CRISE CAPITALISTA: REDUÇÃO DE UM TERÇO NO FLUXO DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
O comércio mundial encolherá entre 13 e 32% este ano, bem
acima da crise financeira de 2008, reconheceu ontem a Organização Mundial do
Comércio (OMC). A crise comercial, iniciada no ano passado, foi iniciada não
apenas por uma queda na demanda, mas também pelo fechamento de fronteiras,
bloqueios econômicos e guerras comerciais travadas pelos imperialistas,
especialmente os EUA contra a China. A
redução será particularmente severa para os Estados Unidos e os países asiáticos,
cujas exportações poderão cair em mais de 40 e 36%, respectivamente, de acordo
com a hipótese mais otimista, A Europa e o Cone Sul Americano também sofreriam
declínios de mais de 30%. A redução
"provavelmente será maior que a contração comercial provocada pela crise
financeira global de 2008/2009", alerta a OMC. Embora os dois episódios sejam
"semelhantes em alguns aspectos", especialmente porque os governos
capitalistas estão intervindo massivamente para apoiar bancos e empresas, com
“montanhas de dinheiro”, induzindo um extraordinário aumento no endividamento
público. Como resultado do fechamento das fronteiras, o turismo desmorona,
também as companhias aéreas, bem como as empresas de manufatura e serviços
ligadas ao transporte. Mas esta dinâmica também afetará a oferta de mão-de-obra,
gerando um depreciação no valor de sua venda. É a “tempestade perfeita”, porque
desde os anos noventa do século passado até 2008, o comércio internacional
cresceu mais que a produção mundial, que ocultou o verdadeiro alcance da crise
do capitalismo, a superprodução de mercadorias e a tendência exponencial da
taxa de lucro, criando o tremendo fenômeno da especulação financeira como única
alternativa para “valorizar” artificialmente o capital. Agora, nem as exportações podem parar o
colapso, com o preço das principais commodities despencando no mercado mundial.
Assim, os economistas da burguesia começam a olhar para o seu próprio umbigo,
em seu próprio mercado interno, buscando um ânimo inexistente para incrementar
a poupança nacional e procurando um nova justificativa para não admitir o
esgotamento do capitalismo. O proletariado, principal classe social atingida
pelo estancamento das forças produtivas, não terá outra senda: o socialismo ou
a barbárie!