HÁ 37 ANOS DA MORTE DE NAHUEL MORENO: HOJE SEUS HERDEIROS
AVANÇAM NA ESCANDALOSA ALIANÇA COM O IMPERIALISMO
Em 25 de janeiro de 1987, há 37 anos atrás, morria em Buenos
Aires Hugo Miguel Bressano Capacete, conhecido na esquerda trotskista mundial
como Nahuel Moreno. Sua militância política iniciara-se muito cedo em meio à
efervescência operária dos anos 40, quando aos 20 anos de idade ajudou a fundar
um pequeno núcleo político-sindical denominado Grupo Operário Marxista (GOM).
Em quase 50 anos de militância foi o responsável pela fundação de várias
organizações revisionistas na Argentina e América Latina, além de exercer
influência sobre pequenos agrupamentos em outros países no qual desembocara a
sua última “obra” a LIT. Para entendermos um pouco o pensamento de Moreno é
necessário aportarmos à crise que se abateu sobre a IV Internacional após a
morte de Leon Trotsky, em razão da inexperiência e debilidade da direção
política. Ou seja, como Trotsky prognosticara, a Segunda Guerra Mundial
provocou um enorme ascenso revolucionário na Europa e em várias regiões do
planeta, no entanto os dirigentes da Quarta, Mandel, James Cannon, Joe Hansen,
Pierre Frank, Michel Pablo, Lívio Maitán, Pierre Lambert, Gerry Healy e outros,
não se colocaram à altura de suas tarefas, uma vez que esta não se tornou uma
organização de massas, posto que segundo Moreno vários prognósticos de Trotsky
para o período não se confirmaram. Moreno passa em razão deste “fracasso” a
elaborar suas próprias explicações para os novos fenômenos surgidos no
pós-guerra, as chamadas “atualizações programáticas” do Trotskismo. Estas
supostas “atualizações” do Programa de Transição resultaram na síntese do
revisionismo Morenista, tendo como ápice desta nova “teoria” a caracterização
das chamadas “revoluções democráticas ou políticas”, quase sempre movimentos
reacionários, manietados pelo imperialismo, dirigidos contra os Estados
operários ou regimes nacionalistas burgueses. Na verdade toda uma camada de
militantes da “nova geração” das correntes que ainda reivindicam o Morenismo
sequer foi educada sob as bases programáticas do Trotskismo, estão em plena
sintonia com o discurso vazio do “novo” e da busca de uma “nova práxis”, o que
significa realmente um desconforto da pequena- burguesia com a mínima
disciplina partidária bolchevique, considerada uma peça arcaica de museu ou
mesmo um libelo do “autoritarismo stalinista”, mais ainda reivindica
formalmente pelos “velhos Morenistas”. Este nicho da esquerda revisionista
forjada ideologicamente na era pós-soviética, aderiu a democracia como um valor
universal, para eles bem superior politicamente a qualquer regime dos Estados
Operários, considerados como o foco da falta de liberdades e irradiador do
pensamento dogmático e conservador de uma “esquerda ultrapassada”. Fenômenos
partidários como o PSOL, PODEMOS etc... são a genuína referência destes
militantes e das organizações “Morenistas” 37 anos após a morte de seu
“mestre”.