quinta-feira, 9 de abril de 2020

CRISE CAPITALISTA: REDUÇÃO DE UM TERÇO NO FLUXO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL


O comércio mundial encolherá entre 13 e 32% este ano, bem acima da crise financeira de 2008, reconheceu ontem a Organização Mundial do Comércio (OMC). A crise comercial, iniciada no ano passado, foi iniciada não apenas por uma queda na demanda, mas também pelo fechamento de fronteiras, bloqueios econômicos e guerras comerciais travadas pelos imperialistas, especialmente os EUA contra a China.  A redução será particularmente severa para os Estados Unidos e os países asiáticos, cujas exportações poderão cair em mais de 40 e 36%, respectivamente, de acordo com a hipótese mais otimista, A Europa e o Cone Sul Americano também sofreriam declínios de mais de 30%.  A redução "provavelmente será maior que a contração comercial provocada pela crise financeira global de 2008/2009", alerta a OMC.  Embora os dois episódios sejam "semelhantes em alguns aspectos", especialmente porque os governos capitalistas estão intervindo massivamente para apoiar bancos e empresas, com “montanhas de dinheiro”, induzindo um extraordinário aumento no endividamento público. Como resultado do fechamento das fronteiras, o turismo desmorona, também as companhias aéreas, bem como as empresas de manufatura e serviços ligadas ao transporte. Mas esta dinâmica também afetará a oferta de mão-de-obra, gerando um depreciação no valor de sua venda. É a “tempestade perfeita”, porque desde os anos noventa do século passado até 2008, o comércio internacional cresceu mais que a produção mundial, que ocultou o verdadeiro alcance da crise do capitalismo, a superprodução de mercadorias e a tendência exponencial da taxa de lucro, criando o tremendo fenômeno da especulação financeira como única alternativa para “valorizar” artificialmente o capital.  Agora, nem as exportações podem parar o colapso, com o preço das principais commodities despencando no mercado mundial. Assim, os economistas da burguesia começam a olhar para o seu próprio umbigo, em seu próprio mercado interno, buscando um ânimo inexistente para incrementar a poupança nacional e procurando um nova justificativa para não admitir o esgotamento do capitalismo. O proletariado, principal classe social atingida pelo estancamento das forças produtivas, não terá outra senda: o socialismo ou a barbárie!