quarta-feira, 21 de julho de 2021

CIRO NOGUEIRA NA CASA CIVIL: BOLSONARO ENTREGA DEFINITIVAMENTE GOVERNO AO “CENTRÃO” PARA ASSEGUAR SEU CAMBALEANTE MANDATO PRESIDENCIAL

Jair Bolsonaro deverá nomear o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, para a cargo chave da Casa Civil. A mudança foi discutida em uma reunião na tarde desta terça-feira no Palácio do Planalto e pode não ser a única a ocorrer. O atual ocupante da pasta, Luiz Eduardo Ramos, deverá ser remanejado para outro posto. O debate em curso prevê alocá-lo na Secretaria-Geral da Presidência, hoje comandada por Onyx Lorenzoni. O Planalto não descarta dar a Onyx uma nova função na Esplanada. Um dos destinos seria um novo ministério (Trabalho), que poderia absorver funções hoje concentradas no Ministério da Economia. Enquanto o estafeta dos rentistas Guedes vem levando a cabo integralmente o ajuste neoliberal exigido pela banca financeira internacional, a gestão moribunda de Bolsonaro cada vez mais depende dos escroques corruptos e fisiológicos do chamado "Centrão", em uma prova evidente que se sustenta nesse núcleo parlamentar para garantir seu mandato presidencial! 

Para mostrar alguma iniciativa “independente”, Bolsonaro vem traçando um caminho de aproximação com o Centrão, além de “colar” na pressão de setores empresariais, como fez a gestão de Dilma (PT) que acabou sofrendo um golpe institucional. 

Bolsonaro ainda permanece formalmente no cargo da presidência devido a sua tutela política pelo alto-comando militar e o "Centrão". 

Por outro lado, a burguesia já busca catapultar um novo núcleo de poder nesta fase acelerada de transição no interior da elite capitalista nacional. Frente a esse quadro do governo burguês de plantão, cabe ao movimento operário e popular aproveitar a “crise nas alturas” como nos ensinou Lenin e organizar os “de baixo” para implodir através da luta direta revolucionária o poder burguês e suas instituições, ação de massas que desgraçadamente vem sendo sabotado pela política de colaboração de classes do PT e da CUT!

Se confirmada, a ida de Nogueira para o mais importante ministério do governo terá por objetivo reorganizar politicamente no momento em que ele enfrenta sua maior dificuldade política com a CPI da Pandemia e ao mesmo tempo as maiores taxas de rejeição e de baixa popularidade. Pesquisas internas do governo apontam o mal momento do presidente.

O próprio Ciro Nogueira já tem dado sinais de insatisfação com o governo, sugerindo, inclusive, que poderia romper a relação de alinhamento político. Com a nomeação, ele finalmente daria um ministério de peso a um senador, um debate antigo dentro do governo tendo em vista não haver nenhum integrante da casa no alto escalão da Esplanada.

Além disso, tentaria amenizar problemas recentes com Ciro, presidente do principal partido aliado de Bolsonaro. O senador se irritou recentemente com uma autorização do Ministério da Economia de R$ 800 milhões para o Piauí que, por meio da operação de crédito, pretende reforçar o orçamento em infraestrutura, saúde e segurança.

O estado governado por Wellington Dias é reduto eleitoral do político do PP, que cogita disputar o Executivo local contra uma eventual reeleição do petista. Recentemente, Ciro Nogueira também saiu da titularidade da CPI que apura ações e omissões do governo federal na pandemia.