sexta-feira, 17 de abril de 2020

NO “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DO CAPITALISMO DO PÓS-CORONAVÍRUS”... O ENSINO A DISTÂNCIA (EaD) SE CONFIGURA COMO O MODELO DE DOMINAÇÃO IDEOLÓGICA NO SISTEMA EDUCACIONAL E INSTRUMENTO DE ATAQUE AS PARCAS CONQUISTAS DOS PROFESSORES!


O chamado “isolamento social” foi implantado no Brasil pelos governos de estaduais de forma autônoma em função do genocida Bolsonaro ser absolutamente contra essas ações de segurança sanitária. Dentre as principais medidas para garantir o distanciamento social foi decretado o fechamento do comércio e das atividades consideradas não essenciais. Outra ação de primeira hora foi à ordem e suspensão das aulas nas escolas e universidades, devido ao grande potencial de transmissão viral por ser um ambiente com grande aglomeração de pessoas. Com a suspensão das aulas chegando a cerca de trinta dias, o chamado Ensino a Distância (EaD) está sendo utilizado com suposta alternativa frente a impossibilidade da realização das aulas presenciais.  Os estudantes das escolas públicas que na sua quase totalidade pertencem às famílias proletárias que estão passando por enormes dificuldades nesse momento, sem recursos mínimos para garantir até mesmo à alimentação, portanto, não tem a menor condição de arcar com os custos de planos de conexão ao internet em seus lares, assim como muitos não possuem também os equipamentos eletrônicos necessários. Mesmo com esse empecilho concreto para a efetivação da universalização do EAD “emergencial”, esse modelo de ensino já era uma tendência, em estado latente, uma nova tecnologia embrionária de sistema educacional a ser implantado em larga escala. Existem várias plataformas digitais desenvolvidas para esse processo educativo de “novo” tipo como o Google Classromm, sala de aula virtual da poderosa empresa que detém o monopólio das informações em nível planetário, que está sendo adotado pelas Secretarias Estaduais de Educação em praticamente todo o país. O uso dessa ferramenta da gigante Google em quase toda rede de educação básica, sobretudo, no ensino médio, está para muito além de uma simples solução circunscrita à realidade imposta pelo isolamento social diante da Pandemia Covid19. Representa sem sombra de dúvidas, um verdadeiro balão de ensaio das tendências de controle ideológico como parte das ações políticas estratégicas que terão vigência hegemônica na nova ordem do capitalismo mundial no pós-Coronavírus. A utilização do EAD não se limita a mero paliativo momentâneo, mas um modelo que está numa fase avançada de teste para estabelecer qual a dose e ritmo em que será implantado para substituir a chamada Educação Presencial. O ambiente para essa “pesquisa in loco” não poderia ser o mais ideal, uma real crise sanitária montada nos laboratórios de bioterrorismo, em magnitude sem precedentes, que coloca a necessidade do confinamento de toda população mundial.

O uso “emergencial” do EaD tem esbarrado na falta de condições mínimas para realização de aulas ou atividades virtuais, a começar pelo básico, o acesso à internet, onde mais de 40% dos alunos das escolas públicas não condições de pagar pela conexão a internet. Esse percentual aumenta em relação aos alunos do ensino fundamental, dependendo de onde estão localizados, regiões, estados, municípios. Até na mesma cidade esse número é variável dependendo dos bairros e comunidades onde moram os alunos. Essa terrível realidade é fruto de uma da pauperização crescente nos últimos anos do conjunto dos trabalhadores e explorados, em decorrência do modo de produção capitalista, em particular, pela intensificação da aplicação da chamada política econômica neoliberal com a retirada de direitos sociais e trabalhista, alargando a precarização das relações de trabalho, sem qualquer proteção ou garantia, simbolizado na chamada UBERerização, assim como na explosão da atividade informal. É nesse contexto que a crise do capitalismo que batia a porta se “precipitou” com a Pandemia da SarsCovid2, levando a economia global a uma situação catastrófica.

Embora no primeiro momento a perspectiva da aplicação do EaD como modelo padrão da Educação pareça um contrassenso frente às dificuldades de acesso à internet de ampla parcela da população dos países do chamado “Terceiro Mundo”, esse “detalhe” corresponde exatamente ao objetivo de criar ainda mais distinção “qualificativa” entre os seres humanos para além das fronteiras, uma classificação conforme a participação e desempenho no universo digital. Isso permitirá uma constante vigilância e avaliação a partir dos algorítimos, para uma espécie de “Admirável Mundo Novo” advindo no pós-Coronavírus, uma versão atualizada do capitalismo 2.1 (século XXI) de controle e segregação da população mundial.

Os desdobramentos dessa nova ordem mundial do modo de produção capitalista terá, evidentemente, o impacto inevitável do desemprego em massa atingindo todos os setores, inclusive a área da educação através do EaD. O papel de aparelho ideológico para o controle social que a escola e a educação presencial realização para preservação da sociabilidade capitalista, seguirá agora através do EaD como parte de uma tecnologia de vigilância mais sofisticada, com o fim completo das chamadas liberdades individuais, dentre elas o direito a privacidade e de organização político-sindical. O sistema de vigilância virtual já existente, através do acompanhamento da geolocalização, dos algorítimos etc, será incrementado no futuro próximo. Uma das possibilidades para isso poderá estar associada a uma vacina para o Coronavírus e outros patógenos acompanhada de uma certificação digital através da implantação subcutânea de um nano chip. Tal vacina que vem sendo produzida pela fundação do magnata Bill Gates, que não por acaso controla a OMS. Essa ideia defendida pelo todo poderoso do mundo da informática, assumindo um papel protagonista como de ponta de lança da nova corrida ao ouro, ou seja, a descoberta e produção da referida vacina “High Tech”.

Não há saída para a humanidade sob o jugo do modo de produção capitalista, muito menos em sua versão 2.1 que criará um ambiente social de aprofundamento das divisões de classes com uniformização globalizante da pobreza. Isso se desenha, inclusive com o anúncio da instituição de uma possível renda mínima universal que, longe de significar um instrumento de proteção social, representará uma forma homogenizar a capacidade de consumo da classe trabalhadora num nivelamento por baixo. A classe média tende a ser arrastada para essa condição, sofrendo  um processo de pauperização nunca antes visto.

Somente a derrubada do modo de produção capitalista pela via da revolução socialista pode evitar a barbárie em que está sendo jogada a humanidade e - uma sociabilidade distópica que a cada dia deixa de ser uma mera obra de ficção e se torna uma realidade inexorável - criar as condições materiais e subjetivas para fazer da educação um instrumento emancipatório que possibilite a elevação cultural necessária para tirar o homem de sua pré-história.