terça-feira, 13 de julho de 2021

BOLSONARO INDICA UM EX-COLABORADOR DO GOVERNO LULA PARA O STF: ANDRÉ MENDONÇA SERÁ A PRÓXIMA DESMORALIZAÇÃO PARA O PRESIDENTE NEOFASCISTA? 

O chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, foi indicado formalmente para assumir a vaga deixada por Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente neofascista. Sua indicação já consta na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (13/07). Na gestão da Frente Popular do governo Lula, Mendonça foi diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa, nomeado pelo então Advogado-Geral da União, o ex-petista  Dias Toffoli, e coordenou o Grupo Permanente de Atuação Pró-Ativa da AGU.

O nome de Mendonça ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal, onde enfrenta forte resistência, devido ao cerco montado pelo imperialismo ianque contra Bolsonaro. Para ser aprovado, André precisa do voto de pelo menos 41 dos 81 senadores. Mendonça tem procurado senadores da oposição burguesa para garantir a aprovação de seu nome. “O André vem fazendo a peregrinação no Senado Federal. Na contagem dele, existe, sim, uma grande possibilidade de ser aceito”, ressaltou ontem o próprio Bolsonaro.

Nascido em uma família humilde em Santos, no litoral paulista, e criado nas hostes do calvinismo, movimento reacionário que consumou divergências dentro da Igreja Católica no século XVI, Mendonça tem como objetivo levar o slogan de Bolsonaro, do “Deus Acima de Todos”, para a Suprema Corte. André Mendonça mostrou ser o homem certo para Bolsonaro fazer sua demagogia eleitoral junto à comunidade evangélica ao pregar a reabertura das igrejas em meio à pandemia durante sua intervenção no STF. Fundamentalista, o pastor presbiteriano que pretende ingressar no STF, coloca a Bíblia acima da Constituição, assim como o sionismo coloca a Torá acima da lei, e os católicos pregam a divindade do corrupto Vaticano.

Em dois momentos recentes da história André Mendonça já provou que pode ser o “ministro terrivelmente evangélico”. A primeira demonstração se deu quando o Supremo Tribunal Federal discutiu e votou a equiparação da LGBTfobia ao crime do racismo e a justificava foi a leniência do Congresso Nacional diante de tal tema. Representando a AGU, Mendonça discursou contra a equiparação dos atos de ódios motivados pela LGBTfobia ao de racismo e, em sua fala, se utilizou do típico discurso da extrema direita de que todas as pessoas já são protegidas pela Constituição, mas só “esqueceu” do fato de que algumas são mortas pelos fascistas por opção de gênero, identidade e orientação sexual.

Mendonça se utiliza dos mesmos argumentos dos mercadores da fé, que não estão só nos grandes templos evangélicos, mas também na poderosa Igreja Católica, que ganham dinheiro com a fé do povo, defendendo o direito de propagar ódio às LGBT travestido de “liberdade de expressão”. Como se pode constatar, André Mendonça é de fato o candidato “terrivelmente evangélico” que serve agora a Bolsonaro, carrega uma mentalidade reacionária, não muito distante dos supostos progressistas, atuais Ministros golpistas do STF. A questão agora é saber se o cambaleante governo Bolsonaro ainda tem alguma capacidade de força para impor alguém no STF.