RENTISTAS DO FÓRUM DE DAVOS: PROFETAS DO VÍRUS ANUNCIAM A
PRÓXIMA PANDEMIA
Na última sexta-feira, 16 de Julho, organizações que integram a chamada comunidade dos “profetas do vírus” que anunciaram o SARS-CoV-2 em Outubro de 2019, cerca de dois meses antes de ser detectado na China, realizam uma simulação designada “Cyber Polygon” do que consideram ser a próxima pandemia, uma ciberpandemia com tal dimensão que, comparativamente, faria a crise da Covid parecer um “pequeno distúrbio”. Quem afirma é o “chefão” do Fórum Econômico Mundial de Davos (WEF na sigla inglesa), Klaus Schwab, ardente defensor do aproveitamento destas convulsões como “janelas de oportunidade” para proceder ao “novo reinício”, o Great Reset do capitalismo em sua crise de superprodução de mercadorias.
Escassos dias antes desta operação “Cyber Polygon”, isto é, no fim de semana de 4 de Julho, aconteceu um dos maiores “ciberataque” real, segundo numerosas fontes e analistas: hackers supostamente de uma gang conhecida como REvil piratearam os sistemas informáticos de mais de mil empresas e individualidades em pelo menos 17 países do mundo, atingindo áreas como os serviços financeiros, de abastecimento, de viagens e lazer, setores públicos, comerciais e energéticos. Estamos então perante uma curiosa “coincidência astral”, que permite aos participantes na magna simulação desta sexta-feira trabalharem a “quente”, beneficiando de um oportuno exercício de “fogos reais” em curso.
As coincidências não ficam por aqui. Há cerca de um ano, em 8 de Julho de 2020, o Fórum Económico Mundial e respectivos associados na arte de anteciparem catástrofes virais que deixam o mundo literalmente em estado de sítio promoveram um outro exercício de ciberpandemia. Nessa altura, como veio a perceber-se pouco tempo depois, estava em andamento outro ciberataque transnacional que teve como epicentro a empresa norte-americana de tecnologia de informação SolarWinds, gestora de redes de alguns dos principais grupos econômicos mundiais, e atingiu, segundo os queixosos, gigantes empresariais como a Microsoft e a Cisco e os Departamentos de Segurança Interna, do Tesouro e áreas da Defesa dos Estados Unidos. E também, muito significativamente, a USAID, a “agência de desenvolvimento internacional” teleguiada pela CIA em processos de “golpes brandos” praticados a partir de Washington.
Na ocasião, o Cyber Command norte-americano confessou-se “apanhado de surpresa”. Igualmente surpreendente é o fato do grande ataque de dias atrás não ter gerado qualquer incômodo nos mercados globais, uma vez que as principais praças financeiras do mundo e também o ouro, o petróleo e o dólar registaram serenas subidas entre 0,45 e 1,85% na segunda-feira. Estarão os grandes “santuários”do capitalismo global imunes aos “maiores ciberataques de sempre”?
Existe neste contexto, porém, uma certeza nada intrigante para porta-vozes oficiais, analistas e especialistas e outros agentes da comunicação corporativa: os autores das malfeitorias que fazem convergir os “profetas dos vírus”, sempre são “os russos”. Donald Trump ainda culpou a China, mas o seu sucessor, o Democrata Joseph Biden, está tão seguro das responsabilidades de Moscou que expulsou diplomatas russos e impôs novas sanções ao país como resposta ao ataque de 2020 à SolarWinds.
Na exposição em que apresenta a simulação do “Cyber Polygon” deste dia 16 de Julho, o Fórum Econômico Mundial adverte que “um ataque cibernético com características semelhantes às da COVID expandir-se-ia mais rapidamente e mais amplamente do que o vírus biológico, com uma taxa de reprodução cerca de dez vezes maior do que a do coronavírus”.
Na comunicação de abertura que fez aos participantes no Cyber Polygon de 2020, o presidente do WEF, Klaus Schwab, afirmou que “ainda não prestamos atenção suficiente ao cenário assustador de um ataque cibernético abrangente, que interromperia completamente o fornecimento de energia, os transportes, os serviços hospitalares e a nossa sociedade como um todo. Neste quadro, a crise do Covid seria um pequeno distúrbio em comparação com um grande ataque cibernético”.
O objetivo de disseminação do terror mundial está claro, é implantar a identificação digital dos cidadãos de todo o mundo, delegação de funções dos Estados aos grandes gigantes privados transnacionais, articulação com as agências de inteligência de “aplicação da nova lei” à escala global num ambiente de partilha de informações. A chegada do admirável mundo novo do Great Reset, ou seja a tentativa de resgatar o capitalismo através do mundo policial global!
Sem dissimulação alguma Klaus Schwab defende :“usar a crise do coronavírus como uma oportunidade candente para refletir sobre as lições da comunidade de segurança cibernética de modo a estabelecer e melhorar a maneira de ultrapassar a nossa falta de preparação para uma potencial pandemia cibernética”. Os vírus , biológicos ou informáticos, tornaram-se assim instrumentos fundamentais para o reforço da dominação de classe da burguesia financeira, inerente ao aprofundamento e à globalização do capitalismo neoliberal.
A identidade digital é, de fato, um dos grandes pilares do Great Reset do Fórum Econômico Mundial, entendida como a maneira de reunir e armazenar o que cada cidadão faz online, os sites que visita, as participações nas redes sociais, a geolocalização do smartphone, além de armazenar os dados de identificação e os elementos que fazem hoje parte da carteira física (cartões de saúde, bancários ou de seguros, por exemplo.).Os governos capitalistas poderão assim,usar as informações disponíveis, traçar perfis, partilhar dados, fiscalizar comportamentos e controlar a liberdade individual da população.
Não estamos perante qualquer delírio ”conspiranóico” de antecipação científica. O relatório anterior de 2018 do Fórum Econômico Mundial explicava que “a identidade digital determina quais os produtos, serviços e informações a que cada um pode ter acesso, ou inversamente, o que estará vedado a cada um, com níveis que serão “estabelecidos em função do comportamento online”. De onde se percebe que o exercício de uma fiscalização permanente ,o Big Brother global tornado realidade, determinará o que será permitido a cada pessoa fazer da sua própria vida.
Constata-se que esta sucessão de exercícios de simulações de pandemias como o “Clade X”de 2018, o “Event 201” de 2019 e as operações anuais designadas “Cyber Polygon”, desencadeadas por organismos de topo da ortodoxia rentista neoliberal, convergem em orientações e práticas que têm em comum o reforço do autoritarismo repressor, a crescente limitação de direitos e liberdades democráticas e a supressão da organização política das massas, além do controle da vida dos cidadãos. Os “dons proféticos” dos grandes rentistas, manifestados durante o Event 201, são provas aterradoras quanto ao significado prático deste tipo de simulações, que são na verdade grandes operações para treinar, organizar e preparar os agentes estatais para o terrorismo internacional sanitário e cibernético.
