Todos os dias negros e pobres morrem nas favelas do Rio. As
“balas achadas” do aparato repressivo do Estado burguês atingem crianças como
Ágatha assim como jovens, adultos e
idosos da classe trabalhadora como denunciou o desenho de Latuf arrancado pelo canalha fascista deputado coronel Tadeu na Câmarda dos Deputados. A população pobre e trabalhadora negra
está entre a maioria dos presos, dos explorados, dos desempregados, dos
analfabetos, dos que têm sua religiosidade perseguida, dos que são assassinados
por grupos de extermínio e dos que possuem o salário médio mais baixo dentre
todos os setores da sociedade brasileira. Não por acaso, a mesma acumulação
originária do capitalismo que aprisionou o negro na África e o escravizou no
Brasil, joga-o nas favelas e cortiços das cidades, explorando-o nas indústrias,
utilizando-o como exército de reserva para pagar menores salários. Não por
acaso a decisão de “libertar os escravos” no 13 de Maio de 1888 não passou de
uma formalidade baseada em uma necessidade econômica capitalista, que manteve a
terra nas mãos dos grandes proprietários que conseguiram mão de obra
assalariada barata face à inexistência para o escravo de uma opção que não
fosse vender sua força de trabalho aos antigos senhores. Hoje, como ontem, os
trabalhadores negros continuam lutando ao lado de seus irmãos de classe pela
verdadeira abolição da escravidão, que só pode vir pela liquidação do modo de
produção capitalista e não pela via de sórdidas campanhas hipócritas
patrocinadas pela classe dominante e suas abjetas celebridades. Para o capital
é necessário que o racismo continue existindo para justificar a desvalorização
extremamente lucrativa para o capitalista da força de trabalho negra e parda.
Basta verificar que hoje no Brasil o salário dos negros e pardos é metade ou
60% do salário médio pago aos brancos. Isto não é um mero produto de resquícios
dos preconceitos escravistas ainda presentes na mentalidade das pessoas.
Essa profunda precarização das condições de vida da maioria da população pobre e negra, maquiada pelas pesquisas dos institutos oficiais e ONGs, é o fruto atual da bárbara recolonização imperialista no Brasil. Esta luta não diz respeito somente ao povo pobre e trabalhador negro, ela deve ser tomada por todo o proletariado, que aprendendo com a luta de Zumbi, deve lutar conseqüentemente por construir um instrumento capaz de conduzir a luta anti-racial e a quebra de todos os grilhões capitalistas, o partido revolucionário trotskista que deverá elevar o combate consciente da luta de toda a classe oprimida por varrer da face da Terra toda opressão e exploração imposta pelo imperialismo rumo à construção do socialismo.
Essa profunda precarização das condições de vida da maioria da população pobre e negra, maquiada pelas pesquisas dos institutos oficiais e ONGs, é o fruto atual da bárbara recolonização imperialista no Brasil. Esta luta não diz respeito somente ao povo pobre e trabalhador negro, ela deve ser tomada por todo o proletariado, que aprendendo com a luta de Zumbi, deve lutar conseqüentemente por construir um instrumento capaz de conduzir a luta anti-racial e a quebra de todos os grilhões capitalistas, o partido revolucionário trotskista que deverá elevar o combate consciente da luta de toda a classe oprimida por varrer da face da Terra toda opressão e exploração imposta pelo imperialismo rumo à construção do socialismo.
A evolução capitalista aperfeiçoa as teorias racistas para
explicar o fracasso do sistema em proporcionar empregos para todos e condições
de vida adequadas. A pobreza do negro, consequência da incapacidade do
capitalismo em absorver sua força de trabalho assalariada, faz com que aspectos
inerentes às condições subumanas de vida sejam interpretados como devido à
raça. Por isso, o preconceito racial permanece até hoje, apesar da grande
miscigenação ocorrida no Brasil, onde estudos realizados por cálculos de
frequências gênicas demonstraram que a população do Nordeste e de parte do
Sudeste já atingiu 97% de panmixia, ou seja, de mistura total. Mesmo assim, o
racismo é uma realidade cotidiana. Fica fácil, então, compreender que o
problema do negro no Brasil não é simplesmente étnico. A raiz do problema é o
capitalismo que marginaliza e explora a sua força de trabalho, fortalecendo o
racismo.
Poucos são os negros que conseguiram acumular capital no
país. Estes se “aculturaram” e adotam a ideologia da classe dominante,
inclusive, com preconceitos contra sua própria raça. Figuras populares (antes
pobre e negras) como Pelé, Anita e tantos outros servem vergonhosamente a este
fim. Não por acaso o “rei do futebol” disse em 2014 ser normal operários morrerem
na construção de estádios para a Copa do Mundo. Apesar disso, as atuais
direções do movimento negro, considerando a questão étnica como principal fator
de discriminação dos negros, pregam a unidade de todos os negros (inclusive os
burgueses) contra o racismo. No sistema capitalista, não podemos alcançar o
pleno emprego e a socialização dos meios de produção, que são as bases da
diferença de classe que em muito fortalecem o racismo. Atualmente não se pode
falar de libertação dos negros sem vinculá-la à luta de classes e à necessidade
de emancipação do proletariado. A consciência meramente étnica é uma falsa
consciência. Para proporcionar a real libertação dos negros de sua secular
exploração e de todo tipo de preconceito é necessária a destruição do sistema
que o escraviza, humilha-o e explora-o até hoje: o capitalismo.
