quarta-feira, 6 de maio de 2020

CRISE NA COTAÇÃO DO ÓLEO: CHINA COMPRA TODO O PETRÓLEO VENEZUELANO PARA EVITAR COLAPSO ECONÔMICO DO GOVERNO MADURO


As exportações venezuelanas de petróleo aumentaram pelo segundo mês consecutivo, em meio a maior crise histórica do petróleo desde sua utilização industrial, este fato foi reconhecido pela “insuspeita”a agência Bloomberg. Em abril, a quantidade de petróleo exportada pela Venezuela aumentou para 739.400 barris por dia e atingiu o nível mais alto em três meses. Quase 10% a mais que em março. Mas logicamente esta incrível “performance”tem uma explicação. No mês passado, mais de dois terços do petróleo venezuelano foram exportados para a China, onde o governo do Partido Comunista prefere pagar mais pelo petróleo do país sul-americano do que pelo oferecido pela oligarquia dominante da Arábia Saudita, que é consideravelmente bem mais barato, em função da verdadeira “queda de preços” que disputa com a Rússia. A vertiginosa derrubada das cotações do preço do barril de petróleo, coloca a Venezuela em situação de extrema vulnerabilidade diante da pressão econômica e desestabilização política permanente promovida pelo imperialismo norte-americano. A política adotada pela China está indo na direção completamente oposta, o presidente Xi Jinping decidiu não só comprar os estoques de petróleo venezuelano, mas também pagar pela cotação média dos últimos cinco anos, o que elevou o valor pago em cerca de 50% do preço atual do barril. Os Estados Unidos que vem subindo o tom da escalada da guerra híbrida contra o governo de Pequim, acusam a China de não cumprir os termos do acordo comercial, segundo o qual é necessário comprar um volume garantido de xisto americano no valor de US $ 52,4 bilhões. Apesar do acordo anteriormente firmado com a Casa Branca, a China prefere outros tipos de fornecedores por razões claramente políticas. Por seu lado, o regime Chavista da Venezuela apóia a nova “Rota da Seda” promovida pela China, que prometeu financiar inúmeros projetos industriais no país latino-americano. A China demonstrou muito interesse em investimentos produtivos na América Latina, em 2019, a região recebeu o maior montante de financiamento de bancos públicos chineses nos últimos cinco anos. Os empréstimos chineses aos países latino-americanos superam os do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e concentram-se em dois grandes capítulos econômicos: infraestrutura e mineração. O mais importante para a sobrevivência do governo nacionalista burguês de Maduro, que vem sofrendo um enorme cerco comercial dos EUA, é que parte dos empréstimos que a Venezuela recebe da China é reembolsada com a venda do petróleo, em um momento onde não há demanda internacional pelo produto mineral. Os Marxistas Leninistas não são base de apoio político nem do governo chinês e tampouco do regime Chavista, porém ignorar estes fatos, ou repetir como cacatuas da reação fascista as teses sobre o suposto “imperialismo chinês”, seria um gravíssimo equívoco programático. Não identificar na geopolítica mundial que o imperialismo ianque é nosso inimigo estratégico, significaria simplesmente jogar na lata do lixo a teoria Leninista e de quebra o próprio Programa de Transição...