PANDEMIA DE MISÉRIA NO REINO IMPERIALISTA: INGLATERRA TRIPLICOU O NÚMERO DE PEDIDOS POR ALIMENTOS GRATUITOS
A “Rede Independente de Ajuda Alimenta” afirma que na
Grã-Bretanha, o número de pessoas assistidas por bancos de alimentos aumentou
300% desde o início da pandemia do coronavírus.
As instituições de caridade estão pedindo ao governo britânico que
intervenha urgentemente. A fome está crescendo entre os britânicos confinados,
já que milhares de pobres e desempregados se voltaram para instituições de
caridade, sem a obtenção de recursos pelos próprios meios. Estima-se que no
Reino Unido existam cerca de 15 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da
pobreza. É a profunda crise capitalista que faz países imperialistas e
imperializados se assemelharem cada vez mais, fato que já é evidente nos EUA e
agora se espalha pela Europa. Apenas
três semanas após o início do confinamento, a Food Foundation relata que 1,5
milhão de britânicos não comem regularmente porque não têm dinheiro ou acesso a
alimentos. No total, cerca de 3 milhões de pessoas vivem em casas onde alguém
foi forçado a “pular” certas refeições.
Mais de um milhão de pessoas relatam que perderam toda a sua renda
devido à crise econômica e mais de um terço delas diz que não tem direito a
nenhum auxílio público do Estado.
A fundação é apoiada por uma pesquisa “YouGov” realizada
esta semana na Inglaterra, Escócia e País de Gales. Sua diretora, Anna Taylor,
disse que a crise era grande demais para deixá-la nas mãos de bancos de
alimentos e autoridades locais sem financiamento:"É necessário um
investimento urgente e substancial do governo central que deve colocar o
dinheiro diretamente nos bolsos das famílias que não podem se dar ao luxo de
comer". As instituições de caridade que administram os bancos de alimentos
estão lutando para lidar com um grande aumento de pessoas que procuram por
pacotes de emergência. Sabine Goodwin, coordenadora da Rede Independente de
Ajuda Alimentar, disse temer que o governo conservador demore a responder e que
a situação fique fora de controle: "Os bancos de alimentos da nossa rede
estão vendo um aumento de até 300% nas solicitações em comparação com esse
período do ano passado, mas ainda estão lutando para obter alimentos adequados
suficientes". As autoridades locais confirmam as reivindicações da Food
Foundation. Em Liverpool, por exemplo,
houve um aumento de 150% nas subvenções de emergência do conselho da cidade
para pessoas que não têm comida ou dinheiro para eletricidade desde a
quarentena. A cidade possui uma rede altamente desenvolvida de bancos de
alimentos e instituições de caridade que rapidamente expandiram suas operações
nas últimas semanas. O “FareShare”, o distribuidor excedente de alimentos,
agora abre mais horas em Liverpool, das 7h às 22h, e distribuiu 380.000 libras
de alimentos para famílias carentes nos últimos cinco dias.
A vice-prefeita de Liverpool, Jane Corbett, disse que a
caridade não basta por si só. As
prefeituras não podem pagar pelo impacto da crise sem financiamento do governo
central: “A fragilidade do nosso atual sistema de seguridade social está agora
sendo exposta; pressão extrema nos
bancos de alimentos é apenas um exemplo claro.
Nosso orçamento foi reduzido em 63% desde 2013”. O número de pessoas que
passaram fome nas últimas três semanas é 2 vezes maior do que aqueles que
passaram fome durante um ano inteiro nos últimos tempos, de acordo com a Dra.
Rachel Loopstra, professora de nutrição da
Faculdade de Londres: "O confinamento de Covid-19 teve um impacto
rápido e devastador na capacidade da população de acessar comida suficiente,
tanto por razões econômicas quanto por auto-isolamento". Enquanto o
governo central de Boris Jonhson faz demagogia para culpar a UE pela crise
econômica na Inglaterra, promovendo o Brexit, o aumento da miséria e fome no
coração do imperialismo britânico revela que a questão da crise não se
restringe aos laços com a União Europeia, é um produto estrutural do modo de
produção capitalista.