segunda-feira, 11 de novembro de 2019

TPOR AVALIZA CONDUTA REACIONÁRIA DO PARTIDO LORISTA: AFIRMAR QUE MANIFESTAÇÕES DIRIGIDAS PELO FASCISTA CAMACHO SÃO UMA “AÇÃO DIRETA DAS MASSAS” É UMA TRAIÇÃO HISTÓRICA AO PROLETARIADO BOLIVIANO


A TPOR (Tendência por um Partido Operário Revolucionário) brasileira, após um longo silêncio sobre os graves acontecimentos da Bolívia, acaba de reproduzir uma declaração do POR boliviano onde chancela sua conduta reacionária e golpista diante da deposição do governo Morales, pela via de um golpe de Estado comandado por forças policiais e militares, atendendo ordens do líder fascista Luis Fernando Camacho, expoente da extrema direita de Santa Cruz. O principal líder das "revoltas populares", também conhecido como Macho Camacho, tem sempre um exemplar da Bíblia a tiracolo abusando da retórica fascista, é seguidor do fanático  Steve Bannon, articulador de uma suposta “internacional” golpista no continente. Mas para o delírio oportunista do POR boliviano, manifestações dirigidas por esta escória humana contra o governo Evo, poderiam instaurar a Ditadura do Proletariado no Altiplano Andino. O POR está jogando toda sua longa trajetória de lutas ao lado do proletariado boliviano na lata do lixo da história, ao igualar suas posições a correntes revisionistas degeneradas do Trotskismo, como o Morenismo da LIT que esteve ao lado do imperialismo desde a destruição da RDA e de todos os Estados Operários do Leste europeu, passando pela tentativa de invasão da OTAN na Síria, até chegar a saudar entusiasticamente o golpe parlamentar contra o governo da Frente Popular no Brasil. Desgraçadamente para os adeptos de Guilherme Lora, um motim policial, desatado a partir de uma orientação política do conluio entre as forças neoliberais da direita (Mesa) e o fascismo religioso de Camacho, pode ser caracterizada como “uma revolução”. É pura verdade que o governo de Frente Popular (MAS) confiou sua sustentabilidade até o último momento, nestas mesmas forças golpistas (inclusive a própria OEA) que acabaram por depor Evo, porém este fato não pode servir de justificativa para os Marxistas se aliarem aos levantes racistas da oposição burguesa de extrema direita. Nós Leninistas da LBI asseveramos desde o primeiro momento, logo após as questionadas eleições de 20 de outubro, que a estratégia de colaboração de classes de Evo Morales levaria inexoravelmente a sua própria queda. Apontamos que somente a organização independente do proletariado e campesinato poderia derrotar a ofensiva “popular” da direita. Evo buscou sua permanência no poder, justamente com as forças mais reacionárias do Estado capitalista: polícia e exército, incentivando que o aparato oficial da repressão burguesa acabasse com as manifestações contra seu governo. O resultado não poderia ser outro, Evo acabou refém dos seus algozes, alimentando um crescente de ódio das massas contra sua postura covarde e vacilante. Quando a base política de apoio do governo Evo foi se esfumaçando rapidamente, diante da inércia do MAS em organizar uma efetiva defesa operária, mineira e camponesa, os chacais policiais que antes “juravam” fidelidade ao governo foram “trocando de lado”, passando a atuar sob o comando das hordas fascistas, desenvolveram ações terroristas como sequestros, incêndios e saques em locais onde estavam os apoiadores de Morales e Linera. Com a consumação do golpe de estado, e o vazio de poder instalado na Bolívia, o fascismo começa seu frenesi assassino contra a esquerda reformista. A luta aberta agora na Bolívia está sendo entre a direita neoliberal e o extremismo fascista, para saber quem assumirá o controle do Estado Burguês. Afirmar que uma conjuntura reacionária, como ocorre hoje nas principais cidades bolivianas, pode desembocar em uma revolução é charlatanismo puro, e o POR Lora está assinando sua sentença de morte como um partido revolucionário. Esperamos sinceramente que a militância porista mais honesta rompa com esta tática de seguir como “ala esquerda” do golpismo, assumindo o combate direto contra as ações criminosas fascistas que cruzam neste momento todo o território boliviano.