Definitivamente, essa luta não é apenas dos negros. O objetivo não é somente a
libertação de uma raça, mas de todo o proletariado!
Os Marxistas Revolucionários compreendem que a questão racial
não pode ser nem sequer seriamente colocada diante do agravamento sem
precedentes da barbárie imperialista racista sem uma luta implacável dos
trabalhadores, com seus próprios meios e organismos, contra a influência
política e ideológica da burguesia democratizante e sua demagogia “cidadã”
sobre as massas. Acontecimentos recentes nos EUA, com a morte sistemática de
trabalhadores e jovens negros, assim como ocorrem todos os dias no Brasil, onde
a política de segregação racial e social é responsável pela morte de milhares
de negros exigem uma direção revolucionária para derrotar o racismo e para
garantir as mínimas condições de sobrevivência à população superexplorada e
oprimida.
Vergonhosamente muitos partidos da esquerda reformista (PT,
PCdoB, PSOL, PSTU) apoiam as greves policiais, cuja principal reivindicação é o
revigoramento do aparato repressivo, semeiam a ilusão de que o Estado
capitalista deve exercer um papel moderador em relação aos “excessos” da
discriminação racial. Da mesma forma que reivindicam mais delegacias de
mulheres, como medida para combater os problemas imediatos da opressão de
gênero. No mesmo sentido, está a defesa de reserva de cotas para negros nas
universidades, nas empresas, nos cargos públicos etc. que segue a lógica das políticas
compensatórias ou “ações afirmativas”, criadas nos Estados Unidos, em 1965,
pelo presidente Lyndon Johnson para frear a luta do movimento negro. A tal
“ação afirmativa” é, na verdade, uma artimanha reacionária para dividir a luta
anti-racista, promovendo uma aparente integração do negro, com a concessão de
pequenas migalhas a poucos “beneficiados”, preservando o essencial do racismo,
a superexploração da força de trabalho negra e parda. A esquerda reformista
compra a enganação capitalista e passa a defender a inclusão cidadã do negro no
mercado consumidor capitalista.
Desde a LBI deixamos claro que toda nossa solidariedade está
incondicionalmente com o movimento negro que resiste no Brasil, nos EUA e em
todo o mundo contra a repressão estatal e ao genocídio dos trabalhadores e
jovens plebeus negros. O ataque armado aos policiais são parte da guerra de
classe que neste caso está indissoluvelmente ligada a luta contra o racismo
engendrada pelo capitalismo. Consideramos justo e legítimo o ódio negro e avaliamos
que a melhor forma de combater a ofensiva assassina dos bandos fascistas
apoiados pela polícia ou a violência desferida diretamente pelo aparato estatal
é a formação de milícias de auto-defesa unindo trabalhadores negros e brancos
contra a exploração e o racismo. Reafirmamos que hoje não vacilamos em dizer
que toda nossa simpatia e solidariedade estão com os jovens negros e seu
“ardente desejo de vingança”, que lutam com as “armas” que tem a mão contra o
terror estatal e fascista, forjando um partido revolucionário e
internacionalista para dar consequência política e programáticas a essas ações
pontuais que apesar de corajosas são limitadas na luta contra o imperialismo
ianque. Nesse sentido, para derrotar a
ofensiva assassina do Estado capitalista e a bárbara ação policial deve-se
construir milícias de autodefesa do povo pobre e dos trabalhadores, convocando
uma paralisação geral dos trabalhadores! Os lutadores não podem ter nenhuma
ilusão na justiça capitalista e em seu Estado, são instrumentos de classe da
burguesia contra os trabalhadores, como mostra a decisão de inocentar os
policiais assassinos!
Os ataques de claro conteúdo fascista e racistas que presenciamos hoje em todo o planeta estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo ianque do qual Obama é porta-voz e que no Brasil tem como seu representante o rascista Bolsonaro. Como não há um contraponto revolucionário à degradação de uma sociedade doente que recorre a um estado policial contra seu próprio povo, a humanidade tende a caminhar para a barbárie imposta pelo império decadente. Desgraçadamente, se não houver uma direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o planeta, assassinatos racistas, carnificinas neonazistas e guerras genocidas acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Sem a intervenção do proletariado nesta conjuntura fascistizante em defesa da liquidação deste estado policial e pela liberdade imediata dos negros e trabalhadores encarcerados, o capitalismo não se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para a barbárie. Estamos vendo a volta com força do fascismo em escala interna e planetária, uma expressão disso são Trump e Bolsonaro. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias como o assassinato diário de jovens negros, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.