quarta-feira, 13 de novembro de 2019

NA PORTA DE SAÍDA DO PSL: BOLSONARO LANÇA PARTIDO FASCISTA “ALIANÇA PELO BRASIL”, TENDO MORO COMO VICE NA CHAPA DE 2022


A crise pelo controle das “generosas” verbas do Fundo Partidário entre a famiglia Bolsonaro e a quadrilha que controla a máquina partidária do PSL caminha para o desfecho final. O presidente neofascista acaba de anunciar sua saída do PSL e a criação de um novo partido político, a Aliança Pelo Brasil. No manifesto de fundação do partido bolsonarista encontramos claros traços da tentativa em alicerçar um partido de características programáticas fascistas no Brasil: “Aliança é união e é força. E a Aliança pelo Brasil é o caminho que escolhemos e queremos para o futuro e para o resgate de um país massacrado pela corrupção e pela degradação moral contra as boas práticas e os bons costumes”. O clã Bolsonaro projeta dar uma “continuidade histórica” aos elementos circunstanciais que os levaram a ocupar o Palácio do Planalto. Em outras palavras, o presidente neofascista quer dar longevidade ao golpe parlamentar que apeou a Frente Popular da gestão central do Estado Burguês. Neste sentido a estruturação de um núcleo partidário fascista, organizando institucionalmente setores sociais reacionários, como oficiais das FFAA, policiais militares, milicianos, o lúmpem (proletariado e pequeno burguês) e por fim o próprio baixo clero no Congresso Nacional, é um fato político de graves dimensões e não pode ser menosprezado pelos Marxistas Revolucionários. O Manifesto redigido pela escória fascista que acompanha Bolsonaro, afirma: “que um de seus objetivos é resgatar o Brasil do massacre que vem sofrendo pela degradação moral contra as boas práticas e os bons costumes", em uma nítida inspiração das cartas que Mussolini lançava em defesa da “moral e dos costumes tradicionais”. Na primeira reunião do novo agrupamento da extrema direita, realizado no gabinete do Planalto na noite desta terça-feira (12/11), Bolsonaro conseguiu reunir a maioria da bancada de deputados do PSL, indicando que a “caneta” do presidente já começou a agir, porém não é nada certo que consiga arrastar para a nova sigla o bilionário Fundo Partidário da antiga legenda presidida por Luciano Bivar. O botim de quase 1 bilhão de Reais, que tem direito o PSL só é menor do que o do PT, que possui a maior bancada da Câmara dos Deputados. No bojo do anúncio do novo partido, Bolsonaro também lançou sua chapa para as eleições presidenciais de 2022, tendo como vice a presença do Ministro Sérgio Moro, confirmando assim a caracterização da LBI de que o “justiceiro” é o grande fiador político deste regime de exceção. A saída de Lula do cárcere de Curitiba acelerou os planos da matilha fascista em se agrupar para a disputa eleitoral e social, porém a letargia do PT em mobilizar os trabalhadores pela via da ação direta contra a ofensiva neoliberal, ameaça a própria permanência em liberdade da maior liderança da Frente Popular. Não por coincidência já tramita rapidamente no Congresso Nacional propostas para uma revisão constitucional acerca da prisão após condenação em segunda instância. O movimento operário e popular deve estar atento a organização partidária dos fascistas no Brasil, sendo um erro fatal considerar este fenômeno apenas como uma “ameaça eleitoral” para a esquerda. Somente a construção de uma alternativa revolucionária de poder proletário poderá derrotar efetivamente a reação neofascista em pleno curso no Brasil e em todo continente americano.