O ultrarreacionário governo Trump sancionou, na semana
passada, um projeto de lei Denominado “Lei de Direitos Humanos e de Democracia
de Hong Kong”, uma versão diplomática imperialista de uma sinistra provocação à
soberania da nação chinesa, pelo caráter abertamente belicoso e de
interferência nos assuntos internos de um território que pertence legitimamente
à China, e que portanto está sob a gestão estatal do governo do Partido
Comunista Chinês, que apesar de estar muito longe do genuíno Marxismo, não confere
aos ianques o “direito internacional” de intervir em outra parte do planeta
para impor seus interesses geoestratégicos. Para aqueles da esquerda
revisionista que defendem a “democracia do capital” contra o autoritarismo do
“socialismo chinês” (que repetimos de socialismo não tem muito a ver), seria
oportuno verificar as reais intenções do Pentágono em apoiar a suposta
“rebelião popular” em Hong Kong, vejamos o decreto de Trump: “A legislação
exige que o governo dos EUA examine minuciosamente se Hong Kong aplica as leis
de controle de exportação e a política comercial dos EUA em relação à China,
com o objetivo de “proteger as empresas dos Estados Unidos em Hong Kong contra
a coerção econômica e o roubo de propriedade intelectual”. Nada mais franco e
claro oriundo das corporações imperialistas ianques muito preocupadas em
garantir a hegemonia do mercado mundial, sob a maquiagem política da defesa do
regime democrático no território nacional chinês. Por sua vez, a burocracia do
Partido Comunista adverte dos “perigos” da descarada investida imperialista,
através do Ministério das Relações Exteriores
declarou que os EUA “devem arcar
com as consequências das contramedidas de Pequim se continuarem a agir
arbitrariamente em relação a Hong Kong; e que a interferência de Washington nas
questões internas chinesas está fadada ao fracasso”. São os primeiros sintomas
de que uma guerra comercial já deflagrada ente a maior potência imperialista e
o gigante nacional do ex-Estado Operário, podem extrapolar dos limites econômicos.
Não por coincidência, em Hong Kong,
alguns milhares de manifestantes orientados pela Casa Branca, com profusão de
bandeiras norte-americanas, comemoraram o recente feriado ianque de ação de
graças e a assinatura por Trump da lei de ingerência sobre a China. Os
“protestos populares” de Hong Kong começaram em maio, coincidentemente com o
agravamento da guerra tarifária de Trump, sob pretexto de um projeto de lei de
extradição, apresentado depois do “clamor” gerado pelo assassinato de uma jovem
de Hong Kong pelo namorado durante viagem a Taiwan, com a qual não existia
legislação de extradição, permitindo a impunidade do criminoso. Hong Kong,
ex-colônia britânica arrancada a canhonaços da China para impor o tráfico de
ópio, vive desde 1997 sob um estatuto de autonomia, em que está mantido o
sistema ultraliberal e o número recorde de bilionários, enquanto boa parte da
população mora em cubículos. Também continua sendo um centro de especulação
internacional, mas sua importância diminuiu muito desde 1997, caindo de uma
economia equivalente a quase um quinto daquela da China continental para apenas
3% atualmente. Como Marxistas Leninistas não podemos coabitar uma “coalizão
democrática” com o imperialismo ianque contra os burocratas ex-maoístas, por
maior que sejam nossas diferenças programáticas com o Partido Comunista da
China. A verdadeira ficção política criada pela esquerda revisionista, de que a
“revolta da juventude” em Hong Kong tem uma orientação socialista não se
sustenta minimamente diante da análise dos fatos reais. É a mesma fraude
“teórica” que apresentava a “primavera árabe” como essencialmente
revolucionária, mas que terminou com a devastação imperialista da nação Líbia,
ou com a fracassada intervenção militar da OTAN contra o regime nacionalista da
Síria. Agora a já conhecida “santa aliança mundial” entre o revisionismo e o
imperialismo, que atuou em conjunto para destruir a URSS sob o pretexto de
combater os “crimes do stalinismo”, pretende desmembrar a China para impor a
“democracia ocidental” dos monopólios do capital financeiro.
sábado, 30 de novembro de 2019
LULA EM UM LAPSO DE SINCERIDADE: FACILITAMOS BOLSONARO PARA NA SEQUÊNCIA VOLTARMOS AO PLANALTO...
