terça-feira, 6 de julho de 2021

PSTU DEFENDEU UNIDADE COM A DIREITA “VERDE AMARELA” NAS JORNADAS DE JUNHO (2013): AGORA SE UNE A FRENTE BURGUESA COM PT E PSDB NAS MANIFESTAÇÕES PELO IMPEACHMENT

No artigo “Somos brasileiros contra os governos e o imperialismo”, (04/07/2013), o PSTU defendeu a unidade com a direita verde-amarela fascista nas Jornadas de Junho, afirmando “O verde-amarelo tomou conta das ruas nos protestos brasileiros. Em todas as passeatas, os gritos de ‘sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor’, o canto exaltado do Hino Nacional e o rosto pintado com as cores da bandeira marcaram forte presença, lembrando o magnífico movimento do ‘Fora Collor’ do início da década de 90. Esse sentimento de identidade e unidade, de um povo que sofre junto à roubalheira dos políticos, o aumento das passagens de ônibus, a inflação, a educação e a saúde precárias, que está endividado e não aguenta mais a demagogia do governo. É a expressão de que estamos unidos, que esse governo não representa nossos valores porque somos trabalhadores honestos e ganhamos a vida com suor, que defendemos nosso país contra tudo que está aí”.

Hoje o PSTU defende a Frente Ampla burguesa contra Bolsonaro, antes juntou-se com a direita “verde amarela” pelo golpe institucional contra Dilma (2016). Neste momento, o PSTU está nas manifestações junto com o PSDB, Novo e MBL, além do PT contra o clã miliciano, atacando inclusive quem se opõe a essa política vergonhosa, acusando os críticos dessa unidade de colaboração de classes de "fazerem o jogo de Bolsonaro". Em resumo os Morenistas estão sempre de mãos dadas com a burguesia!

Agora o PSTU sai em defesa da presença do tucano no ato de sábado, 3J: “O PSDB não estava 'infiltrado' no ato. Pelo contrário, já havia anunciado que iriam ao protesto. Mas esse nem é o problema. Na luta pelo Fora Bolsonaro, ou seja, para se pôr fim a esse governo, que é praticamente um consenso (ou deveria ser) que conta com um projeto autoritário, deve-se contar com todas as forças políticas que se disponham a ir às ruas contra ele. Todos os setores, incluindo a direita democrática-liberal.” (site PSTU, 05/07). Os Morenistas defendem como em 2013 e 2016 a unidade "verde e amarela" com a direita, o vermelho é apenas um detalhe, a "cereja do bolo"

O PSTU e a Conlutas assinaram o “superpedido de impeachment”. José Maria de Almeida esteve na Câmara dos Deputados pessoalmente para mostrar seu compromisso com a política de colaborção de classes da Frente Popular de aliança com a direita. Segundo os Morenistas, “A CSP-Conlutas é uma das signatárias do superpedido de impeachment por ser uma das integrantes da campanha Fora Bolsonaro desde o início e entender que as iniciativas unitárias para defender a vida e colocar para fora esse governo genocida são necessárias. A central também valoriza a amplitude da ação e o fato de estar amparada em mobilizações da classe trabalhadora. “É importante essa iniciativa e quanto mais ampla for, melhor. Destacamos especialmente o fato deste protocolo estar sendo combinado com o que de fato pode e deve decidir os rumos da vida da nossa classe que são as mobilizações de rua, e a nossa luta enquanto central neste momento também é a construção de uma greve geral sanitária” declarou o dirigente do PSTU. 

Regristre-se que o pedido foi assinado por uma “Frente Ampla” burguesa unindo desde o PSTU até Joice Hasselmann (PSL), Alexandre Frota (PSDB), Roberto Freire (Cidadania) e Kim Kataguiri (DEM), além obviamente de figuras do PT, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Cidadania. Agora o PSDB participou do 3J que também contou com o apoio da Rede Globo, no que foi aplaudido pelo PSTU. 

Essa ampla aliança coloca nos marcos do regime político burguês a pressão institucional pela saída de Bolsonaro pela via do impeachment, inclusive sinalizando ampla simpatia pelo vice Mourão. A “cereja no bolo” foi a presença do presidente do PSTU, José Maria de Almeida, que ao lado de seus pares e todo a vontade foi logo dizendo que “Estamos aqui para somar!”. 

