segunda-feira, 20 de abril de 2020

CUT, FORÇA E CONLUTAS ACEITAM A REDUÇÃO DE SALÁRIOS NAS MONTADORAS E O FAMIGERADO “LAY-OFF”: CONTRA A TRAIÇÃO DA BUROCRACIA SINDICAL... DEFENDEMOS A ESTABILIDADE NO EMGREGO, PAGAMENTO INTEGRAL E A ESTATIZAÇÃO DAS FÁBRICAS SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES!


Trabalhadores das quatro fábricas da Volkswagen do Brasil decidem nesta segunda-feira, 20, proposta da empresa de corte de 30% na jornada de trabalho e nos salários, além de um novo programa de lay-off (suspensão de contratos). A votação será online durante todo o dia. O grupo emprega cerca de 18 mil trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado a CUT e controlado pela burocracia lulista, a empresa retomou a produção no dia 18 com apenas um turno de trabalho. Na fábrica de São Bernardo do Campo, o grupo de 1,2 mil trabalhadores que está em lay-off desde janeiro retorna, e outro grupo, em número a ser definido, passa a participar do programa, que tem parte dos salários bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Em vídeo enviado aos trabalhadores na tarde de sábado, cinicamente os dirigentes do sindicato informaram que, apesar da redução prevista na MP 936 – em que o governo participa liberando pare do dinheiro do seguro desemprego -, o salário líquido (descontado INSS e IR) será integral pois a Volkswagen vai arcar com eventuais diferenças. “O importante é que há garantia de 100% do salário líquido”, disse Wagner Santana, presidente do sindicato. Em resumo, a corrupta burocracia petista defende a proposta da WV! Vale registrar que na sexta-feira, 17, a FCA Fiat Chrysler fechou acordo de redução de 5% a 20% de jornada e salários dos funcionários da área produtiva das duas fábricas de automóveis do grupo em Betim (MG) e Goiana (PE), e para a unidade de motores em Campo Largo (PR). O pessoal administrativo seguirá em trabalho remoto (home office). Ao todo, o grupo emprega cerca de 26 mil funcionários no País. General Motors e Toyota também já fecharam acordos similares, mas com retorno às atividades previsto para junho. No caso da GM, a proposta patronal aprovada no dia 9 de abril teve apoio velado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos campos, filiado a Conlutas e controlado pelo PSTU e a Resistência (PSOL) que se limitou a declarar testemunhalmente que "respeita a decisão dos trabalhadores" sem ter chamado nenhuma medidade de luta direta! 


Na semana passada, dia 17, a direção Morenista também acertou com o grupo Caoa Chery a adoção de home office com redução de jornada e salário dos 200 funcionários da área administrativa. Os operários da produção estão em lay-off sem data de retorno. Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, o vice-presidente do sindicato, Renato Almeida, informou os trabalhadores que o sindicato realizou uma contraproposta de um layoff “nos modelos que nós temos anteriormente pactuados com a companhia”. Ele admitiu que nesse acordo, “que já celebramos com a GM e que estamos celebrando com outras empresas da região, o trabalhador já tem algum tipo de perda. E nós estamos fazendo essa concessão para passar este momento.” O novo rebaixamento das condições dos trabalhadores, que é o resultado inevitável dessa negociação, será justificado pelo sindicato por seu isolamento, isto é, apesar de terem tentado uma proposta “melhor”, foram forçados a aceitar as concessões após os demais sindicatos terem aprovado a proposta. De fato, é impossível que os trabalhadores da GM em São José dos Campos obtenham conquistas isolados de seus colegas nas demais fábricas. Mas esse isolamento não é uma “ordem natural” das coisas, mas o produto da própria estrutura dos sindicatos, que divide os trabalhadores e estimula a competição entre eles. Mesmo em um momento em que as assembleias e votações estão sendo realizadas online, nenhum sindicato – incluindo o de São José dos Campos – irá propor que elas ocorram de forma unificada. Centenas de operários de São José dos Campos comentaram no Facebook que são contra qualquer forma de layoff. “Já abrimos a mão de muitos direitos para GM, rebaixamos salários, aceitamos o layoff, grade nova, rebaixou a PLR e por aí vai. E ela só prometeu investimento e um monte de coisa e no final não nos deu nada, não podemos perder mais do que estamos perdendo”, disse um deles. Para levar essa reivindicação adiante os trabalhadores devem romper definitivamente com a estrutura reacionária dos sindicatos e apelar diretamente a seus colegas de trabalho nas demais plantas, formando comitês de base articulados em cada local de trabalho. Nos locais onde o acordo foi aprovado, por meio de votações obscuras presididas pelos sindicatos, os trabalhadores devem rechaçar a decisão e exigir uma nova votação sob o seu controle direto. Esses comitês de base permitirão aos trabalhadores  unificar suas lutas internacionalmente, traçando uma estratégia global de oposição aos ataques articulados globalmente pelas corporações transnacionais. Isso deve incluir as demandas de que a enorme riqueza das empresas e da oligarquia dominante seja expropriada e colocada à disposição da sociedade para combater a pandemia do coronavírus, e que as indústrias sejam reorganizadas para produzir equipamentos médicos e necessidades vitais urgentemente necessários.