Em entrevista à TV do portal 247, um porta voz oficioso da
Frente Popular, o ex-presidente Lula em um raro lapso de sinceridade confessou
o que toda a esquerda revolucionária já vinha afirmando há muito tempo, o PT
teria facilitado a eleição do neofascista Bolsonaro para valorizar
politicamente seu retorno ao Palácio do Planalto em 2022. A estratégia dos
reformistas está absolutamente focada nas eleições de 2022, onde “sonham”
voltar a gerência geral dos negócios da burguesia. Desta forma, após sofrerem o
golpe institucional em 2016, o PT vem sabotando diretamente qualquer tentativa
de resistência das massas via ação direta, que extrapole o calendário eleitoral
imposto pelo regime. Foi assim com o movimento “Fora Temer”, desarmado pela
Frente Popular quando atingia seu pico maior de mobilização, depois o “Ele
Não!” seguiu a mesma sina de boicote para impedir sua continuidade que ameaçava
a realização das eleições fraudadas. Consumada a eleição do governo
neofascista, o PT e seus apêndices estão na linha de frente para desmontar a
rebelião latente do proletariado contra as medidas neoliberais ditadas pelo
mercado a este Congresso fantoche dos rentistas. Foram aprovadas as
(contra)reformas trabalhista e da Previdência sem que o PT e a CUT desse um
passo concreto no sentido da greve geral para barrar o desastre social que já
se anuncia, coube a Frente Popular o tradicional discurso demagógico para que
os parlamentares da direita votassem “segundo sua consciência”, ou seja
inutilidade derrotista que reforçou ainda mais a ofensiva imperialista contra
as conquistas históricas da classe operária. Com a liberdade conseguida por um
frágil acordo no STF, inclusive ameaçado de reversão na próxima etapa, Lula
está seguro que voltará a comandar o país e prega abertamente a “expiação” da
população pobre nas mãos deste governo neofascista, vejamos o que afirmou na
entrevista a TV 247: “Eu acho que a sociedade vai aprendendo, de porrada em
porrada a gente vai aprendendo como são as coisas. Quem sabe o Brasil
precisasse de um Bolsonaro para valorizar um pouco a democracia”. Mais claro
impossível, este é o papel nefasto para trabalhadores com que atua com maestria
e sem máscara o campeão da conciliação de classes, Lula da Silva. Em um
dramático apelo para que a burguesia lhe aceite novamente como gerente estatal,
Lula com toda a “cara de pau” promete que evitará a todo custo em seu possível
futuro governo revoltas populares como as que ocorrem hoje no Chile, Colômbia:
“Encontre um gesto meu em que houve qualquer bagunça neste país”, e com todo
cinismo finaliza: “Participei de todos os protestos, inclusive na campanha de
impeachment do Collor e você não viu nenhum quebra-quebra”. É a declaração
reformista que confessa o objetivo central da Frente Popular neste período de
profunda instabilidade do modo de produção capitalista, será o “bombeiro” para
tentar apagar a chama da revolução socialista que cruza o continente. Resta
saber se as condições objetivas da luta de classes permitirão que a burguesia
nacional aceite ou não a prestação de serviços oferecida pela Frente Popular,
no atual cenário as tendências apontam muito mais para o recrudescimento do
regime bonapartista do que para um retorno do pacto social com os reformistas.
Para seguir esta estratégia de “pacificação” proposta Lula e o PT, somente
correntes de esquerda completamente degeneradas e corrompidas, como o PCO e
PCdoB, para não falar da social democracia do PSOL. É urgente a reorganização
da vanguarda classista para a construção de um genuíno partido
Marxista-leninista, que reoriente a senda da revolução socialista para a
derrota cabal da ofensiva neofascista!
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
29 DE NOVEMBRO - DIA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO: LUTAR PELA DESTRUIÇÃO DO ENCLAVE SIONISTA E EM DEFESA DE UMA PALESTINA SOVIÉTICA BASEADA EM CONSELHOS OPERÁRIOS E CAMPONESES!
