“PANDEMIA” DE LUCROS DO CAPITAL FINANCEIRO: BANCOS TÊM GANHOS RECORDES E RECEBEM “SOCORRO” DO GOVERNO BOLSONARO! PELA ESTATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E O CANCELAMENTO DA DÍVIDA INTERNA E EXTERNA!
Estamos perto de completar um mês do início da escalada pandêmica do Coronavírus no Brasil, o cenário é bastante preocupante, embora previsto, pela rápida aceleração do crescimento do número de infectados e de óbitos causados pela Covid19. Diante desse quadro de extrema gravidade, o governo ultraneoliberal Bolsonsro/Guedes vem agindo de forma criminosa em vários aspectos. Primeiro por atentar contra a segurança sanitária do país e, portanto, a vida da população ao negar a gravidade da Pandemia do Coronavírus, contrariando toda comunidade médica científica e de toda vida inteligente no planeta. O segundo aspecto não menos importante é o econômico com a inexistência real e concreta de qualquer ação de socorro financeiro e de outros subsídios aos trabalhadores e a população pobre. Absolutamente nenhum recurso foi aportado até aqui pelo governo Bolsonaro/Guedes para atenuar os impactos da atual crise humanitária, mesmo com o isolamento social em muitos estados e municípios chegando a mais de vinte dias, levando as famílias pobres ao desespero, sem direito sequer a alimentação.
Em contraste com a total ausência de medidas de proteção social ou a lentidão concretizar as ações demagógicas e miseráveis anunciadas a mais de quinze dias, como a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do INSS, a dupla de fascínora Bolsonaro/Guedes matém religiosamente em dia o pagamento dos juros da dívida pública aos abutres do rentismo, mesmo diante da magnitude da crise humanitária, o governo tem agido de prontidão para ajudar aos bancos, como fez ao transferir R$ 75 bilhões via CEF ao Itaú a título de comprar moedas podres, sua carteira de crédito de financiamento de veículo, completamente deficitária em função da grande e crescente inadimplência nesse período de crise econômica e sanitária. Esses canalhas promovem uma verdadeira farra para os banqueiros, mesmo com a oferta de dinheiro mais barata para os bancos através da Taxa Selic de 3%, permitem que as instituições financeiras continuem a operar com juros elevados em suas transações, ou seja, a vender de dinheiro através dos empréstimos com preço exorbitante, o chamado Spread Bancário de elevada rentabilidade. A cumplicidade do governo e sua equipe econômica com banqueiros chega ao ponto de ser anuente com um bárbaro crime cometido por vários bancos em plena crise se consumo provocado pela Pandemia do Coronavírus, a elevação taxa de juros do cartão de crédito que chega ao estratosférico percentual de 399% ao ano.
O sistema financeiro, como principal tecnologia do modo de
produção capitalista para potencializar o processo de acumulação e reprodução
do capital, é o centro gravitacional que atrai as ações e das prioridades da
burguesia e representantes a frente da gerência dos estados capitalistas. Como
girassóis que buscam estar voltados para o astro solar, não mudam essa dinâmica
nem mesmo durante as crises econômicas cíclicas do capitalismo, independente do
grau, como a enfrentada messe momento, amplificada pela Pandemia do
Coronavírus. A presente crise tem recebido procedimentos de primeiros socorros
similares aos utilizados no último apagão capitalista ocorrido em 2008,
provocado pelo próprio sistema financeiro, a chamada crise imobiliária, tendo
como epicentro os EUA. As primeiras medidas desse protocolo é bombear vultosos
recursos estatais para as instituições financeiras privadas como forma de
“estabilizar” a crise. Seguem como ações complementares a oxigenação das
grandes corporações, do asfixiado setor produtivo, através de subsídios, perdão
de dívidas tributárias, empréstimos a fundo perdido ou taxa negativas e até
mesmo a estatização branca, com a compra dos passivos das empresas como o
governo Obama fez socorrer a GM e a Chrysler. Por último e com menor aporte
está socorro aos setores diretamente ligados ao consumo como as pequenas
empresas e a transferência de renda aos mais necessitados, trabalhadores e aos
mais pobres.
