DEFENDER O ESTADO OPERÁRIO CONTRA O IMPERIALISMO! COMBATER A RESTAURAÇÃO CAPITALISTA!
Os Trotskistas tem uma tarefa muito delicada e "espinhosa" em Cuba, que acaba de completar os 63 anos de sua revolução social e hoje enfrenta protestos em plena pandemia da Covid-19 claramente patrocinandos pela Casa Branca. Para as gerações mais novas de militantes da esquerda, pouco familiarizadas com a profundidade da teoria marxista pode até passar desapercebida a grande diferença conceitual entre "revolução social" e "revolução socialista", uma questão que ultrapassa a gramática.
Em 1959 na ilha de Cuba, a revolução foi encabeçada por uma
organização política que não era comunista e nem sequer socialista, o Movimento
26 de julho era originalmente um agrupamento de jovens guerrilheiros que
lutavam para derrubar uma ditadura corrupta e decadente e instaurar um regime
democrático burguês. Entretanto a lógica de ferro da luta de classes imprimiu
uma outra dinâmica que aqueles jovens combatentes do Movimento 26 de Julho não
poderiam imaginar.
A violenta queda de Fulgêncio Batista na festa de réveillon
naquela histórica entrada do ano de 1959, deu lugar a um novo governo liderado
por Fidel Castro e que contava com um amplo arco de forças políticas, a exceção
do Partido Comunista de Cuba, fiel ao ditador Batista até o último minuto.
Fidel e seus camaradas como Che, Raul, Camilo Cienfuegos etc, esperavam contar
no primeiro momento com um apoio considerável do governo dos EUA, porém então o
presidente Eisenhower tratou de frustrar rapidamente estas expectativas. A
política econômica do governo castrista (especialmente a nacionalização de
empresas estrangeiras) deixou tão alarmados os Estados Unidos que forçou o
imperialismo ianque a romper relações diplomáticas com o país.
Cuba, então, estabelece relações abertas com a União
Soviética e só aí inicia o processo da "revolução social", ou seja,
expropriações e planificação central de sua economia. Fidel Castro resgata o
banido Partido Comunista e promove a integração do Movimento 26 de Julho a nova
organização reabilitada. Portanto Cuba, ao contrário da velha Rússia, não
atravessou uma revolução pelas mãos de um partido comunista ou mesmo
anticapitalista, sua revolução nunca foi conscientemente socialista (dirigida
por um partido revolucionário) e sim social, já que socializou os meios de
produção findando assim com o "deus mercado" na Ilha caribenha e
inaugurando a era do primeiro Estado Operário da América Latina.