A recém-fundada Organizações das Nações Unidas, substituta
da antiga Liga das Nações, através da iniciativa dos Estados Unidos, e com o
apoio entusiástico da URSS, decretou em 29 de novembro de 1947 a divisão
definitiva da Palestina entre um Estado judeu e outro árabe palestino. O
stalinismo, após os acordos de Yalta, deixará o Oriente como uma área de
influência do imperialismo ianque, além da consideração do sionismo, em sua
versão trabalhista como um aliado político, com o qual desenvolverá uma frente
popular em Israel. O velho partido comunista palestino logo mudará seu nome
para israelense por considerar as massas árabes e palestinas como atrasadas e
feudais. Antes mesmo da oficialização do Estado de Israel, as tropas do Irgun
retomam os massacres aos palestinos, como a chacina da aldeia de "Deir
Yassin". Era o prenúncio do terrorismo sionista que irá assolar o povo
palestino até hoje. Exatamente no dia da proclamação oficial do Estado de
Israel, 15 de maio de 1948, é declarada a Iª guerra aos países árabes. O novo
exército de Israel, agora batizado "Tzahal", é abastecido belicamente
pela Thecoslováquia (membro do Pacto de Varsóvia) e Estados Unidos. Conseguindo
uma triunfal vitória, alarga, desta forma, em três vezes o seu território
traçado inicialmente pela ONU. O Estado árabe palestino estipulado pelo plano de
partilha não consegue sair do papel, já estava morto antes de nascer. Restando
ao Egito à anexação da faixa de Gaza e à Jordânia a anexação da Cisjordânia. Um
milhão e meio de palestinos deixam o agora chamado Estado de Israel, expulsos
de suas terras sob o bombardeio da aviação sionista, espalham-se pelo Líbano,
Egito, Jordânia, Síria. 600 mil palestinos permanecem no Estado sionista, sem
nenhum direito civil, tratados como cidadãos de segunda categoria em seu antigo
território nacional, servindo de mão de obra barata que irá mover a engrenagem
capitalista do enclave militar de Israel.
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
MÁFIA TOGADA DO TRF-4 AMPLIA PENA DE LULA NO CASO DO SÍTIO DE ATIBAIA: DECISÃO ARBITRÁRIA DO JUDICIÁRIO GOLPISTA BUSCA CHANTAGEAR AINDA MAIS O PT PARA QUE MANTENHA O MOVIMENTO OPERÁRIO PARALISADO DIANTE DOS ATAQUES NEOLIBERAIS DO NEOFASCISTA BOLSONARO
Os 3 membros da máfia togada do Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4) votaram, por unanimidade, para manter a condenação do
ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia. O relator João Pedro Gebran
Neto elevou a pena de Lula para 17 anos, 1 mês e 10 dias em regime fechado, no
que foi seguido pelos dois outros desembargadores. Lembremos que antes, em mais
um capítulo da farsa jurídica montada pela operação “Lava Jato” contra Lula, a
juíza federal Gabriela Hardt, substituta e marionete de Sérgio Moro, havia
condenado o ex-presidente petista a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o sítio em Atibaia. A acusação
é de que Lula teria recebido R$ 1 milhão em propinas referentes às reformas do
imóvel, que está em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e
ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar. Segundo a sentença, as obras foram
custeadas pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin. As acusações de
corrupção contra Lula acerca do sítio chegam a ser ridículas e passam muito
longe do verdadeiro processo de composição entre o Estado burguês e os grandes
grupos capitalistas. A “simbiose perfeita” entre a chamada iniciativa privada e
seus negócios com todas as instituições estatais não foi “inventada” pelo PT,
nos governos da Frente Popular apenas se reproduziu a secular prática
recorrente do capitalismo de “pagar” comissões a seus gerentes de turno. O
TRF-4 encarregou-se, na falta de um acórdão publicado pelo STF, de fazer, ele
próprio, a modulação da decisão do Supremo proposta cinicamente por Tofolli, decretando, por
João Gebran, que ele só vale para novos casos e alegou cinicamente que não há prejuízo ao
réu pelo desrespeito à ordem de apresentação de alegações finais. Não apenas
mantém-se uma sentença que é gritantemente montada à base do “cópia e cola” e
processualmente nula por decisão do STF como se estabelece um apenamento
gigantesco. É quase o dobro do que Sergio Moro fixou-lhe no já escandaloso caso
do Triplex. Porque tanta “truculência” dos membros do TRF-4? A resposta para os
Marxistas é óbvia: com essa decisão arbitrária o judiciário golpista e seu
regime bonapartista de exceção buscam chantagear ainda mais o PT para que a
frente popular mantenha o movimento operário paralisado diante aos ataques
neoliberais do neofascista Bolsonaro.
