terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

PORQUE BIDEN PRIORIZA A PARCERIA COM LULA? PETISTA É O MELHOR NOME PARA CONTER A LATENTE REBELIÃO SOCIAL COM A CORTINA DE FUMAÇA DO IDENTITARISMO E APOLOGIA DA DEMOCRACIA BURGUESA 

A esquerda burguesa tupiniquim sob o comando do PT vem apresentando a visita de Lula a Biden nos EUA, que ocorrerá no próximo dia 10, como um trunfo internacional no “combate ao fascismo e em defesa da democracia”. Os elogios rasgados da Casa Branca ao petista, inclusive com direito a hospedagem especial bancada pelo “Tio Sam”, não deixam dúvidas que o representante do imperialismo ianque prioriza a parceria com Lula no continente latino-americano e mesmo em nível global. Essa aliança está baseada no alinhamento do governo da Frente Ampla no Brasil com as diretrizes centrais de Washington: apoio à golpista assassina no Peru (inclusive enviando armas, munições e gás lacrimogêneo), condenação da guerra da Rússia contra a Ucrânia/OTAN e, fundamentalmente, acordo com a plataforma político-programática da Governança Global do Capital Financeiro que tem em Lula o melhor nome para conter a latente rebelião social com a cortina de fumaça do identitarismo e a apologia da democracia burguesa. Apesar de todos esses fatos notórios e das alianças burguesas do PT com a direita (como vimos nas eleições da Câmara e do Senado) e as oligarquias regionais, um amplo leque das correntes de esquerda “jura de pés juntos” que o governo petucano não está alinhado com o imperialismo, o corrompido Rui Costa Pimenta chega a afirmar que “Lula hoje só não está à esquerda do PCO”. 

Como a LBI vem demonstrando a Frente Popular com o aval da Casa Branca utiliza o espantalho midiático do “combate ao fascismo” para alinhar a esmagadora maioria das forças políticas, a grande mídia corporativa (Rede Globo, CNN) e as instituições do regime capitalista (STF, FFAA) com o governo burguês Lula&Alckmin, um arco que vai do PSDB, MDB, Lira, Pacheco... até o PSTU e PCO. Não por acaso, o foco do encontro entre Lula e Biden nos EUA será o “combate à extrema direita internacional”. 

Nesse sentido, a luta de classes e os interesses antagônicos entre os trabalhadores e capitalistas é substituído por uma frente ampla para derrotar Bolsonaro (e Trump), que diga-se de passagem fugiu covardemente para os EUA e deve ser processado e depois preso a mando do STF quando pisar por aqui. 

Esse embuste político e teórico relega até mesmo a existência do imperialismo ianque, patrocinador maior das guerras, golpes e do fascismo no mundo, como vemos na Ucrânia e no Peru, em nome da “defesa da democracia”. A luta pela revolução socialista, a defesa da liquidação violenta e insurrecional do Estado burguês e suas instituições (FFAA, justiça, parlamento) é substituída até pela esquerda que se proclama “revolucionária” pela apologia a democracia dos ricos e seus pilares institucionais, apresentando o tal “Estado Democrático de Direito” como um ente sagrado e universal, acima dos conflitos entre as classes sociais. 

Para esta esquerda domesticada, cujo exemplo maior de degeneração é o PCO, Lula é um líder anti-imperialista, tanto que Rui Pimenta alega cinicamente “A crítica à Rússia foi formal. E sua colocação foi de independência total em relação ao imperialismo”. Somente uma corrente completamente corrompida pode afirmar tal embuste. Lula condenou publicamente na visita do chanceler alemão a ação militar russa e somente não enviou armas para a Ucrânia simplesmente porque não servem para uma guerra. 

Enquanto envia material bélico para reprimir covardemente o povo peruano, que luta desarmado contra a “GenoDina” golpista apoiada pelo Itamaraty, Lula faz demagogia barata dizendo que não enviará armas para o governo da Ucrânia, apesar de condenar publicamente a ação militar da Rússia: “O Brasil não tem interesse em passar munições para que elas não sejam utilizadas na guerra entre Ucrânia e Rússia”. 

A recusa do governo da Frente Ampla burguesa em fornecer armas para o neofascista Zelensky não tem uma raiz na política internacional do PT, é na verdade uma decisão baseada em um parecer técnico que aponta que as armas brasileiras terão pouca utilidade e eficiência em uma guerra de dimensões bélicas hipersônicas, ou seja, armamento de “terceira geração”. Porém esta munição brasileira se presta muito bem para matar um povo que luta sem armas, empunhando a bandeira da rebelião popular no Peru.  

Lula teve uma reunião preparatória com a nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley. Segundo ela “Nós discutimos mudança climática, direitos humanos, democracia e as fragilidades da democracia não só no Brasil, nos Estados Unidos, mas também no resto do mundo”, justamente a agenda do Fórum de Davos e da Governança Global do Capital Financeiro. Como não apontar essa plataforma como um alinhamento com o imperialismo ianque? 

A resposta é que o conjunto desta esquerda, incluindo PSTU e PCO, está integrada política e materialmente ao governo da Frente Ampla, recebendo as benesses das gorjetas de Lula e seu séquito vassalo da Casa Branca.

O PCO chega ao disparate de afirmar “Para que haja esse compromisso e/ou alinhamento o governo teria que adotar uma política neoliberal. No entanto, não há qualquer elemento que indique ou acene nesse sentido, ao contrário. O que precisa ficar compreendido é que do ponto de vista geral, a política econômica do governo é de tipo nacionalista e não de submissão aos ditames do imperialismo” (DCO, 06.02). 

Estamos falando de um governo que fechou com a agenda das grandes corporações na Câmara e no Senado, elegendo representantes da direita para seu comando, ao mesmo tempo em que não aumenta o salário mínimo e confisca a renda dos trabalhadores com o Imposto de Renda para quem ganha pouco mais de 1.900,00 reais! Lula, Haddad e Marinho já declararam que não irão revogar a famigerada anti-reforma neoliberal trabalhista e previdenciária de Temer e Bolsonaro! Trata-se de uma clara receita de ajuste neoliberal que segue as ordens da Casa Branca, mas para o demente corrupto Rui Pimenta essa é uma política de tipo nacionalista!!!

Não por acaso Haddad, Marina Silva e Anielle Franco irão acompanhar o petista nos EUA, para mostrar o compromisso econômico e identitário de seu gabinete ministerial com a pauta programática de Washington, que inclui usar luta dos negros, mulheres e dos “povos da floresta” como moeda de troca nos acordos internacionais capitalistas subservientes, que inclusive aponta para uma força militar internacional amazônica com presença militar dos EUA/OTAN e o controle da região pelas ONG´s bancadas pelas fundações estatais e privadas imperialistas.

Os Marxistas Revolucionários denunciam essa viagem de Lula aos EUA como um gesto de completa vassalagem, todo o contrário do que dizem as correntes corrompidas pelo Lulismo, como o PCO, que vendem a ilusão de que o petista personificaria a luta anti-imperialista. Nada mais falso, Lula é o velho pelego da colaboração de classes convertido hoje a um “poodle” domesticado do imperialismo ianque!