O governo neofascista Bolsonaro assinou nesta última
terça-feira (05/11), em um “ato solene” no Palácio do Planalto que marcou os 300
dias de sua gerência golpista, o projeto de lei que prevê a privatização da
Eletrobrás, a maior empresa de geração e transmissão de energia do Brasil. A
Eletrobrás possuiu 47 usinas hidrelétricas responsáveis por 52% de toda a água
armazenada no Brasil. Em seu valor potencial de mercado, a Eletrobrás está
cotada na casa de 80 bilhões de Reais, isto levando em conta todo o processo de
“enxugamento” forçado da empresa levado a cabo pelos governos Dilma e Temer,
porém o ministro Guedes já anunciou que “queimará” a estatal para o primeiro
comprador que apareça com um cheque de 15 bilhões, qualquer semelhança com a
privataria tucana não é mera semelhança. No projeto de lei, que ainda tem que
passar pela aprovação do corrompido Congresso Nacional, Bolsonaro propõe a
oferta pública de ações da companhia, com a diluição da participação do governo
para menos de 50%, e a revogação do dispositivo que excluiu a estatal do Plano
Nacional de Desestatização (PND), para que ela possa ser privatizada. Hoje, a
União possui 40,99% do capital social da Eletrobrás, com 51% das ações
ordinárias, com direito a voto. Na proposta, o governo neofascista também abre
mão das chamadas “golden share” ou “ações de ouro”, com poder de veto. Ao abrir
mão da “golden share”, em uma futura empresa privatizada e com capital
internacional, o Estado coloca em risco a segurança do abastecimento de energia
no país, uma grave questão de soberania nacional. Não por um acaso, 73% da
geração de energia elétrica nos Estados Unidos estão sob controle do poder de
Estado, já que o imperialismo ianque considera a soberania energética sob
controle do seu país, uma questão de segurança nacional. Enquanto a
privatização não é finalizada, a equipe econômica palaciana, chefiada pelo
rentista Paulo Guedes, segue aplicando na estatal um plano de redução do
contingente, tendo anunciado, além do PDV para cerca de 10mil funcionários, a
demissão de pelo menos 1.500 trabalhadores, que serão excluídos da Eletrobrás.
A passagem da Eletrobrás para a chamada “iniciativa privada” também vai
prejudicar 99,7% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica.
A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas
de luz subam, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional. O
movimento nacional dos eletricitários, dirigido pela CUT, não organizou
qualquer resistência a liquidação da Eletrobrás, apostando suas “fichas”
exclusivamente na pressão parlamentar para barrar a privatização, sua
“estratégia de luta” não destoa um único milímetro da política de colaboração
de classes da Frente Popular. É urgente organizar a ação direta das massas para
deter a sanha neoliberal do
criminoso governo Bolsonaro, antes que
acabe com o pouco que ainda resta das conquistas do povo brasileiro.