POR BOLIVIANO ATACA LBI E SEGUE COMEMORANDO A QUEDA DE EVO PELAS MÃOS DA DIREITA: BALANÇO DA SEITA REVISIONISTA É QUE NÃO HOUVE GOLPE DE ESTADO E SIM UMA “REBELIÃO POPULAR” QUE DERRUBOU O GOVERNO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO MAS
Em uma tentativa desesperada de encobrir sua traição
histórica a luta do proletariado boliviano ao se emblocar com a direita e o
fascismo contra o governo de colaboração de classes do MAS, o
POR boliviano resolveu atacar os “impostores que se fingem como trotskistas”
(Jornal Masas, 29/11) em uma referência indireta e furiosa a LBI que tratou de polemizar
desde o início da crise boliviana com as posição dos Loristas na Bolívia e no
Brasil, inclusive identificando um certo “desconforto” da TPOR brasileira em
aceitar a linha escandalosa do POR da Bolívia de caracterizar como uma “rebelião popular”
as manifestações reacionárias e neofascistas que desembocaram no Golpe de
Estado apoiado pelo imperialismo ianque e Bolsonaro. A seção brasileira do
CERCI defende a existência do golpe, ainda que de forma centrista colocou o
termo entre aspas em sua primeira declaração sobre a Bolívia. Segundo o POR boliviano “Son los estalinistas, los derrocados masistas y algunos impostores que fungen
como trotskistas, que hacen circular la falacia de que el POR habría
conspirado, bajo las mismas banderas, con la derecha tradicional para acabar
con un ‘gobierno progresista y antiimperialista’ que ha llevado adelante un
interesante y novedoso 'proceso de cambio' y ha transformado radicalmente la
estructura económica de este país”. Como
a LBI defendeu o Voto Nulo nas eleições de 20 de outubro (a mesma posição do
POR boliviano) e denunciou duramente as alianças de Evo com a burguesia em seus
14 anos de governo de aberta conciliação de classes, não perderemos tempo na calúnia
de explicar que jamais consideramos a gestão da centro-esquerda burguesa do MAS como "anti-imperialista que
transformou radicalmente a estrutura econômica da Bolívia". Iremos direto ao
ponto: a seita revisionista nega que houve um Golpe de Estado! Os Loristas têm essa
caracterização anti-Marxista porque participaram ativamente das marchas
reacionárias caracterizando que havia uma “rebelião popular” em curso. Essa é a
razão do POR afirmar que disputava com a direita a orientação política das
marchas, vejamos com nossos próprios olhos “Durante la última rebelión popular
que ha terminado tumbando al gobierno del MAS, nos hemos diferenciado de la
vieja derecha señalando que el objetivo no es luchar por una inexistente
democracia que es una forma de administrar el Estado burgués, sino por la
defensa de los derechos y libertades democráticas entendido como el derecho que
tienen los bolivianos a pensar y expresarse libremente, a organizarse, a vivir
en condiciones humanas, a tener acceso al agua, a la educación, a la salud,
etc.”.
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
HÁ 108 ANOS... NASCIA MÁRIO LAGO, O ÚLTIMO “STALINISTA BOÊMIO”
Mario Lago, ator, compositor, radialista, poeta, autor
teatral foi um militante comunista, na verdade um stalinista de vida boêmia,
talhada pelas músicas, os cabarés, enfim foi produto do ambiente malandro da
Lapa carioca onde nasceu e da influência política da vitoriosa Revolução de
1917, que iria marcar os debates políticos e culturais de sua adolescência.
Também neste caso, a exceção confirma a regra e nem por esses ricos traços
culturais Lago rompeu com a política de colaboração de classes do velho Partidão.
Ao contrário, seguiu-a disciplinadamente apesar de toda a “heterodoxia” pessoal
que acompanhou sua vida, quando morreu em 30 de maio de 2002. Um tempo vivido
em sua plenitude política, artística e boemia. Não foi casual esse pulsar de
vida pelo simples fato de que nascera no centro do furacão político da luta de
classes e cultural do país nas décadas de 20 a 50. Há exatos 108 anos, Mário Lago nasceu no Rio de Janeiro,
capital federal, em 26 de novembro de 1911, na histórica Rua do Resende, bairro
da Lapa, região à qual confluía toda a boemia carioca e a nata da
“malandragem”. Carioca típico, absorveu profundamente a verve de sua época, a
de um país que emergia para a industrialização capitalista, a economia que aos
poucos suplantava a monocultura cafeeira. Por todos os poros emergiam os
aspectos de uma nova cultura voltada para consumo de massa, tais como a música
que desce da marginalidade dos morros para a cidade, ou seja, o samba outrora
criminalizado rapidamente se populariza através de grandes menestréis como
Chiquinha Gonzaga – a grande precursora desta nova “elite” intelectual que
compôs já em 1899 a marchinha “Ô abre alas” – Noel Rosa, Mario Lago, Cartola,
Pixinguinha, Lamartine Babo e muitos outros. Tratava-se da ascensão de uma nova
classe média urbana gerada pelo crescente processo de industrialização que
tinha como canal de expressão de suas ideias e novos costumes os cafés, os
botequins e cabarés, nos quais eram “elaborados” (vividos) e discutidos entre a
intelectualidade novos padrões estéticos e comportamentais.
FUP TEATRALIZA GREVE “FAZ DE CONTA” ENQUANTO FNP EM ABERTA PELEGAGEM SEQUER MOBILIZA SUAS BASES NA PETROBRAS: RESPONDER AOS ATAQUES DE GUEDES E DO TST COM UMA VERDADEIRA GREVE NACIONAL COM PIQUETES QUE PARALISEM A EXTRAÇÃO, REFINO E ABASTECIMENTO!
Os petroleiros ligados a FUP deliberaram pela greve por
tempo determinado, de 25 a 29 de novembro, desgraçadamente trata-se de uma “greve
de faz de conta”. Esta foi a tímida e midiática resposta da burocracia sindical
cutista ao não cumprimento do acordo de trabalho (ACT), que mesmo rebaixado,
não foi cumprido sequer pela direção privatista da Petrobras. A paralisação de
mentirinha visa em tese alertar a própria empresa para os riscos da política de
demissões e de transferência de pessoal implementada. A FNP, ligada ao PSTU, PSOL e setores da chamada “esquerda petista”, teve uma conduta ainda mais pelega, não mobilizaram e sequer paralisaram as
atividades em suas bases na Petrobras, como no Rio de Janeiro, apostando em negociações a
porta fechada com a direção da empresa! Uma traição aberta a luta dos petroleiros! A
Petrobras descumpriu os termos do acordo coletivo de trabalho, assinado no dia
4 depois de negociação mediada pelo próprio TST, efetuando demissões e
transferências, além de incluir metas de segurança, saúde e meio ambiente como
critérios para pagamento de bônus. Apenas nos cinco últimos anos, a empresa
cortou quase 23 mil postos de trabalho. Tinha 86.111 no final de 2013 e fechou
2018 com 63.361, sendo 47.556 na controladora e os demais nas subsidiárias. Em
represália patronal, a empresa recorreu mais uma vez à Justiça, pedindo que o
TST impusse multas ainda mais elevadas e punições mais rígidas, reivindicação
acatada pelo reacionário e ultra-neoliberal “ministro” Ives Gandra, que
classificou a paralisação como “afronta”. Gandra determinou hoje a suspensão
das mensalidades pagas pelos empregados para sustentar os sindicatos até que
seja alcançado o valor das multas. Determina também o bloqueio de R$ 2 milhões
das contas dos 13 sindicatos envolvidos na greve e da FUP. A última vez que a
Justiça autorizou um bloqueio desse tipo foi na greve de 1999, a única em que
houve desabastecimento de combustível. Por sua vez, o ministro da Economia,
Paulo Guedes sugeriu que demitiria os grevistas da Petrobras se a estatal fosse
uma empresa privada comandada por ele. “Você tem excelentes salários (na
Petrobras), bons benefícios, quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder
político para extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em
massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente, sei o que faria.
