quarta-feira, 29 de abril de 2020

RAMIFICAÇÕES DE RAMAGEM COM O CLÃ MILICIANO: STF BARRA A POSSE NO COMANDO DA PF, LEMBRAM DO GOVERNO DILMA, ERA O COMEÇO DO FIM...


O Brasil está iniciando uma crise política de governabilidade que só pode ser comparada aos dias que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff, que não conseguia governar de fato barrada pelas ações do STF e do Congresso Nacional. Nesta manhã (29/04), o Ministro Alexandre de Moraes do STF, suspenseu a nomeação do delegado(segurança do clã miliciano) Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, é apenas o começo de um longo processo de “fritura” do presidente neofascista, que na verdade tem início bem antes mesmo da demissão de Sérgio Moro da pasta da Justiça. Bolsonaro de fato já vinha sofrendo uma “interdição branca” no interior do próprio regime bonapartista, quando uma junta militar do Alto Comando do Exército decidiu limitar o poder do presidente diante do agravamento da crise política. As rupturas dos Ministros Mandetta e Moro, este último o “fiador político” de Bolsonaro no seio da burguesia nacional, elevou a crise de governabilidade a enésima potência. Sob as acusações de Moro o STF já havia autorizado uma investigação à pedido do próprio Procurador-Geral da República, Augusto Aras. O Ministro Togado Alexandre de Moraes é relator de outros dois inquéritos no STF, um que pede a investigação sobre envolvidos na organização de atos contra a democracia ocorridos no último dia 19 de abril. O outro inquérito apura a divulgação de ataques a personalidades políticas e jurídicas através de fake news, por um esquema criminoso que tem envolvimento da família miliciana, mais duas espadas de Dâmocles penduradas sobre a cabeça de Bolsonaro. É verdade que o Congresso Nacional, ou melhor dizendo o “Centrão”, presidido por Rodrigo Maia e Alcolumbre ainda não entrou no jogo aberto da “fritura” de Bolsonaro, esperam sugar os “restos” do banquete de cargos e verbas que Bolsonaro ainda pode oferecer. Mas por enquanto será o STF a assumir o protagonismo político do calculado embate institucional contra Bolsonaro, na mesmo compasso quando desatou as sentenças do “Mensalão” em 2012, sinalizando a ruptura com o governo da Frente Popular. A esquerda reformista(PT, PSOL e PCdoB)ausente de qualquer iniciativa política e completamente acovardada em plena pandemia do coronavírus, já delegou o leme da oposição ao governo central nas mãos dos governadores, sendo o neotucano João Dória a “estrela” deste círculo burguês. Por enquanto Sérgio Moro está submerso, aguardando para entrar no cenário da crise no momento exato em que costurar o arco de apoio à sua candidatura presidencial em 2022. A vanguarda classista que não se vergou a política de colaboração de classes do PT e seus apêndices, deve se reorganizar no sentido de uma plataforma revolucionária, para poder se credenciar como uma nova direção política nesta conjuntura de profunda crise deste regime de exceção.