quarta-feira, 7 de julho de 2021

OMS FAZ O JOGO DA BIG PHARMA: MEDICAMENTOS DA ROCHE E SANOFI INEFICAZES PARA COMBATER A COVID-19 SÃO RECOMENDADOS PARA ENGORDAR  LUCROS DOS GRANDES LABORATÓRIOS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta terça-feira (6) o uso dos medicamentos para artrite Actemra, da Roche, e Kevzara, da Sanofi, com corticosteróides, para pacientes com Covid-19, depois que dados de cerca de 11 mil pacientes mostraram que os dois remédios reduzem o risco de morte. Não por acaso, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) emitiu na semana passada a aprovação do uso emergencial da Actemra para tratar pacientes com Covid-19. Isso depois que seu uso off-label na pandemia aumentou as vendas em cerca de um terço, para aproximadamente 3 bilhões de dólares em 2020. As vendas de Kevzara aumentaram 30% no ano passado, informou a Sanofi. Em resumo, a Hidroxicloroquina, vendida a 100 reais 30 comprimidos, um fármaco barato, é demonizado no combate a Covid-19, mas os remédios da Roche e da Sanofi que custam quase 9mil reais a dose sem eficácia comprovada cientificamente é “comemorando” pela Big Pharma!

A agência reguladora de saúde dos Estados Unidos aprovou o Actemra, um remédio para artrite da Roche, para uso de emergência no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19, dando um impulso adicional a um medicamento que já era permitido como uso compassivo em casos graves. 

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) disse na quinta-feira que emitiu uma autorização de uso de emergência para o Actemra para o tratamento de pacientes adultos e infantis hospitalizados com Covid-19. Tocilizumabe, medicamento indicado para o tratamento de artrite reumatoide e que vem sendo testado para casos graves de Covid-19, teve seu valor aumentado exponencialmente desde o início da pandemia. 

No mercado informal ele vem sendo vendido por até R$ 8,7 mil por apenas uma dose. Devido ao seu valor elevado, Tocilizumabe nunca foi um medicamento de fácil acesso. Até o ano passado, o medicamento era encontrado a R$ 4 mil, em sua versão subcutânea, e R$ 9 mil a intravenosa. Cada ampola agora é comercializada, quando encontrada, na faixa dos R$ 6 mil a subcutânea e R$ 12 mil a intravenosa.

Há meses o remédio é administrado em pacientes com casos graves da doença como uso compassivo, o que gera milhões de dólares de vendas à Roche. O medicamento pode ser usado para tratar pacientes que estão recebendo corticosteroides sistêmicos e precisam de oxigênio suplementar, ventilação mecânica não-invasiva e invasiva ou oxigenação por membrana extracorpórea, disse a FDA, acrescentando que estudos mostraram que o Actemra ajuda a diminuir o risco de morte e a acelerar a recuperação.

A autorização de uso de emergência se baseia em resultados de quatro estudos aleatórios controlados que avaliaram o Actemra para o tratamento de Covid-19 em mais de 5.500 pacientes hospitalizados, disse a Roche. No primeiro trimestre, as vendas do Actemra aumentaram 22%, chegando a 779 milhões de francos suíços, depois de dispararem quase um terço e chegarem a 2,9 bilhões de francos suíços em 2020, devido sobretudo ao tratamento de pacientes com pneumonia grave associada à Covid-19.

A partir do momento em que passou a ser testado com algum sucesso no tratamento dos casos graves de Covid-19 – com a respectiva repercussão em diversas mídias – o medicamento viu sua demanda explodir e ele desapareceu do mercado. Isso abriu brecha para atravessadores ganharem dinheiro. Pessoas desesperadas chegam a pagar até R$ 8,7 mil por apenas uma dose, apurou o Cáceres Notícias.

Desde março de 2020, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, vem pesquisando o Tocilizumabe para o tratamento da Covid-19. O estudo com mais de 4 mil voluntários diagnosticados com a doença – sendo que metade deles teve tratamento padrão e a outra parte teve o Tocilizumabe prescrito – concluiu que a droga respondeu na redução de mortes nos casos mais graves e evitou ou diminuiu o risco de intubação para outros internados. A tese é do ensaio Recovery.

No Brasil, o Hospital Igesp, de São Paulo, testou o medicamento em 14 pacientes com comorbidades diversas internados em estado grave na unidade, sendo 11 deles já intubados e três em fase de pré-intubação, todos sem perspectivas de melhora. Segundo o hospital, a resposta do estudo entre os intubados foi a recuperação de dez pacientes e a morte de um deles. Já o segundo grupo teve uma evolução de melhora considerável e não foi necessária a intubação de nenhum paciente.

De acordo com o infectologista Tiago Rodrigues, o Tocilizumabe não é um antiviral e sim um imunobiológico, ou seja, trabalha no organismo diminuindo a imunidade e, consequentemente, as inflamações causadas por diversas moléstias. Por isso é uma droga muito utilizada no tratamento de doenças reumatológicas.

Embora o estudo da Recovery tenha mostrado indícios de benefícios no tratamento de pacientes com Covid-19, que geralmente são vítimas de diversas inflamações, nas quais o Tocilizumabe age, o médico explicou ao portal que não há estudos concretos da eficácia e do momento em que se deveria administrar essa medicação. 

“A evidência de que o Tocilizumabe traga melhoras ao paciente ainda é muito fraca e controversa. Às custas da redução das inflamações há a redução da imunidade e isso é perigoso. O paciente geralmente é crítico, está na UTI e se pegar uma infecção bacteriana qual a defesa que ele vai ter? Tem que ser muito bem avaliado os benefícios para a utilização deste medicamento”, revelou o infectologista.