Cheio de gente procurando emprego e tem gente fazendo greve?". Na
paralisação desta semana, no entanto, os sindicatos escandalosamente garantiram que o
atendimento à população estaria garantido, cedendo a chantagem da empresa e do TST. Segundo a bucrocracia cutista, “Para a FUP, a decisão
do TST de bloquear as contas e os repasses à entidade e aos sindicatos é
arbitrária. Afinal, a mobilização, como a entidade fez questão de ressaltar
desde a semana passada, não irá afetar a produção de petróleo, ou o
abastecimento de combustíveis do país e por isso não prejudicará a população”.
Essa política defensiva e pelega da FUP visa sempre buscar um acordo com o governo,
somente pressionar por um acatamento do ACT proposto pelo próprio TST. Diante
da ofensiva reacionária de Guedes e do TST que atacam a greve dos petroleiros
da FUP é paralisar a Petrobras de verdade (extração, refinarias e
abastecimento) para derrotar a ofensiva privatista e policialesca do governo
Bolsonaro, sendo necessário as bases da paralítica FNP ingressarem imediatamente na
paralisação, superando a disputa dos aparatos sindicais burocráticos que sequer
conseguem fazer uma greve nacional conjunta enquanto a Petrobras é destruída e
privatizada!
terça-feira, 26 de novembro de 2019
RECRUDESCIMENTO DO REGIME BONAPARTISTA COM AMEAÇA DE NOVO AI-5, EXCLUSÃO DE ILICITUDE NA REPRESSÃO AOS PROTESTOS E LEGALIZAÇÃO DE ASSASSINATO PARA DEFENDER A PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO: NOSSA RESPOSTA DEVE SER CONSTRUIR COMITÊS ARMADOS DOS TRABALHADORES PARA DERROTAR A OFENSIVA NEOFASCISTA!
O governo Bolsonaro vem atuando
no sentido de recrudescer o regime político burguês, buscando inclusive
alterar a legislação burguesa para criminalizar ainda mais a luta dos
trabalhadores do campo e da cidade. Tais medidas do neofascista visam aprofundar a perseguição as
lideranças políticas e sindicais ligadas ao movimento operário além de
criminalizar as ocupações urbanas e rurais. Ele vai encaminhar ao Congresso um
projeto de lei para dar garantia de matar sem punição aos proprietários de áreas
urbanas e rurais que tenham suas propriedades ocupadas por MST, por exemplo. “Queremos
dar a garantia absoluta de que dentro da sua casa você pode tudo contra um
invasor, tá certo? Quando marginais invadem propriedades rurais, e o juiz
determina a reintegração de posse, como é quase como regra que governadores
protelam, poderia, pelo nosso projeto, ter uma GLO do campo para chegar e tirar o
cara”. Trata-se do direito de matar para defender as propriedades privadas dos
meios de produção capitalista. Essa medida trata da ampliação do
direito dos latifundiários e da classe média de portar armas, uma realidade que já era comum no meio
social pequeno-burguês abastado devido ao mercado paralelo de autorização do
“porte de arma” que a PF distribuía a seu bel prazer. Na semana passada, o governo enviou ao Congresso
um projeto de lei para isentar de punição militares e policiais que cometerem
excessos durante operações de garantia da lei e da ordem (GLO). Desta forma, dá-se
licença para matar, estabelecendo-se o conceito de presunção de legitima
defesa. Traduzindo: atire primeiro e avalie o risco letal depois. Na proposta esta escrito: “Esta Lei estabelece normas aplicáveis aos militares em operações de
Garantia da Lei e da Ordem (…) Aplica-se ainda aos integrantes dos órgãos a que
se refere o caput do art. 144 da Constituição e da Força Nacional de Segurança
Pública, quando prestarem apoio a operações de Garantia da Lei e da
Ordem.". Lembremos que recentemente o neofascista Jair Bolsonaro declarou “Caso
houver no Brasil manifestações radicais como as que estão acontecendo na
América Latina, as Forças Armadas estão preparadas para agir”. Por sua vez, em
entrevista nos EUA, Guedes declarou “Não se assustem se alguém pedir o AI-5”,
arrematando “Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só
quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama
todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem
então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?
Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está
à altura da nossa tradição democrática”. Trata-se de uma clara chantagem ao
movimento operário: repressão em toda linha se houver resistência de massas ao
ajuste neoliberal em curso.
VITÓRIA DA DIREITA NAS ELEIÇÕES URUGUAIAS: FRENTE AMPLA JÁ SE COLOCA COMO UMA “OPOSIÇÃO CONSTRUTIVA”... AS FRENTES POPULARES SÃO O CAMINHO DA DERROTA PARA AS MASSAS
A coalizão política da Frente Ampla, uma variação política
de Frente Popular brasileira, mas com a mesma “carga” programática colaboração
de classes, está no governo do Uruguai há 15 anos. O atual presidente, Tabaré
Vázquez, governou o país entre 2005 e 2010 pela primeira vez, foi sucedido por
José Pepe Mujica, também da FA, de 2010 a 2015 e retornou à presidência novamente com mandato até 2020. Porém no último
domingo (24/11) esta sequência de gestões estatais da FA foi quebrada pela
vitória do candidato da direita neoliberal, Luis Lacalle Pou, dirigente do
Partido Nacional. Lacalle Pou, apoiado eleitoralmente por uma coligação com a
direita fascista (Cabildo Aberto) obteve 48,7%
dos votos e Daniel Martínez, da Frente Ampla, conseguiu 47,5%, segundo
dados da apuração primária, que ainda
não confirmou oficialmente a vitória do Partido Nacional em virtude da apertada
diferença de votos, menos de 2%. As urnas revelaram um eleitorado muito
polarizado, Montevidéu e Canelones, que representam o Uruguai urbano, votaram
majoritariamente pela Frente Ampla e o interior dominado pelas reacionárias
oligarquias fundiárias foi favorável à coligação da direita. Entretanto já
reconhecendo o triunfo de Lacalle Pou, o presidente nacional da “Frente Ampla”, Javier Miranda, afirmou em
uma entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira(25/11): "Si
la Corte Electoral (…) decide que nuestro lugar sea el de la oposición tengan
la certeza que el Frente Amplio va a ser una oposición constructiva”. (Se a
Corte Eleitoral decide que nosso lugar é o de oposição tenham certeza que a
Frente Ampla vai ser uma oposição construtiva). Como já tínhamos caracterizado
em artigo anterior publicado no Blog da LBI, a Frente Ampla foi derrotada
eleitoralmente sem esboçar qualquer iniciativa de luta ou resistência política
diante da ofensiva neofascista no país, que iniciará todo um processo de
retirada de direitos sociais e ataques as liberdades democráticas de
organização popular, à semelhança do que ocorre hoje no Brasil. No sentido
inverso do caminho da luta contra a direita, a Frente Ampla anuncia que será
uma “oposição construtiva”, talvez Pepe Mujica a maior liderança política da
FA, tenha se espelhado no exemplo de Lula no Brasil que se recusa a defender o
“Fora Bolsonaro” em nome da estabilidade institucional. O “pequeno” Uruguai
teve seus índices de concentração agrária ainda mais ampliados nos governos da
Frente Ampla, e o “agradecimento” político das oligarquias rurais foi o de
apoiar o candidato da oposição reacionária, também neste caso qualquer
semelhança com o PT no Brasil não é mera coincidência... Com o novo eixo
político estabelecido no Mercosul, onde a direita neoliberal já governa o
Brasil e Paraguai, a esquerda peronista agora comandando a Argentina sofrerá um
sério cerco econômico, o que necessariamente trará muita instabilidade na
região. As massas proletárias do Cone Sul, não devem nutrir a menor ilusão na
capacidade das Frentes Populares de seus respectivos países esboçarem qualquer
tipo de resistência combativa diante da ofensiva imperialista em pleno curso no
nosso continente, sua vertente social e programática é o da capitulação e não a
da luta revolucionária. Somente a construção de partidos Marxistas Leninistas
terá a capacidade em conduzir o levante espontâneo de massas contra o “ajuste”
rentista na senda da expropriação do capital e instauração da Ditadura do
Proletariado.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
HÁ 3 ANOS NOS DEIXAVA O COMANDANTE FIDEL CASTRO: TROTSKISTAS DEFENDEM O ESTADO OPERÁRIO CUBANO CONTRA O IMPERIALISMO, LUTANDO PELA SUPERAÇÃO DA BUROCRACIA STALINISTA ATRAVÉS DA REVOLUÇÃO POLÍTICA!
