O direitista governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
anunciou nesta segunda-feira (06.04) que as pessoas que desrespeitarem a
Quarentena e fizerem aglomerações nas ruas do estado serão advertidas e
orientadas, mas que se insistirem poderão ser presas pela Polícia Militar. De
acordo com o governador, a Polícia Militar de São Paulo está autorizada a agir
para evitar aglomerações nas ruas, primeiro com advertência e orientação, e
depois com medidas coercitivas. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa
no Palácio dos Bandeirantes que estendeu a quarentena em todo o estado até o
dia 22 de abril. “A Polícia Militar de São Paulo está autorizada para agir para
evitar aglomerações, primeiro com advertência e orientação, inclusive com
automóveis que possuem gravações que já foram feitas para orientar a dispersão
das pessoas e que elas retornem a suas casas e fiquem em casa. A primeira
medida será orientativa. Eu tenho convicção de que as pessoas seguirão a
orientação. Até porque se não o fizerem, a segunda etapa será a de medidas
coercitivas, podendo penalizar essas pessoas com as penas previstas em lei, que
vão inclusive à prisão”. Ele aproveitou para dar aval aos prefeitos para usar a
força para dispersar aglomerações usando a guarda municipal. Trata-se de uma
clara medida de fechamento do regime! Enquanto a esquerda reformista sob o
comando do PT e do PSOL ecoa as ordens de Dória do “Fique em casa”, a
burguesia organiza seu aparato repressivo preventivamente para reprimir os
trabalhadores e o povo pobre que devem sair à luta em breve para sobreviver, já
que a grande maioria dos explorados tende a ficar sem comida e dinheiro, em um
quadro de desemprego crescente. Os capitalistas sabem que se aproxima uma nova
etapa da luta de classes no país, tendo inclusive em um horizonte próximo a
radicalização das lutas e protestos populares espontâneo nas grandes cidades
brasileiras em função da miséria que se alastra em proporções gigantescas,
mobilizações que já vem ocorrendo nos EUA e na Itália. Em São Paulo, a Polícia
Civil passou a fazer rondas noturnas após uma onda de saques a mercados. Após
registrar ao menos três saques a supermercados nos últimos dias, a cúpula da
Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo decidiu reforçar o
policiamento preventivo das ruas da capital e região metropolitana com equipes
especiais da Polícia Civil. Por regra, o policiamento ostensivo nas cidades
paulistas é feito pela Polícia Militar, em algumas delas conto também com a
participação das guardas municipais. Os agentes da Polícia Civil, por sua vez,
normalmente se deslocam em viaturas quando estão em investigações de crimes ou
em operações especiais. Elas devem ser realizadas por equipes especializadas
como Deic (crime organizado), Denarc (narcóticos) e do DPPC (Departamento de
Polícia de Proteção à Cidadania). Desde o início da semana, a Polícia Militar
já vem desenvolvendo um esquema especial de policiamento, tendo como uma das
preocupações centrais tentar evitar saques e depredações de estabelecimentos
comerciais como supermercados e farmácias. Em resumo, as polícias estaduais
protegem os capitalistas que abrem suas empresas e estabelecimentos comerciais
explorando os trabalhadores e não provendo sequer os locais de trabalhado das
mínimas condições de limpeza e higiene, ao mesmo tempo ficam de prontidão para
reprimir ainda mais duramente o povo trabalhador! É necessário superar a
política de colaboração de classes da Frente Popular, o que passa por ir além
dos panelaços contra o governo neofascista de Bolsnaro e de seus “ex-aliados”,
Witzel e Dória, convocando uma verdadeira jornada nacional de protesto e lutas,
coordenada e unificada pelas centrais e sindicatos, associações de moradores,
movimentos populares como UNE, MST e MTST, que paralise as categorias que estão
trabalhando em unidade com os setores sociais explorados que se encontram em
casa, os servidores públicos, a juventude estudantil, os desempregados e mesmo
os marginalizados que povoam ruas, praças e calçadas, estes últimos sem
qualquer proteção social. Deve-se lutar pela estabilidade no emprego, pagamento
integral dos salários, nenhuma demissão, benefícios sociais do INSS para todos
que precisam! Entra-se na ordem do dia a unificação da luta ativa, organizando
a puteza dos explorados e oprimidos através de comitês de auto-defesa nos
bairros e locais de trabalho para combater a Pandemia e a reação fascista que
tem no tucano Dória um de seus pontas de lança.