segunda-feira, 6 de abril de 2020

“RAINHA DA INGLATERRA”: BOLSONARO AMARELA MAIS VEZ E MANTÉM MANDETTA A FRENTE DA SAÚDE


A caracterização elaborada pela LBI sobre a impotência política do presidente neofascista Bolsonaro, que já não governa plenamente, ficou mais uma vez confirmada hoje pela manutenção de Henrique Mandetta a frente do ministério da saúde, após uma reunião palaciana desta segunda feira (06/04). Este fato não teria muita importância se não fosse o caso do anúncio da demissão de Mandetta feita pelo próprio Bolsonaro na noite anterior e na própria manhã de hoje. Mais uma vez Bolsonaro foi desmoralizado no seu próprio ambiente de poder, quando ameaçou Mandetta com sua “caneta” e depois foi forçado a “enfiá-la em seu próprio orifício”... A reunião do conselho de ministros, que fato governa o Brasil, sob a direção do general Braga Neto e do seu colega de farda Mourão, desautorizou as informações veiculadas na mídia que chegaram a estampar nas edições matutinas a demissão do Ministro da Saúde. Bolsonaro saiu da reunião no Planalto com o “rabo entre as pernas” e sequer concedeu a entrevista bombástica que tinha prometido a mídia e também a sua tradicional claque fascista. Não é certo afirmar que Bolsonaro tenha sido “deposto” ainda que permanecesse formalmente no cargo da presidência, o que ainda está em curso é a sua tutela política pelo alto comando militar. Porém para a burguesia nacional, Bolsonaro ainda tem sua utilidade, mesmo que cada vez mais limitada, não por coincidência o DataFolha divulgou uma “pesquisa” em meio a um isolamento social (feita por telefone) onde a maioria apontava ser contra a renúncia do presidente. Não seria em quadro de indefinição mundial sobre a evolução da pandemia, que até o momento não golpeou severamente os grandes países periféricos (Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, México, além do Brasil) que nossa classe dominante se moveria para uma ação drástica para remover Bolsonaro. Por outro lado, a burguesia já busca catapultar um novo núcleo de poder, nesta fase acelerada de transição, e não tenham dúvidas que o neoliberal Mandetta faz parte deste projeto. A manutenção de Mandetta, que agora junto com o vice-presidente Mourão integra o chamado “núcleo civilizatório da extrema direita”, agora tão elogiado pela esquerda reformista, está longe de ser uma “vitória” a ser comemorada. Mandetta representa a continuidade do desmonte do sistema público de saúde, e que somente no momento de colapso sanitário reconhece demagogicamente sua importância. Por isso a inutilidade dos “apelos sociais” de Mandetta, enquanto a maioria da população não tem acesso a condições dignas de sobrevivência, como renda familiar, habitação de qualidade e o próprio sistema de saúde em plenas condições de atendimento.