqueiros, atendentes, entre outras funções, temem menos o coronavírus. Pelo contrário, ninguém está imune à doença. Muitos profissionais relatam que o medo não é exatamente de ser infectado, mas de que a sua contaminação represente risco a muitas pessoas que estão no seu convívio ou ao seu redor, seja em casa, nas relações de amizade, nos hospitais ou postos, principalmente quando os hospitais privados ou governos burgueses não garantem a proteção necessária para esses trabalhadores. A realidade no Brasil é que já existe um déficit de profissionais na área da saúde em todas as instituições públicas que funcionam para esse fim. Se essas pessoas também forem infectadas, vão ser afastadas, o que vai agravar ainda mais o atendimento à população. Mas quem cuidará dos doentes? Os capitalistas ou esses trabalhadores da saúde? O que está demonstrado é que a cada dia com avanço do coronavírus, a humanidade vive um xeque-mate, dado pelo próprio sistema capitalista. Em outras palavras o capitalismo não tem mais condições de se manter, o que precisamos neste momento é salvar vidas em detrimento dos fabulosos lucros que ainda existem acima das vidas humanas.


 Segundo o Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro denunciou esta semana a falta de um “protocolo de orientação, capaz de disciplinar a utilização e o descarte dos equipamentos”, com exceção feita a um hospital da rede federal, que já possui as normas. A entidade também afirma que faltam máscaras cirúrgicas e N95, álcool em gel e até mesmo sabão e papel. “Enfermeiros e trabalhadores da saúde estão com déficit de equipamento de proteção individual (EPI). Precisamos de um protocolo do poder público sobre o que vai ser feito nas unidades básicas e nas redes de emergência”, diz Líbia Bellusci, vice-presidente do sindicato. Entre as enfermeiras, as condições de trabalho (como falta de equipamentos adequados) representam 46,8% dos motivos que causam a precarização do trabalho da categoria. Para técnicos e auxiliares de enfermagem, o ritmo e pressão da atividade responde por 51,2%, segundo a pesquisa “Precarização do trabalho de enfermeiras, técnicas e auxiliares de Enfermagem nos hospitais públicos”, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).  É um descaso gigantesco do desgoverno Bolsonaro, dos governadores e dos patrões não oferecerem condições básicas de trabalho para que os profissionais possam se proteger e cuidar da população, portando é necessário unificar as lutas em curso pela estatização da rede hospitalar e de laboratórios sob o controle dos trabalhadores da saúde.