Em resumo, trata-se da reedição da velha política de apostar as fichas no parlamento burguês para ser um elemento de pressão sobre a chamada “CPI do Genocídio” enquanto sabotam as lutas diretas. Os Morenistas do PSTU que saudaram o golpe parlamentar contra Dilma em 2016, agora dão um passo a diante: junto com a Frente Popular se unem aos “bolsonaristas arrependidos” para angariar votos pelo impeachment de Bolsonaro. Tanto antes, como agora, o PSTU sempre como linha auxiliar da burguesia! 

Em resumo, a direção do PSTU deseja seguir disciplinadamente os passos do PT, PSOL e do “conjunto da oposição” que é de “sangrar” Bolsonaro até 2022 visando o estabelecimento da “Frente Ampla” burguesa para a disputa presidencial. Com esta medida fica evidente que os Morenistas seguem a política da Frente Ampla de acumular forças eleitorais para as eleições presidenciais, ação direta dos trabalhadores nem pensar! O circo do impeachment está a serviço dessa plataforma! 

Lembremos que PSTU lançou o artigo “O PT, o PSOL e o debate sobre a Frente Ampla” escrito pelo dirigente Eduardo Almeida (05/05/2021) em que afirmava: “Em meio a uma explosiva situação social, o PT e o PSOL se movimentam, fixados nas eleições de 2022. O PT se fortaleceu com a liberação de Lula, novamente viável como candidato a presidência. E está buscando costurar uma ‘Frente Ampla’, que inclua partidos tradicionais da burguesia... No campo do PSOL já está instalado um debate público sobre o tema. A maioria da direção defende o apoio a Lula já no primeiro turno”. 

O PSTU protocolarmente reclama dessa linha política de colaboração de classes, mas acaba votando no PT, como ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando apoiou Haddad para “derrotar Bolsonaro”. 

Não por acaso o artigo afirma “Concordamos que é necessário derrotar Bolsonaro. É por isso que estamos na linha de frente da defesa de um movimento de massas para derrotá-lo através das mobilizações de massas. Polemizamos com o PT e a direção da CUT porque eles querem levar tudo para as eleições. Também achamos importante derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, quando chegar a hora”. 

Em resumo, o PSTU avisa: podemos até lançar nossa candidatura testemunhal no 1º turno mas com toda a certeza vamos votar em Lula (PT) e na Frente Ampla burguesa quando chegar a hora, ou seja, no 2º turno da eleição presidencial de 2022! 

Para enganar tolos, Eduardo afirma: “O PSTU defende a mais ampla unidade de ação pela derrubada do governo Bolsonaro, já. E defenderemos, nas eleições de 2022, uma alternativa socialista, independente de todos os setores da burguesia. Nossa proposta é categoricamente distinta dessa ‘frente ampla’ do PT, PSOL e partidos da burguesia que está sendo montada”. Ele só não diz que essa linha deve ser adotada somente até o 1º turno, depois o PSTU vai fazer como o PSOL e os próprios Morenistas fizeram em 2018: vota no PT, no caso em Lula! 

Depois de pagar um preço alto pelo isolamento de não ter se oposto ao golpe parlamentar contra Dilma em 2016 (o que sem dúvida foi um erro político grave) o PSTU resolveu em 2018 “espiar seus pecados” e votou no PT, argumentando o perigo da “volta da ditadura militar” quando dizia que sequer existia “onda conservadora” no Brasil! 

O mais grave é que o PSTU resolveu apoiar Haddad em 2018 justamente quando o candidato do PT rebaixou ainda mais seu programa para agradar a burguesia, se comprometendo com a reforma da previdência e o ajuste neoliberal. Em 2022 vai fazer o mesmo com Lula e sua Frente Ampla! 

A estratégia da Frente Popular está toda montada na base podre do cretinismo parlamentar, disseminando a ilusão de uma vitória eleitoral assegurada em 2022. Nesse sentido, articula sua frente de “oposição” mais ampla possível, com Tucanos e até Demistas, contando agora com a presença do PSTU. 

Nesse caminho rejeitam cabalmente a derrubada revolucionário de Bolsonaro se limitando ao pedido de impeachment pela via do Congresso Nacional, que representa a ascensão do vice, o general Mourão.

Apontamos que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual.