CINCO ANOS DA TRAGÉDIA DE BRUMADINHO... VALE SEGUE PROTEGIDA POR LULA, ZEMA E A JUSTIÇA BURGUESA: GRANDES MINERADORAS COTINUAM RAPINANDO AS RIQUEZAS NACIONAIS NA GERÊNCIA BURGUESA DA FRENTE AMPLA
A maior tragédia ambiental do Brasil completou 5 anos neste 25 de janeiro de 2024. O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho matou quase 300 pessoas e, até hoje, algumas vítimas ainda estão desaparecidas no meio da lama de rejeitos de minério. Passado 5 anos, a produção de minério de ferro da Vale (VALE3) voltou ao nível recorde alcançado antes do rompimento da barragem em Brumadinho em 2019, que suspendeu operações e levou a acusações criminais, além das mortes voltarem a ocorrer, como a de um operário em dezembro de 2020 após o desmoronamento do talude de uma barragem!
Cinco anos após o rompimento da barragem de Brumadinho, que deixou 259 mortos e 11 desaparecidos, a Vale conseguiu recuperar a “confiança” dos investidores, mitigou boa parte do impacto financeiro da tragédia. A alta dos preços do minério, a demanda aquecida da China e a produção a baixo custo da mineradora ajudam a explicar por que ela conseguiu abrandar rapidamente os efeitos da tragédia gerada pela busca dos lucros capitalistas. A maioria dos analistas do mercado burguês prevê preços mais baixos para o minério de ferro ao longo deste ano, em parte devido à recuperação da capacidade da Vale, aliviando o aperto da oferta que afetou o mercado no ano passado.
O rompimento aconteceu na chamada “Mina Feijão”. Os rejeitos
atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila
Ferteco. As imagens mostraram a região tomada por um mar de lama, apenas pouco
mais de três anos após a tragédia ambiental de Mariana. O rompimento da
barragem da Vale em Brumadinho acontece três anos após o desastre de Mariana, a
maior tragédia ambiental do Brasil, que aconteceu em novembro de 2015. Na
ocasião, a barragem de Fundão, da Samarco (propriedade da Vale e da BHP), se
rompeu, matando 19 pessoas e provocou um tsunami de lama que avançou sobre a
bacia do rio Doce até chegar ao litoral do Espírito Santo.
Não resta dúvida que a responsabilidade pela tragédia humana e ambiental é das grandes empresas mineradoras que rapinam as riquezas do Brasil através da apropriação extensa de territórios e da super-exploração dos trabalhadores. Essa rapina inclui remoções forçadas de famílias e comunidades nativas, poluição das nascentes, dos rios, do ar, poluição sonora, desmatamento, acidentes de trabalho, de trânsito, concentração privada da riqueza e distribuição pública dos impactos. O desastre criminoso de Brumadinho aconteceu dentro de uma sequência de outras tragédias ocorridas em várias regiões do país, ficando impunes as empresas mineradoras que os provocaram. Segundo os dados do DNPM existem mais de 700 barragens de rejeito em Minas Gerais, dentre as quais, 43 em alto risco de rompimento, algumas com potencial maior do que as duas que já se romperam nos últimos 3 anos, agravando ainda mais a crise hídrica na região, prejudicando a vida de milhões de pessoas. A busca do lucro foi o motivo central da tragédia humana e ambiental de Brumadinho e anteriormente de Mariana.
Apesar da “grande mídia” ter apresentado Fabio Schvartsman
na época como presidente da Vale, o empresário Benjamin Steinbruch é o verdadeiro
dono da empresa, a atual diretoria é completamente subordinada as suas ordens.
Steinbruch é o grande acionista privado proprietário da Vale do Rio Doce.
Quando em 1997, a empresa foi privatizada pelo governo FHC,
o consórcio Brasil, liderado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) comprou
41,73% das ações ordinárias (com direito a voto) da empresa que pertenciam a
União. Nos últimos 20 anos houveram várias mudanças no controle acionário mas
Benjamin Steinbruch continua controlando a empresa com mão de ferro, assim como
faz com a CSN.