Em função do cenário econômico atual ser infinitamente mais
greve do que o presenciado 2008, com uma crise humanitária global já
estabelecida em consequência da Covid19, há um certo alarde em torno das
medidas a serem efetivadas para o seu enfrentamento desde os recursos
destinados a área médico-hospitalar, o setor produtivo e a proteção social
através da transferência de renda a população pobre para manter minimamente a
capacidade de consumo das famílias. O discurso de uma intervenção estatal na
economia de forma mitigar os efeitos desta crise e em ato contínuo alavancar a
retomada do crescimento econômica, vem sendo propagandeado por líderes do G8 e
da China. A prometida magnitude do conjunto de medidas anunciadas está sendo
comparado com ao New Deal, política intervenção estatal na economia adotado
pelos EUA para sair de grande depressão de 1929, e o Plano Marshall, programa
de ajuda econômica dos EUA para reconstrução dos países da Europa Ocidental
após a II Guerra Mundial. O alardeado movimento emergencial de combate a crise
econômica e sanitária a berta com Pandemia do Coronavírus através da suposta
“forte intervenção” estatal, não significa absolutamente uma guinada do
capitalismo com o abandono da política econômica neoliberal e implantação do
modelo Keynesiano, uma espécie de novo “Welfare State”.
Muitas vozes da esquerda reformista e revisionista estão
embarcando na tese de que o mundo não será o mesmo após a Pandemia Coronavírus,
tendo como principal impacto o ocaso do neoliberalismo ao conjunto da
humanidade por provocar a destruição da capacidade dos estados, sendo formado
um possível consenso supra-classista sobre o dano causado por esse modelo
econômico na economia mesmo os mais ricos, em garantir a proteção social,
sobretudo, a segurança sanitária da população mundial. Em seu lugar surgiria
modelo mais humanizado do capitalismo, sem a ação predatória do grande capital
sobre os estados, permitindo o fortalecimento da estrutural estatal e de sua
capacidade de intervenção, para fomentar e promover as condições
socioeconômicas para reeditar, em escala mundial, o chamado Estado de bem-estar
social.
A realidade, todavia, é bem distinta desta conjectura
pueril, aponta no período pós-Coronavírus para um agravamento do endividamento
dos estados aos agiotas rentistas e a intensificação do processo de acumulação
e dominação do grande capital, o chamado “Clube de Bilderberg”. Mesmo que os
efeitos da crise sanitária, econômica e social tenham potencial de provocar
grandes revoltas e instabilidade política em vários países, não há ameaças no
terreno da luta de classes ao domínio da burguesia sem a existência de uma
alternativa revolucionária. A maior trava para isso é a existência de condições
subjetivas devido a cristalização do retrocesso ideológico das massas, processo
iniciado a partir com a queda contrarrevolução da URSS e dos países do Leste
Europeu, assim como a traidora política de conciliação de classes dos partidos
da esquerda reformista e revisionista que, não somente se vergarem ao julgo do
capital, como se tornaram parceiros da burguesia na gerência do estado
capitalista. Portanto, as perspectivas no pós-Pandemia do Coronarívus do
ascenso do movimento de massas devem estar a construção de um partido
revolucionário, referenciado no projeto do poder proletário. Sem este cenário,
ou seja a potencialização de uma nova direção política para as massas, será
apenas uma “utopia reformista”’constranger a burguesia a um ponto de que seja
forçada uma inflexão similar a que ocorreu no pós-segunda guerra quando adotou
a política de dar o anel para não perder o dedo, ao implantando o estado de
bem-estar social para conter o risco do avanço da revolução socialista na
Europa ocidental, inspirada na URSS.
A chamada política econômica neoliberal corresponde a uma
necessidade do processo de produção e reprodução do capital, imprescindível ao
desenvolvimento do capitalismo, ou seja, a contínua e crescente acumulação de
capitais. Portanto o neoliberalismo corresponde a um modelo de gerência do
estado capitalista, uma tecnologia que inexoravelmente seria edificada para a
evolução da fase superior do capitalismo definida por Lênin, o imperialismo.
Essa “evolução” diz respeito a um distanciamento, funcional e identitário do
imperialismo enquanto estado nação, e sua burguesia exercendo diretamente o
poder sobre países e povos subjugados. Embora esse poder se mantenha
formalmente, sobretudo, do ponto vista político e militar, o domínio imperial
de fato é exercido pelos mercados através do rentismo, grupo de investidores
globalizados, sem divisão por fronteiras entre os países capitalistas centrais.