LULA DE MÃOS DADAS COM BIDEN E A OTAN: “LAMENTAMOS
A VIOLAÇÃO DA INTEGRIDADE TERRITORIAL DA UCRÂNIA PELA RÚSSIA E A ANEXAÇÃO DE
PARTES DE SEU TERRITÓRIO COMO VIOLAÇÕES FLAGRANTES DO DIREITO INTERNACIONAL”
O Blog da LBI publica na íntegra a Declaração conjunta da reunião entre os presidentes Lula e Biden realizada em 10 de fevereiro em que o vassalo petista “assina em baixo” o texto elaborado pela Casa Branca que condena a Rússia na guerra contra a Ucrânia/OTAN, além de apontar as bases para a “supervisão internacional” da Amazônia em parceria entreguista com os EUA.
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Washington, 10 de fevereiro de 2023: Hoje, o presidente dos
Estados Unidos, Joseph R. Biden Jr., e o presidente da República Federativa do
Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniram-se em Washington, D.C. Durante o
encontro, os dois líderes reafirmaram a natureza vital e duradoura da relação
Brasil-EUA e ressaltaram que o fortalecimento da democracia, a promoção do
respeito aos direitos humanos e o enfrentamento da crise climática permanecem
no centro da agenda comum.
Como líderes das duas maiores democracias das Américas, o presidente Biden e o presidente Lula se comprometeram a trabalhar juntos para fortalecer as instituições democráticas e saudaram a segunda Cúpula pela Democracia, a realizar-se em março de 2023.
Ambos os líderes notaram que continuam a rejeitar o extremismo e a violência na política, condenaram o discurso de ódio, reafirmaram sua intenção de construir resiliência da sociedade à desinformação, e concordaram em trabalhar juntos nessas questões.
Eles discutiram objetivos comuns de avançar a agenda dos direitos humanos por meio da cooperação e coordenação em questões como inclusão social e direitos trabalhistas, igualdade de gênero, equidade e justiça raciais, e a proteção dos direitos das pessoas LGBTQI+.
Eles também se comprometeram a revitalizar o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para a Eliminação da Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade para benefício mutuo de comunidades raciais, étnicas e indígenas marginalizadas, incluindo afrodescendentes em ambos os países.
Os dois líderes estão determinados a dar prioridade urgente à mudança climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética.
Eles reconhecem o papel de liderança que o Brasil e os EUA podem desempenhar por meio da cooperação bilateral e multilateral, inclusive sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris.
Os presidentes Lula e Biden recordaram a Iniciativa Conjunta sobre Mudança do Clima estabelecida em 2015, que criou o Grupo de Trabalho de Alto Nível Brasil-EUA sobre Mudança do Clima (GTMC).
Eles decidiram instruir o GTMC a voltar a reunir-se com a maior brevidade possível para discutir áreas de cooperação, como o combate ao desmatamento e à degradação, o fortalecimento da bioeconomia, da implantação de energia limpa, das ações de adaptação e a promoção de práticas agrícolas de baixo carbono.
Como parte desses esforços, os EUA anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso norte-americano para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região crítica.
Os líderes também expressaram sua determinação em combater a fome e a pobreza, melhorar a segurança alimentar global, promover o comércio e remover barreiras, promover a cooperação econômica e fortalecer a paz e a segurança internacionais.
Eles também discutiram seu interesse em intensificar a cooperação bilateral em áreas como comércio e investimento, energia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, defesa, educação e cultura, e assuntos consulares, por meio de uma abordagem focada em resultados que beneficie ambas as sociedades.
Reconhecendo a importância da resiliência das cadeias de suprimentos, especialmente na atual conjuntura global, os presidentes se comprometeram a continuar a cooperação nesse campo com diálogos público-privados específicos.
Os dois líderes também discutiram uma ampla gama de questões globais e regionais de interesse mútuo. Eles lamentaram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional e pediram uma paz justa e duradoura.
Expressaram preocupação com os efeitos globais do conflito na segurança alimentar e energética, especialmente nas regiões mais pobres do planeta, e manifestaram apoio ao pleno funcionamento da Iniciativa Grãos do Mar Negro.
O presidente Lula e o presidente Biden tencionam fortalecer a cooperação em instituições multilaterais, particularmente no contexto da próxima presidência brasileira do G20.
Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a expansão do órgão para incluir assentos permanentes paras países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder, de forma mais eficaz, as questões mais prementes de paz e segurança global.
O presidente Lula convidou o presidente Biden a visitar o Brasil, e o presidente Biden aceitou o convite. Os dois líderes se comprometeram a ampliar o diálogo e a buscar uma cooperação mais profunda na preparação para a celebração do bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA em 2024.