Quem não se lembra do enorme prestígio político do
ex-presidente uruguaio José (Pepe) Mojica, que foi considerado o “Lula dos
Pampas”, com seu estilo de conciliador e ao mesmo tempo “radical” na defesa da
democracia burguesa, seu partido a Frente Ampla (no governo há 4 gestões
consecutivas) está muito ameaçado de ser derrotado pela extrema direita no
segundo turno das eleições presidenciais que ocorrerão no próximo
domingo(24/11). Na penúltima pesquisa de intenção de votos antes das eleições
de domingo, a consultoria Cifra aponta uma diferença estreita entre o líder, o
direitista Luis Lacalle Pou (Partido Nacional), com 47% das intenções de voto,
e o candidato do atual governo da Frente Ampla, Daniel Martínez ,que tem 42%.
Entre brancos e nulos, o número é de 5%, enquanto 6% ainda estão indecisos. No
primeiro turno, Martínez teve 39% dos votos e Lacalle Pou, 28%, conseguindo uma
virada à direita mais ou menos já previsível. Martínez afirma que quer
“dialogar” diretamente com eleitores do partido Colorados, direita tradicional
e com o partido da extrema direita Cabildo Aberto, apontando claramente qual
será o eixo reacionário de seu governo após 15 anos de hegemonia da Frente
Ampla. Como na Bolívia, onde o MAS de Evo Morales tentava sua permanência
estatal após mais de uma década, ou no Brasil onde Dilma foi golpeada na quarta
gestão da Frente Popular, o Uruguai seguirá o roteiro traçado pelo imperialismo
ianque, que não permite que a esquerda reformista governe na América Latina
consecutivamente por mais de uma geração (15 anos).
É bom “refrescar” a memória dos pseudos marxistas , e “lembrar” a tese de Lenin (ler o livro Estado e Revolução), onde afirma que ocupar um governo pela via eleitoral é muito distinto de tomar o controle do Estado (poder político) e suas instituições. A Venezuela demonstra bem a realidade prática da tese Leninista, o Chavismo para não ser “surpreendido” por um golpe institucional, ou mesmo um mau resultado eleitoral, tratou de tomar o poder (controlar todas as instituições do Estado) e não simplesmente ocupar temporariamente um governo de turno. Chavez (falecido em 2013) e Nicolas Maduro do PSUV estão no poder de Estado desde 1999, período brevemente interrompido pela tentativa de um golpe militar em 2002 que só durou três dias, não há “segredo” algum na longevidade do chavismo: detém o mando das Forças Armadas e de todo o sistema judiciário do país, podendo inclusive perder temporariamente uma maioria eleitoral. O imperialismo ianque sabe que para retirar o PSUV do Estado, além de estrangular a economia venezuelana, terá que recorrer à força, o que está tentando sem sucesso há vinte anos. Porém, os outros países capitalistas da América Latina não são Cuba (Estado Operário) e sequer chegam próximo do nacionalismo burguês vigente hoje na Venezuela, e o Uruguai assistirá a queda de mais um governo de colaboração de classes, sem que a Frente Ampla esboce qualquer reação fora dos marcos da legalidade burguesa, ou seja aguardará voltar ao governo nas próximas eleições presidenciais. Por outro lado a direita neoliberal do Uruguai, Partido Nacional, assumirá para atacar e liquidar as mínimas conquistas sociais obtidas com muito esforço nos governos da Frente Popular. A classe operária deve abstrair as ácidas lições da experiência vivida com os governos reformistas do nosso continente, Brasil, Chile, Equador, Bolívia, Uruguai, Argentina, Peru, etc.. todas gestões de colaboração de classes derrotadas em algum momento pela direita neofascista e que se renderam a lógica eleitoral da direita, deixando um enorme “prejuízo” a ser pago pelas massas populares.
É bom “refrescar” a memória dos pseudos marxistas , e “lembrar” a tese de Lenin (ler o livro Estado e Revolução), onde afirma que ocupar um governo pela via eleitoral é muito distinto de tomar o controle do Estado (poder político) e suas instituições. A Venezuela demonstra bem a realidade prática da tese Leninista, o Chavismo para não ser “surpreendido” por um golpe institucional, ou mesmo um mau resultado eleitoral, tratou de tomar o poder (controlar todas as instituições do Estado) e não simplesmente ocupar temporariamente um governo de turno. Chavez (falecido em 2013) e Nicolas Maduro do PSUV estão no poder de Estado desde 1999, período brevemente interrompido pela tentativa de um golpe militar em 2002 que só durou três dias, não há “segredo” algum na longevidade do chavismo: detém o mando das Forças Armadas e de todo o sistema judiciário do país, podendo inclusive perder temporariamente uma maioria eleitoral. O imperialismo ianque sabe que para retirar o PSUV do Estado, além de estrangular a economia venezuelana, terá que recorrer à força, o que está tentando sem sucesso há vinte anos. Porém, os outros países capitalistas da América Latina não são Cuba (Estado Operário) e sequer chegam próximo do nacionalismo burguês vigente hoje na Venezuela, e o Uruguai assistirá a queda de mais um governo de colaboração de classes, sem que a Frente Ampla esboce qualquer reação fora dos marcos da legalidade burguesa, ou seja aguardará voltar ao governo nas próximas eleições presidenciais. Por outro lado a direita neoliberal do Uruguai, Partido Nacional, assumirá para atacar e liquidar as mínimas conquistas sociais obtidas com muito esforço nos governos da Frente Popular. A classe operária deve abstrair as ácidas lições da experiência vivida com os governos reformistas do nosso continente, Brasil, Chile, Equador, Bolívia, Uruguai, Argentina, Peru, etc.. todas gestões de colaboração de classes derrotadas em algum momento pela direita neofascista e que se renderam a lógica eleitoral da direita, deixando um enorme “prejuízo” a ser pago pelas massas populares.