Os petroleiros ligados a FUP deliberaram pela greve por
tempo determinado, de 25 a 29 de novembro, desgraçadamente trata-se de uma “greve
de faz de conta”. Esta foi a tímida e midiática resposta da burocracia sindical
cutista ao não cumprimento do acordo de trabalho (ACT), que mesmo rebaixado,
não foi cumprido sequer pela direção privatista da Petrobras. A paralisação de
mentirinha visa em tese alertar a própria empresa para os riscos da política de
demissões e de transferência de pessoal implementada. A FNP, ligada ao PSTU, PSOL e setores da chamada “esquerda petista”, teve uma conduta ainda mais pelega, não mobilizaram e sequer paralisaram as
atividades em suas bases na Petrobras, como no Rio de Janeiro, apostando em negociações a
porta fechada com a direção da empresa! Uma traição aberta a luta dos petroleiros! A
Petrobras descumpriu os termos do acordo coletivo de trabalho, assinado no dia
4 depois de negociação mediada pelo próprio TST, efetuando demissões e
transferências, além de incluir metas de segurança, saúde e meio ambiente como
critérios para pagamento de bônus. Apenas nos cinco últimos anos, a empresa
cortou quase 23 mil postos de trabalho. Tinha 86.111 no final de 2013 e fechou
2018 com 63.361, sendo 47.556 na controladora e os demais nas subsidiárias. Em
represália patronal, a empresa recorreu mais uma vez à Justiça, pedindo que o
TST impusse multas ainda mais elevadas e punições mais rígidas, reivindicação
acatada pelo reacionário e ultra-neoliberal “ministro” Ives Gandra, que
classificou a paralisação como “afronta”. Gandra determinou hoje a suspensão
das mensalidades pagas pelos empregados para sustentar os sindicatos até que
seja alcançado o valor das multas. Determina também o bloqueio de R$ 2 milhões
das contas dos 13 sindicatos envolvidos na greve e da FUP. A última vez que a
Justiça autorizou um bloqueio desse tipo foi na greve de 1999, a única em que
houve desabastecimento de combustível. Por sua vez, o ministro da Economia,
Paulo Guedes sugeriu que demitiria os grevistas da Petrobras se a estatal fosse
uma empresa privada comandada por ele. “Você tem excelentes salários (na
Petrobras), bons benefícios, quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder
político para extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em
massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente, sei o que faria.
Cheio de gente procurando emprego e tem gente fazendo greve?". Na
paralisação desta semana, no entanto, os sindicatos escandalosamente garantiram que o
atendimento à população estaria garantido, cedendo a chantagem da empresa e do TST. Segundo a bucrocracia cutista, “Para a FUP, a decisão
do TST de bloquear as contas e os repasses à entidade e aos sindicatos é
arbitrária. Afinal, a mobilização, como a entidade fez questão de ressaltar
desde a semana passada, não irá afetar a produção de petróleo, ou o
abastecimento de combustíveis do país e por isso não prejudicará a população”.
Essa política defensiva e pelega da FUP visa sempre buscar um acordo com o governo,
somente pressionar por um acatamento do ACT proposto pelo próprio TST. Diante
da ofensiva reacionária de Guedes e do TST que atacam a greve dos petroleiros
da FUP é paralisar a Petrobras de verdade (extração, refinarias e
abastecimento) para derrotar a ofensiva privatista e policialesca do governo
Bolsonaro, sendo necessário as bases da paralítica FNP ingressarem imediatamente na
paralisação, superando a disputa dos aparatos sindicais burocráticos que sequer
conseguem fazer uma greve nacional conjunta enquanto a Petrobras é destruída e
privatizada!