A IMPOTÊNCIA CRÔNICA E HISTÓRICA DA BURGUESIA NACIONALISTA
DE ENFRENTAR A ATUAL OFENSIVA IMPERIALISTA EM NOSSO CONTINENTE
A colossal experiência da Revolução Socialista Russa de
1917, dirigida pelo Partido Bolchevique, demonstrou a “ferro e fogo” para os
Marxistas de todo o mundo que a burguesia nacional é historicamente incapaz de
levar adiante a resolução das tarefas democráticas, agrárias e
anti-imperialistas que exigem a ação de um novo sujeito revolucionário, e que
em face da ameaça que representa o proletariado desenvolver seu próprio projeto
de nação, a burguesia diante do perigo de ser ultrapassada historicamente, alia-se
à contrarrevolução golpista e abandona completamente o programa “democrático,
nacional e popular” que antes orgulhava-se em esgrimir para as massas. Esta
lição, abstraída em forma de programa foi elaborada na teoria da Revolução
Permanente por Leon Trotsky e comprovada por todos os acontecimentos
posteriores ao longo da luta de classes em todo o planeta. Os governos do tipo
nacionalistas burgueses dos países semi-coloniais, que ascenderam ao controle
do regime político fruto da crise capitalista, são descritos por Trotsky como
possuindo um caráter bonapartista particular, ou seja, próprio da condição de
sua classe dominante que, ao mesmo tempo em que subjuga o proletariado, está
subordinada a ela mesma e subjugada à classe dominante dos países imperialistas.
Em particular na América Latina, tanto o nacionalismo da década de 30, como as
diversas manifestações do período posterior à Segunda Guerra Mundial, seguiram
de maneira precisa o mesmo roteiro de capitulação ao imperialismo e seus
agentes locais, cuja conclusão foram a instauração dos regimes militares dos
anos 60 e 70 em quase todo continente. Mais de duas décadas da implantação de
uma política econômica dita neoliberal, que se defrontou com crescente
resistência das massas, provocou uma ruptura no interior do bloco burguês
tradicional gerando a “ressurreição” do nacionalismo burguês com uma dose maior
demagógica de “esquerda e socialista”, como foi o caso do PT brasileiro, somada
a uma intensidade de moderação no enfrentamento político com o imperialismo.
O rápido crescimento do PT acelerou um novo surto de
movimentos nacionalistas burgueses como o de Hugo Chávez na Venezuela, Evo
Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Frente Ampla no Uruguai, Lugo no
Paraguai, Ollanta Humala no Peru e, por fim, o retorno histórico do Partido
Socialista ao governo do Chile. A contradição principal dos movimentos da
esquerda reformista e seus governos nacionalistas burgueses consiste em que
necessitam do apoio da classe operária na luta contra o capital financeiro
internacional (FMI, Banco Mundial, etc.), mas se colocam em um risco permanente
de serem ultrapassados politicamente pela ação independente do proletariado.
Toda a propaganda “socialista” de Evo Morales e seu partido MAS, durante mais de
uma década de governo, não expressava nenhuma tendência verdadeiramente
socialista e revolucionária, isto é, de liquidação da propriedade privada e do
estabelecimento da Ditadura do Proletariado (Governo Operário e Camponês), mas
sim o esforço para arrastar as massas proletárias e populares detrás das suas
tímidas posições nacionalistas burguesas, limitando o desenvolvimento da
consciência e organização da classe operária boliviana.
Os governos de Frente Popular, como Masismo de Evo, falam em
um novo modelo econômico, o “socialismo do século XXI”, baseado em um certo
controle da burguesia nacional sobre determinados ramos da vida produtiva do
país, abusam da demagogia reformista e se mantém na gerência do Estado por
algum tempo graças ao fato de levarem à frente limitadas reformas sociais e
acordos com os sindicatos, de maneira muito limitada e incompleta, promovendo a
nacionalização de determinadas indústrias extrativistas e a estatização de
parte dos serviços públicos, bem como uma magra distribuição de recursos à
população na forma de auxílios e complementos da renda familiar. Porém quando a
crise do capital financeiro atinge um nível superior, e as “divisas monetárias”
do país já não podem bancar a mínima “proteção social”, o imperialismo exige a
política da “mão dura” para manter a rentabilidade de seus investimentos, é
quando se retira “candidamente” da cena política o governo de Frente Popular
com sua plataforma de colaboração de classes. Sem opor resistência, e tampouco
convocar as suas bases para a luta, o nacionalismo burguês cede facilmente ao
golpismo pró-ianque, espalhando a tradicional verborragia de que “combateu o
imperialismo até suas últimas forças”... Este foi o trágico caso do golpe de
Estado que decepou as pretensões do presidente Evo Morales permanecer no
governo por mais um mandato consecutivo.
