Em entrevista à TV do portal 247, um porta voz oficioso da
Frente Popular, o ex-presidente Lula em um raro lapso de sinceridade confessou
o que toda a esquerda revolucionária já vinha afirmando há muito tempo, o PT
teria facilitado a eleição do neofascista Bolsonaro para valorizar
politicamente seu retorno ao Palácio do Planalto em 2022. A estratégia dos
reformistas está absolutamente focada nas eleições de 2022, onde “sonham”
voltar a gerência geral dos negócios da burguesia. Desta forma, após sofrerem o
golpe institucional em 2016, o PT vem sabotando diretamente qualquer tentativa
de resistência das massas via ação direta, que extrapole o calendário eleitoral
imposto pelo regime. Foi assim com o movimento “Fora Temer”, desarmado pela
Frente Popular quando atingia seu pico maior de mobilização, depois o “Ele
Não!” seguiu a mesma sina de boicote para impedir sua continuidade que ameaçava
a realização das eleições fraudadas. Consumada a eleição do governo
neofascista, o PT e seus apêndices estão na linha de frente para desmontar a
rebelião latente do proletariado contra as medidas neoliberais ditadas pelo
mercado a este Congresso fantoche dos rentistas. Foram aprovadas as
(contra)reformas trabalhista e da Previdência sem que o PT e a CUT desse um
passo concreto no sentido da greve geral para barrar o desastre social que já
se anuncia, coube a Frente Popular o tradicional discurso demagógico para que
os parlamentares da direita votassem “segundo sua consciência”, ou seja
inutilidade derrotista que reforçou ainda mais a ofensiva imperialista contra
as conquistas históricas da classe operária. Com a liberdade conseguida por um
frágil acordo no STF, inclusive ameaçado de reversão na próxima etapa, Lula
está seguro que voltará a comandar o país e prega abertamente a “expiação” da
população pobre nas mãos deste governo neofascista, vejamos o que afirmou na
entrevista a TV 247: “Eu acho que a sociedade vai aprendendo, de porrada em
porrada a gente vai aprendendo como são as coisas. Quem sabe o Brasil
precisasse de um Bolsonaro para valorizar um pouco a democracia”. Mais claro
impossível, este é o papel nefasto para trabalhadores com que atua com maestria
e sem máscara o campeão da conciliação de classes, Lula da Silva. Em um
dramático apelo para que a burguesia lhe aceite novamente como gerente estatal,
Lula com toda a “cara de pau” promete que evitará a todo custo em seu possível
futuro governo revoltas populares como as que ocorrem hoje no Chile, Colômbia:
“Encontre um gesto meu em que houve qualquer bagunça neste país”, e com todo
cinismo finaliza: “Participei de todos os protestos, inclusive na campanha de
impeachment do Collor e você não viu nenhum quebra-quebra”. É a declaração
reformista que confessa o objetivo central da Frente Popular neste período de
profunda instabilidade do modo de produção capitalista, será o “bombeiro” para
tentar apagar a chama da revolução socialista que cruza o continente. Resta
saber se as condições objetivas da luta de classes permitirão que a burguesia
nacional aceite ou não a prestação de serviços oferecida pela Frente Popular,
no atual cenário as tendências apontam muito mais para o recrudescimento do
regime bonapartista do que para um retorno do pacto social com os reformistas.
Para seguir esta estratégia de “pacificação” proposta Lula e o PT, somente
correntes de esquerda completamente degeneradas e corrompidas, como o PCO e
PCdoB, para não falar da social democracia do PSOL. É urgente a reorganização
da vanguarda classista para a construção de um genuíno partido
Marxista-leninista, que reoriente a senda da revolução socialista para a
derrota cabal da ofensiva neofascista!