quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

ONU AVALIZA ATAQUES DOS EUA AO IÊMEN... MAS EXQUERDA PACIFISTA DEPOSITA SUAS ESPERANÇAS NESSE “COVIL DE BANDIDOS IMPERIALISTAS”

O Conselho de Segurança da ONU, um "covil de bandidos imperialistas" como Lênin alcunhou quando da sua criação ainda como "Liga das Nações" no primeiro pós-guerra, aprovou uma resolução exigindo que os Houthis do Iêmen encerrem imediatamente os ataques a navios no Mar Vermelho. Japão e Estados Unidos propuseram o texto condenando ações dos rebeldes do Iêmen contra navios mercantes e comerciais ligados a Israel. O documento cinicamente apela ao respeito do exercício dos direitos e das liberdades de navegação pelo tipo de embarcações, ou seja, a manutenação dos interesses do grande capital e do sionismo. A proposta obteve 11 votos a favor e quatro abstenções (incluindo vergonhosamente a Rússia e China), como ocorreu na Líbia em 2011. O mais escandaloso é que a exquerda pacifista ainda deposita suas expectativas de "não a guerra" nesse verdadeiro covil de bandidos imperialistas!

A resolução condena “nos termos mais veementes” os pelo menos 24 ataques realizados pelo grupo rebelde do Iêmen contra navios mercantes e comerciais desde 19 de novembro do ano passado. Essas ações heroicas foram realizadas em solidariedade a causa palestina 

Pela decisão do Conselho, o secretário-geral deverá apresentar até 1º de julho informes mensais escritos ao órgão que abordem detalhes sobre “quaisquer novos ataques de houthis a navios mercantes e comerciais no Mar Vermelho.”

O órgão também advertiu contra a escalada das tensões, ao mesmo tempo que endossou uma força-tarefa liderada pelos Estados Unidos. A resolução também diz aos Houthis para libertarem o Galaxy Leader, um transportador de veículos operado por japoneses ligado a um empresário israelense. O navio foi capturado em 19 de novembro, com tripulação de 25 pessoas.

Onze membros do conselho votaram a favor da resolução, e quatro, incluindo a Rússia e a China, que têm poder de veto, se abstiveram. Nenhum votou contra.

A principal disposição da resolução, patrocinada pelos Estados Unidos e pelo Japão, referia o direito dos Estados-membros da ONU, de acordo com o Direito Internacional, “de defender os seus navios de ataques, incluindo aqueles que prejudicam os direitos e liberdades de navegação”.

Isso equivale a apoio à Operação Prosperity Guardian, uma força-tarefa naval multinacional liderada pelos EUA que tem defendido navios comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Aden contra ataques de mísseis e drones Houthi.

“A ameaça aos direitos e liberdades de navegação no Mar Vermelho é um desafio global que necessita de uma resposta global”, afirmou a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, em argumentos pedindo a aprovação do texto.

Os Houthis, um grupo alinhado com o Irã que tomou grande parte do Iêmen em uma guerra civil, prometeram atacar navios ligados a Israel ou com destino a portos israelenses para mostrar apoio ao Hamas.  

O porta-voz Houthi no Iêmen, Mohammed Abdul Salam, disse que a resolução da ONU é um “jogo político” e que eram os EUA quem violava o direito internacional.

O conselho da ONU rejeitou alterações propostas pela Rússia que teriam eliminado o apoio implícito à força-tarefa liderada pelos Estados Unidos e incluído a guerra na Faixa de Gaza entre as “causas profundas” dos ataques Houthi.

O embaixador russo, Vassily Nebenzia, questionou a legitimidade da força-tarefa e disse que a resolução era “uma bênção aberta para ela”. 

Os ataques Houthi perturbaram o comércio marítimo a serviço do grande capital, fazendo com que grandes companhias desviassem navios do Mar Vermelho para rotas mais longas, ameaçando aumentar os preços da energia e dos alimentos, ou seja, entrou choque com os interesses da Governança Global do Capital Financeiro.