NO “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DO CAPITALISMO DO
PÓS-CORONAVÍRUS”... O ENSINO A DISTÂNCIA (EaD) SE CONFIGURA COMO O MODELO DE
DOMINAÇÃO IDEOLÓGICA NO SISTEMA EDUCACIONAL E INSTRUMENTO DE ATAQUE AS PARCAS
CONQUISTAS DOS PROFESSORES!
O chamado “isolamento social” foi implantado no Brasil pelos
governos de estaduais de forma autônoma em função do genocida Bolsonaro ser
absolutamente contra essas ações de segurança sanitária. Dentre as principais
medidas para garantir o distanciamento social foi decretado o fechamento do
comércio e das atividades consideradas não essenciais. Outra ação de primeira
hora foi à ordem e suspensão das aulas nas escolas e universidades, devido ao
grande potencial de transmissão viral por ser um ambiente com grande
aglomeração de pessoas. Com a suspensão das aulas chegando a cerca de trinta
dias, o chamado Ensino a Distância (EaD) está sendo utilizado com suposta
alternativa frente a impossibilidade da realização das aulas presenciais. Os estudantes das escolas públicas que na sua
quase totalidade pertencem às famílias proletárias que estão passando por
enormes dificuldades nesse momento, sem recursos mínimos para garantir até
mesmo à alimentação, portanto, não tem a menor condição de arcar com os custos
de planos de conexão ao internet em seus lares, assim como muitos não possuem
também os equipamentos eletrônicos necessários. Mesmo com esse empecilho
concreto para a efetivação da universalização do EAD “emergencial”, esse modelo
de ensino já era uma tendência, em estado latente, uma nova tecnologia
embrionária de sistema educacional a ser implantado em larga escala. Existem
várias plataformas digitais desenvolvidas para esse processo educativo de
“novo” tipo como o Google Classromm, sala de aula virtual da poderosa empresa
que detém o monopólio das informações em nível planetário, que está sendo
adotado pelas Secretarias Estaduais de Educação em praticamente todo o país. O
uso dessa ferramenta da gigante Google em quase toda rede de educação básica,
sobretudo, no ensino médio, está para muito além de uma simples solução
circunscrita à realidade imposta pelo isolamento social diante da Pandemia
Covid19. Representa sem sombra de dúvidas, um verdadeiro balão de ensaio das
tendências de controle ideológico como parte das ações políticas estratégicas
que terão vigência hegemônica na nova ordem do capitalismo mundial no
pós-Coronavírus. A utilização do EAD não se limita a mero paliativo momentâneo,
mas um modelo que está numa fase avançada de teste para estabelecer qual a dose
e ritmo em que será implantado para substituir a chamada Educação Presencial. O
ambiente para essa “pesquisa in loco” não poderia ser o mais ideal, uma real
crise sanitária montada nos laboratórios de bioterrorismo, em magnitude sem
precedentes, que coloca a necessidade do confinamento de toda população
mundial.
O uso “emergencial” do EaD tem esbarrado na falta de
condições mínimas para realização de aulas ou atividades virtuais, a começar
pelo básico, o acesso à internet, onde mais de 40% dos alunos das escolas
públicas não condições de pagar pela conexão a internet. Esse percentual
aumenta em relação aos alunos do ensino fundamental, dependendo de onde estão
localizados, regiões, estados, municípios. Até na mesma cidade esse número é
variável dependendo dos bairros e comunidades onde moram os alunos. Essa
terrível realidade é fruto de uma da pauperização crescente nos últimos anos do
conjunto dos trabalhadores e explorados, em decorrência do modo de produção
capitalista, em particular, pela intensificação da aplicação da chamada
política econômica neoliberal com a retirada de direitos sociais e trabalhista,
alargando a precarização das relações de trabalho, sem qualquer proteção ou
garantia, simbolizado na chamada UBERerização, assim como na explosão da
atividade informal. É nesse contexto que a crise do capitalismo que batia a
porta se “precipitou” com a Pandemia da SarsCovid2, levando a economia global a
uma situação catastrófica.
Embora no primeiro momento a perspectiva da aplicação do EaD
como modelo padrão da Educação pareça um contrassenso frente às dificuldades de
acesso à internet de ampla parcela da população dos países do chamado “Terceiro
Mundo”, esse “detalhe” corresponde exatamente ao objetivo de criar ainda mais
distinção “qualificativa” entre os seres humanos para além das fronteiras, uma
classificação conforme a participação e desempenho no universo digital. Isso
permitirá uma constante vigilância e avaliação a partir dos algorítimos, para
uma espécie de “Admirável Mundo Novo” advindo no pós-Coronavírus, uma versão
atualizada do capitalismo 2.1 (século XXI) de controle e segregação da
população mundial.
Os desdobramentos dessa nova ordem mundial do modo de
produção capitalista terá, evidentemente, o impacto inevitável do desemprego em
massa atingindo todos os setores, inclusive a área da educação através do EaD.
O papel de aparelho ideológico para o controle social que a escola e a educação
presencial realização para preservação da sociabilidade capitalista, seguirá
agora através do EaD como parte de uma tecnologia de vigilância mais
sofisticada, com o fim completo das chamadas liberdades individuais, dentre
elas o direito a privacidade e de organização político-sindical. O sistema de
vigilância virtual já existente, através do acompanhamento da geolocalização,
dos algorítimos etc, será incrementado no futuro próximo. Uma das
possibilidades para isso poderá estar associada a uma vacina para o Coronavírus
e outros patógenos acompanhada de uma certificação digital através da
implantação subcutânea de um nano chip. Tal vacina que vem sendo produzida pela
fundação do magnata Bill Gates, que não por acaso controla a OMS. Essa ideia
defendida pelo todo poderoso do mundo da informática, assumindo um papel
protagonista como de ponta de lança da nova corrida ao ouro, ou seja, a
descoberta e produção da referida vacina “High Tech”.
Não há saída para a humanidade sob o jugo do modo de
produção capitalista, muito menos em sua versão 2.1 que criará um ambiente
social de aprofundamento das divisões de classes com uniformização globalizante
da pobreza. Isso se desenha, inclusive com o anúncio da instituição de uma
possível renda mínima universal que, longe de significar um instrumento de
proteção social, representará uma forma homogenizar a capacidade de consumo da
classe trabalhadora num nivelamento por baixo. A classe média tende a ser
arrastada para essa condição, sofrendo
um processo de pauperização nunca antes visto.
Somente a derrubada do modo de produção capitalista pela via
da revolução socialista pode evitar a barbárie em que está sendo jogada a
humanidade e - uma sociabilidade distópica que a cada dia deixa de ser uma mera
obra de ficção e se torna uma realidade inexorável - criar as condições
materiais e subjetivas para fazer da educação um instrumento emancipatório que
possibilite a elevação cultural necessária para tirar o homem de sua
pré-história.