sábado, 16 de novembro de 2019

MORTOS EM COCHABAMBA: GOVERNO TÍTERE REPRIME A RESISTÊNCIA AO GOLPE ENQUANTO O MAS COSTURA UM PACTO EM NOME DE “PACIFICAR A BOLÍVIA” PARA A ESTABILIZAR O REGIME BURGUÊS. CONSTRUIR A DEFESA MILITAR DOS TRABALHADORES E TRANSFORMAR OS CABILDOS ABERTOS EM ORGANISMOS DE PODER OPERÁRIO E POPULAR!


Nos últimos dias houve um incremento da violenta repressão as manifestações populares que resistem ao golpe de estado fascista na Bolívia. Em Cochabamba a polícia atacou uma marcha popular que se dirigia ao centro da cidade, assassinando quase uma dezena de ativistas. Na medida que cresce nas ruas a resistência incrementa-se os ataques do aparato repressor do Estado burguês. Já são dezenas de mortos nas ruas, com as FFAA e a polícia atacando as marchas por ordem do fraudulento “Governo de Transição”. Enquanto desfere a repressão, os golpistas estabelecem negociações secretas com a direção do MAS. Não por acaso, em um claro acordo com a golpista Jeanine Añez, houveram seções da Câmara dos Deputados e do Senado. A bancada do MAS (majoritário no parlamento) que estava sendo barrada na entrada dos prédios parlamentares, além de ter sido permitida seu ingresso e participação nas seções, elegeu a mesa diretora das duas casas legislativas e sinalizou um acordo mais estratégico om os golpistas. Como demagogia o MAS propôs e aprovou uma lei para que as Forças Armadas retornassem aos quarteis para “evitar mais mortes”, como se isso fosse possível dentro do Estado capitalista e em meio a um golpe de estado. Essa manobra distracionista foi seguida de uma proposta do recém eleito presidente da Câmara dos Deputados, Sergio Choque (MAS), para a elaboração de uma “agenda eleitoral para pacificar o país”. Tanto que o senador Omar Aguilar, também do MAS, em entrevistas de rádio afirmou “Nosso objetivo é pacificar o país, não é bloquear essa gestão de transição. Do México, Evo Morales acaba de lançar um Twitter afirmando: “Nuestro pueblo pide paz y concertación. Reitero mi convocatoria al diálogo de alto nivel con mediadores para pacificar nuestra querida Bolivia y preservar la vida y la democracia.”. 


O “entendimento” para uma nova eleição foi anunciado pela presidente do Senado, Mónica Eva Copa Murga, integrante do MAS que foi recentemente confirmada no posto. Com essa orientação, o MAS pretende usar a crescente mobilização ao golpe, não para derrotá-lo, mas para negociar uma eventual participação eleitoral no futuro. Desgraçadamente, não existe uma direção revolucionária a altura na Bolívia, o POR (Lora) se colocou ao lado das manifestações reacionárias e seus ataques ao MAS, após o golpe ao governo Evo, expresso no Jornal Masas mais se parecem um panfleto que se confunde com as diabrites da extrema-direita golpista. As acusações do POR a Evo em nada se diferenciam das provocações da farsante Jeanine e sua anturragem policial reacionária. Ao contrário desses revisionistas canalhas que enlameiam a bandeira da IV Internacional é preciso lutar na trincheira real de luta das massas contra o golpe assassino! Para acelerar a perda das ilusões do proletariado na camarilha dirigente do MAS faz-se necessário chamar a frente única com o MAS, a COB, as juntas vicinais e a Federação mineira para combater o golpe de Estado patrocinado por Trump/Bolsonaro. Esse chamado deve ser voltado em particular a base do MAS no sentido dela se opor e romper o acordo traidor que vem sendo costurado por seus dirigentes. Nesse sentido a tarefa imediata para as massas combativas do Altiplano é construir sua própria defesa militar, diante das atrocidades que estão ocorrendo, forjando organismos de poder operário e popular!