Vários senadores norte-americanos do Partido Republicano
exigem do presidente Trump uma severa punição financeira contra a China, por
conta da suposta responsabilidade sobre a pandemia do coronavírus em território
ianque. A ala Republicana do “Tea Party” sugeriu a Casa Branca que o Tesouro
norte-americano não pagasse à China as obrigações da dívida norte-americana
compradas no mercado de títulos públicos pelo governo de Pequim. Os senadores
da extrema direita exigiram desde Washington uma indenização pela pandemia de
cerca de US$ 1,2 trilhão (R$ 6,38 trilhões), exatamente o mesmo valor dos
títulos norte-americanos sob a posse da China, mas depositados no caixa do FED,
uma espécie de “cofre” do planeta amparado no padrão monetário internacional do
Dólar. A ideia dos neofascistas ianques é bem clara, um golpe financeiro contra
a China para tentar ganhar muito dinheiro com pandemia do coronavírus, cobrindo
desta forma parte dos “regates” bilionários que o Tesouro norte-americano está
fazendo de grandes empresas e monopólios financeiros dos EUA. Porém uma ação
fraudulenta deste porte também significaria um colapso completo da confiança
mundial dos investimentos em títulos norte-americanos, produzindo uma ruptura
do padrão Dólar, estabelecido após a Segunda Guerra Mundial. Neste caso seria
difícil para o dólar continuar a ser a moeda de reserva de todos os países do
mundo. Se o governo Trump adotar esta medida de ruptura, provavelmente após um
possível segundo mandato caso saia vitorioso nas eleições, representaria uma
radical mudança no sistema financeiro internacional, forçando a China e países
aliados a criarem uma nova moeda como padrão mundial, baseada em um mix virtual
de papéis, tendo como base o yuan remimbi. Obviamente que o governo do Partido
Comunista Chinês não busca esta ruptura, e tem se mostrado totalmente defensivo
diante da crescente onda de acusações dos EUA e seus parceiros, como França,
Austrália, Inglaterra, etc... Entretanto embora Trump tenha se mostrado mais um
bufão reacionário do que efetivamente um “guerreiro imperialista”, como Kenedy
ou Nixon, a dinâmica da crise capitalista poderá empurrar a Casa Branca para
uma alternativa de guerra híbrida aberta (excluindo a via militar por razões
óbvias) contra a China, promovendo o que seria o maior calote da história da
humanidade.