quarta-feira, 21 de outubro de 2020

VOTO NULO! ABAIXO O CIRCO ELEITORAL DA DEMOCRACIA FRAUDADA! CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA À POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA ESQUERDA REFORMISTA! PELO PODER OPERÁRIO!

Aproximam-se as eleições municipais de 15 de novembro. O cenário político nacional indica um crescente descrédito da população com o circo eleitoral da democracia dos ricos, que virou um grande negócio de bilhões de Reais, com candidaturas da esquerda reformista que prometem “amenizar a extrema exploração capitalista”. A indiferença quando a disputa em curso entre os partidos da ordem prevalece em um cenário de pandemia e terror sanitário imposto a população. Todos sabem que “ganhe quem ganhe” seguirá em curso o plano de guerra contra o povo nas gestões burguesas municipais. A conta bilionária das despesas estatais com a gestão corrupta do Covid-19 chegará em breve com o corte nos orçamentos “públicos” e no ajuste neoliberal, aliado ao fim do auxílio emergencial. Fica evidente que a eleição não está “nacionalizada”, ou seja, a discussão sobre o governo Bolsonaro e as tarefas para derrubá-lo pela ação direta das massas passam longe, é uma disputa despolitizada voltada para os feudos locais e os problemas domésticos em que o poder econômico tem grande peso devido aos contratos que gerenciam as prefeituras. O chamado ao Voto Nulo e a denúncia desta democracia fraudada se faz uma obrigação militante para a esquerda revolucionária diante da completa integração da Frente Popular (PT, PCdoB, PSOL, PCO e UP) ao embuste em curso e para reforçar a luta direta contra o neofascista Bolsonaro. Mesmo muito embrionário diante da febre eleitoral de uma esquerda embriagada com as verbas do regime burguês destinadas a cooptação ideológica e política do reformismo, o chamado a construção de uma alternativa revolucionária ao pântano da colaboração de classes, se faz imperativo exatamente no momento que o modo de produção capitalista atravessa sua crise mais aguda.

Nesta conjuntura nacional onde se impõe a paralisia das massas em nome das cretinas ilusões eleitorais, quem deverá sair vitorioso dessa disputa inter-burguesia é o chamado “centro político”, que situa-se entre o PSDB, DEM, PSD, PSB e os demais partidos que os orbitam, incluindo o PDT que se aproxima cada vez mais da direita como vimos os movimento de Ciro e ACM. Ganhará no Rio, São Paulo, BH e em outras grandes capitais. Esse campo será a base da aliança partidária que o grosso da burguesia deseja construir para o embate presidencial de 2022, onde a extrema direita representada por Bolsonaro deve ser descartada, ainda mais com a provável vitória de Joe Biden nas eleições ianques. Os chamados candidatos “bolsonaristas” declarados não devem ganhar nos principais polos políticos, mas em contra partida terão razoável densidade de votos se cacifando como nomes de apoio ao presidente na disputa para governadores em 2022, construindo assim o “equilíbrio político” do regime burguês entre o “Centro e a Direita”. 

Nesse quadro complexo, vemos o esmagamento da esquerda burguesa frente populista, particularmente do PT que tem como sua melhor candidata nas pesquisas a ex-prefeita de Fortaleza, Luizinanne Lins, que com poucas chances de vitória tende ao final ser ultrapassada pelo homem de confiança da Oligarquia Gomes com parte de um grande acordo para “derrotar a direita” costurado pelo governador “petista” Camilo Santana. Em Recife onde as chances de um triunfo da petista Marília Arraes pareciam ser certas, sua candidatura naufragou pelo oportunismo sem critérios e sequer deverá chegar ao segundo turno. Será o pior resultado eleitoral do PT dos últimos tempos, um desemprenho nas urnas ainda pior do que 2016, ano do golpe institucional contra Dilma. O PSOL e o PCdoB podem eleger prefeitos em uma capital cada (Belém e Porto Alegre) mas nada está garantido, a não ser a busca por uma frente ampla burguesa para se consolidarem como “bons gestores” do capital nestas cidades.  

O certo é que para os capitalistas as eleições são uma mera maquiagem que deve ser pincelada no rosto “democrático” do regime burguês. O importante é estabilizar o quadro político nacional e seus sustentáculos nos municípios que melhor garantam a acumulação de capital e a transferência das reservas estatais para seus negócios em uma conjuntura de trégua social e paralisia do movimento de massas. Nesse sentido, a corrida eleitoral em curso se reduz a feroz disputa intestina entre as máfias oligárquicas. As eleições burguesas nada têm a ver com a soberania do voto popular. Estão condicionadas pela influência do poder econômico, pela manipulação da mídia e das falsas pesquisas e, por último, se nada disso resolver, pela fraude direta do sistema da totalização da urna eletrônica. 

Concentramos nossos modestos esforços militantes, porém imprescindíveis diante da cooptação descarada do reformismo, na convocação de uma frente de ação direta para uma esquerda de outro tipo, comunista e revolucionária, com o objetivo centrado na denúncia radical da farsa eleitoral destas eleições que represente o contraponto da fraude institucional montada pelo Estado capitalista, com o aval do conjunto da esquerda domesticada ávida para ingressar no parlamento burguês. Nesta direção programática convocamos organizações comunistas e os coletivos e militantes classistas a se somarem a LBI para juntos conformarmos uma frente revolucionária para impulsionar uma vigorosa campanha pelo voto nulo e a denúncia da farsa deste regime da democracia dos ricos e seus gerentes.