A verdadeira vítima do golpe da oligarquia fascista apoiada
pela Casa Branca não está sendo o MAS, e sim o combativo proletariado boliviano
que “paga” com seu próprio sangue a conta da impotência histórica e crônica do
nacionalismo burguês. O recrudescimento da ofensiva neoliberal (rentista) do
imperialismo em todo o mundo, levará a generalizar-se fenômenos de repressão e
golpismo como os que ocorrem hoje na Bolívia, não existe alternativa nos marcos
do regime capitalista, somente um novo modo de produção socialista poderá
impulsionar o desenvolvimento independente das nações, mas para esta tarefa
histórica tornar-se uma realidade é necessário a construção de Partidos
Marxistas Leninistas!
-----------------------------------------------------------------
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
A impotência crônica e histórica da burguesia nacionalista
de enfrentar a atual ofensiva imperialista em nosso continente
1 - ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA BOLÍVIA (14.10)
Votar Nulo para construir uma alternativa revolucionária!
2 - DOIS RESULTADOS ELEITORAIS E UMA ÚNICA CERTEZA (22.10)
Evo governa como um refém da burguesia
3 - CRISE NO ALTIPLANO (24.10)
Partido Obrero Revolucionario somando com a insurreição da
direita “para derrubar Evo Morales”...
4 - BOLÍVIA TAMBÉM “ARDE” (28.10)
Manifestações e Greve Geral convocadas pela direita para
impedir o novo mandato de Evo
5- ATAQUES DA DIREITA TERRORISTA CONTRA EVO (07.11)
Crescem as manifestações fascistas e o POR (Lora) toma o
lado errado da trincheira
6 - ACUADO PELA DIREITA, EVO CAPITULA E CONVOCA NOVAS
ELEIÇÕES (10.11)
Começo do fim de mais um governo frentepopulista
7- CAPITULAÇÃO VERGONHOSA DE EVO (11.11)
Abaixo o Golpe de Estado! Pelo armamento da classe operária
para derrotar o golpismo!
8 - TPOR AVALIZA CONDUTA REACIONÁRIA DO PARTIDO LORISTA
(11.11)
Afirmar que manifestações dirigidas pelo fascista Camacho
são uma “ação direta das massas” é uma traição histórica ao proletariado
9 - EVO ABANDONOU A RESISTÊNCIA AO GOLPE (12.11)
Chega ao México enquanto setores camponeses e operários
marcham a La Paz sem uma direção que aponte o caminho da luta
10 - LIT/PSTU E SEU PECULIAR “COMBATE” AO GOLPE (13.11)
Após defender que manifestações convocadas pela direita eram
“progressistas e democráticas” agora pede “eleições livres”... Trump, OEA, Mesa
e Camacho agradecem apoio dos Morenistas para legitimar o “Putsch”!
11 - GOVERNO TÍTERE DOS EUA ENFRENTA RESISTÊNCIA (13.11)
Evo diz que pode voltar para “pacificar o país”... exigimos
uma política para derrotar já os golpistas!
12 - MORTOS EM COCHABAMBA (16.11)
Governo títere reprime a resistência ao golpe enquanto o mas
costura um pacto em nome de “pacificar a Bolívia” para a estabilizar o regime
burguês. Construir a defesa militar dos trabalhadores e transformar os Cabildos
abertos em organismos de poder operário e popular!
13 - NA TRINCHEIRA DA DIREITA CONTRA A FRENTE POPULAR
(17.11)
Partido Obrero Revolucionario desconhece o “abc” do Leninismo
14 -NOVA ETAPA DO GOLPE NA BOLÍVIA (21.11)
Parlamentares do mas celebram acordo traidor com a direita
para convocar “eleições truchas”, apunhalando pelas costas a resistência e
legitimando o governo títere do imperialismo