quarta-feira, 13 de novembro de 2019

GOVERNO TÍTERE DOS EUA ENFRENTA RESISTÊNCIA OPERÁRIA E POPULAR. EVO DIZ QUE PODE VOLTAR PARA “PACIFICAR O PAÍS”... EXIGIMOS UMA POLÍTICA PARA DERROTAR JÁ OS GOLPISTAS!


A crise política intensifica-se na Bolívia, mesmo após o golpe de Estado que impôs a renúncia do presidente Evo Morales. A resistência operária, popular e camponesa contra a ofensiva da extrema direita, se espalhou pelo país, concentrando-se hoje na capital La Paz, sede do governo central. É por isso que o imperialismo e seus títeres fascistas “forçaram a mão” para empossar rapidamente a senadora, autoproclamada presidente, Jeanine Añez, uma personagem sem grande expressão ou força política própria, oriunda da região racista conhecida por “Meia Lua”, apoiada pelos bandos policiais, a cúpula do exército e as hordas da extrema direita. Em sua primeira apresentação, na varanda do palácio, o fanático reacionário Luis Fernando Camacho estava à sua direita com uma bíblia na mão, representando as seitas pentecostais que tiveram um papel determinante no golpe. Porém o governo “tampão” de Jeanine é um muito frágil politicamente, um títere bancado às pressas pela embaixada norte-americana, diante de uma disputa de poder entre as próprias frações golpistas que ameaçava a governabilidade golpista. Añez só conseguiu efetivar a manobra da autoproclamação porque a maioria dos parlamentares do MAS estava ausente da esvaziada sessão do Congresso, grande parte da bancada masista seguiu a covarde renúncia de Evo e Linera, deixando o caminho livre para esse curso golpista e antidemocrático. Observando que mesmo sem uma direção política que apontasse o caminho da resistência ao golpe, se avolumavam os protestos em La Paz e El Alto contra Jeanine, forçando a renunciante presidenta do Senado, Adriana Salvatierra, primeira na ordem sucessora na ausência do presidente e do vice, a decidir voltar atrás e assumir novamente seu posto, seguida de outros parlamentares do MAS, que com grande dificuldade por obstrução da polícia, conseguiram a pouco adentrar na Câmara dos Deputados. Os manifestantes de El Alto, no meio da desorientação provocada pela postura capituladora da direção do MAS, chegaram a levantar a bandeira de que o general Williams Kaliman, comandante das FFAA e o mesmo que exigiu a renúncia de Evo, assumisse a presidência da república. Talvez este fato tenha levado a golpista Jeanine a nomear outro comandante para as Forças Armadas, o general Orellana, elevando os atritos no interior do bloco golpista. Añez prometeu convocar eleições “democráticas” no tempo mais breve possível, mas não marcou sequer a data, muito provavelmente nem esteja mais no posto usurpado nas próximas semanas, na medida do agravamento da crise de governabilidade. A dupla de velhacos Trump e Bolsonaro quer mascarar o golpe policial&militar com uma fachada “constitucional”, sustentando a frágil senadora de “cabelos oxigenados” na cadeira presidencial por mais tempo possível, o que esbarra no voraz apetite do fascista Camacho, contido temporariamente diante do inimigo maior: o crescente da resistência operária, popular e camponesa aos planos golpistas. Porém sem um norte político e sem lideranças, a mobilização anti-golpe tende a se arrefecer, sendo derrotada com métodos violentos de uma guerra civil. Evo e seu grupo sinalizou do México que poderia voltar a Bolivia... "para pacificar o país". Obviamente com este aceno busca um acordo político com as oligarquias e os EUA no sentido de poder concorrer em novas eleições. O combativo movimento de massas que espontaneamente demonstrou muita coragem no enfrentamento com a reação golpista não pode esperar muito tempo, deve exigir o retorno imediato de todos os dirigentes do MAS, prefeitos, governadores, parlamentares que renunciaram covardemente e principalmente a volta de sua principal referência, o presidente Evo Morales. Mas não para pactuarem um “acordo nacional” no sentido de estancar a crise do regime burguês, e sim para derrotar os golpistas pela via da ação direta da classe operária. Obviamente como Marxistas conhecemos muito bem a impotência histórica do nacionalismo burguês em enfrentar a reação, Evo repetiu simetricamente a “saga” de Peron em 55, Jango em 64 e Allende em 73, este último pelo menos teve a “decência moral” do auto sacrifício. Porém é necessário acelerar dramaticamente a perda das ilusões do proletariado na camarilha dirigente do MAS, neste sentido de faz necessário, sem tergiversação alguma como faz o arco revisionista (PTS, PO, LIT, UIT etc..), o chamado a frente única com Evo, para combater o golpe de Estado patrocinado por Trump e Bolsonaro.