GUERRA CIVIL NO EQUADOR: GOVERNO NEOLIBERAL VERSUS BANDOS ARMADOS MARGINAIS
O presidente rentista do Equador, Daniel Noboa, aprovou um draconiano decreto de “Emergência Nacional” diante do conflito armado interno que vem escalando a violência vivida no país latino-americano. Um dia depois de declarar o “Estado de Emergência” por 60 dias em todo o país, Noboa assinou nesta última terça-feira (09/01) um outro decreto executivo para declarar conflito armado interno. “Ordenei às Forças Armadas que realizassem operações militares”, escreveu Noboa em sua conta na rede social definindo os bandos marginais como “Organizações terroristas e atores beligerantes não estatais”.
O Equador está imerso em uma escalada de violência armada, com explosões de carros-bomba, incêndios em postos de gasolina e tomada de reféns, até mesmo em Quito, a capital. As autoridades policiais confirmam pelo menos 8 mortes neste último dia, às mãos de grupos marginais.
A atual crise foi desencadeada depois que o traficante de drogas, considerado o mais “perigoso” do país, José Adolfo Macías Villamar, vulgo Fito, escapou da prisão regional de Guayaquil no domingo. Uma fuga que possivelmente foi facilitada pelo próprio governo Noboa, para viabilizar a decretação do Estado de Sítio no país colocando as Forças Armadas no centro da política nacional.
A oposição Social Democrata, liderada pela coligação do ex-presidente Rafael Correa, que no ano passado perdeu as eleições gerais por uma pequena margem de votos, prestou total apoio às medidas coercitivas de Noboa, alegando que é “Hora de unidade nacional contra a criminalidade”.
Na verdade, desde a última segunda-feira (08/01), quando o
decreto do “Estado de Exceção” foi emitido pelo neoliberal Noboa, a violência
nas ruas intensificou-se absurdamente. Esta é a primeira grave crise enfrentada
pelo debutante Governo equatoriano, pela qual tem recorrido em seu apoio ao
reacionário e golpista Comando Central Militar, que recebe ordens diretamente
do Pentágono. A classe operária equatoriana e as massas populares e camponesas
devem construir uma alternativa política totalmente independente tanto do
burguês Noboa, como das milícias marginais armadas até os dentes. É hora de
colocar de pé os Conselhos Populares (Cabildos Abertos) e forjar a violência
revolucionária proletária contra o Estado capitalista.