Há um acordo entre a grande mídia capitaneada pela Rede
Globo, os governos Lula e Zema e o todo poderoso Benjamin Steinbruch para
preservar a Vale que continua extraindo minério de ferro e outros minérios
altamente valorizados clandestinamente em Minas Gerais, as barragens são apenas
onde se depositam junto com a água os resíduos dos produtos químicos usados
para separar o ferro e outros minérios ainda mais nobres estratégicos, como
Nióbio, que são extraídos do subsolo nacional em uma sangria que dura décadas.
Com apenas 100 gramas de Nióbio, no meio de uma tonelada de aço, a liga se torna muito mais forte e maleável. Carros, pontes, turbinas de avião, aparelhos de ressonância magnética, mísseis, marcapassos, usinas nucleares, sensores de sondas espaciais… praticamente tudo o que é eletrônico, ou leva aço, fica melhor com um pouco de nióbio. Não por acaso, as minas propriamente ditas sequer são mostradas na TV, com os caminhões lotados de minérios, os noticiários apenas mostraram a lama do rejeito e o resgate das vítimas. Isto porque a mineração representa quase 10% do PIB de Minas Gerais, responsável por mais da metade da produção de minerais metálicos do país.
Por
ano, cerca de 300 municípios mineradores despejam no mercado quase 200 milhões
de toneladas de minério de ferro.
Os lucros privados da Vale geram realidade de risco constante no plano socioambiental. De acordo com o Banco de Dados de Barragens da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Minas possui 698 barragens de rejeitos minerais, sendo que duas dezenas delas não têm estabilidade garantida. Por essa razão, a maioria dos mortos são funcionários da Vale e terceirizados, sendo Benjamin Steinbruch o grande assassino responsável pela tragédia humana e ambiental de Brumadinho que acaba de completar 5 anos.
Na época propomos que o
movimento operário organizado, os sindicatos deveriam exigir que todas as
operações nas demais minas da Vale sejam suspensas imediatamente por tempo
indeterminado, com a garantia dos empregos e salários, de modo a averiguar as
condições de segurança para os trabalhadores e comunidades próximas. É preciso
que seja feita uma revisão do método para classificação de risco pelos órgãos
reguladores e fiscalizadores como o IBAMA que não sejam controlados pela
influência das grandes minerados.
Em pouco mais de 5 anos, 2 complexos mineradores com barragens classificadas em baixo risco tiveram rompimentos desastrosos, gerando centenas de vítimas. Além disso, faz-se necessário rever o alteamento de barragens a montante, um método antigo, simples e econômico para as mineradoras, mas que envolve grande riscos, inclusive associados a perda de vida humana. Afinal, outras barragens da empresa podem romper a qualquer momento, causando mais mortes e destruição.
Por fim devemos mobilizar pela
prisão de Benjamin Steinbruch, este grande capitalista assassino que é
protegido pela Globo e o governos Lula e Zema, lutando pelo confisco de seus
bens ao mesmo tempo levantando a bandeira da reestatização da Vale sob o
controle dos trabalhadores.
Os bens e o dinheiro em contas bancárias da Vale devem ser confiscados, para atender às vítimas. Trata-se de uma mega empresa que ostenta lucros astronômicos em benefício de grandes acionistas nacionais e estrangeiros, comandados por Benjamin Steinbruch, enquanto os trabalhadores da Vale pagam com sua vida para engordar esses parasitas!
5 anos após a tragédia humana e ambiental em Brumadinho, é necessário reforçar a luta
pela reestatização da Vale do Rio Doce sem indenização assim como a exploração
das riquezas nacionais sobre o controle dos trabalhadores. A Vale deve ter seus
bens confiscados e seus lucros retidos a fim de serem revertidos para pagar as
indenizações aos trabalhadores, moradores e o conjunto da população dos
municípios atingidos pela lama tóxica da extração de minério de ferro!