Há exatos 3 anos, na noite de 25 de novembro de 2016, morria
o comandante Fidel Castro, dirigente máximo da revolução social Cubana. Seu
irmão, Raul, anunciou o falecimento “Com profunda dor compareço para informar
ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro
do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz.
Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão
cremados nas primeiras horas deste sábado” prosseguiu o irmão. Fidel Castro
tinha completado 90 anos recentemente, em agosto. Uma história de combate
anticapitalista marca a vida do velho comandante, que já não está fisicamente
entre nós fazem 3 anos, mas que aos 32 anos dirigiu ao lado de Che Guevara a
Revolução Cubana vitoriosa em 1959. De forma premonitória, em um discurso
proclamado durante o VII Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC) em abril
de 2016, Fidel falou com voz entrecortada “Logo devo fazer 90 anos, nunca me
ocorreu tal ideia e não foi fruto de esforço, mas um capricho da sorte. Logo
serei como todos. Para todos chega a vez... Talvez seja uma das últimas vezes
que fale nesta sala”. Como Trotskistas respeitamos sua heroica trajetória
militante mesmo nos delimitando publicamente de suas posições políticas e
programáticas, cujo limite é desgraçadamente sua adesão posterior ao stalinismo
e sua estratégica de coexistência pacífica com o imperialismo. Reconhecemos que
tenha havido conflitos pontuais importantes de Fidel com a burocracia
soviética, mas nunca uma ruptura com sua orientação, ao contrário, nas questões
fundamentais Castro esteve ao lado de Moscou e inclusive atacou o Trotskismo e
seu camarada de trincheira, Che Guevara. A Direção Nacional da LBI aproveita as
reflexões em torno do aniversário de morte do comandante para reafirmar a
defesa incondicional da ilha operária e de suas conquistas históricas
rechaçando a ofensiva imperialista através do bloqueio econômico e da política
de “reação democrática” levada acabo pela Casa Branca e, ao mesmo tempo,
polemiza com a orientação programática adotada pela burocracia castrista, em
que ataca uma série de direitos históricos dos trabalhadores com o objetivo de
avançar o processo de restauração capitalista. Mantemos a vigência programática
da revolução política em Cuba para que o proletariado possa efetivamente
ingressar na etapa histórica do genuíno socialismo. A melhor forma dos
revolucionários honrarem Fidel, que apesar de todos os seus erros manteve-se
com um combatente anti-imperialista e anticapitalista é responder as investidas
do imperialismo ianque que agora se incrementa com Trump, é chamando a classe
operária em nível mundial a derrotar o imperialismo e não apoiando a política
de “coexistência pacífica” com a Casa Branca e a Igreja Católica.
domingo, 24 de novembro de 2019
LANÇAMENTO DO LIVRO BOLÍVIA ‘ROJO VIVO’ EM CONJUNTO COM A POLÊMICA
BIOGRAFIA SOBRE RAUL SEIXAS DE JOTABÊ MEDEIROS: DUAS IMPORTANTES INICIATIVAS
EDITORIAIS NA TRINCHEIRA DA RESISTÊNCIA POLÍTICA E CULTURAL
Acaba de ser lançado no Restaurante Cantinho do Frango, tradicional
reduto político-cultural da intelectualidade de esquerda do Ceará, o livro “Bolívia em ‘Rojo Vivo”. Essa
iniciativa da Editora Nova Antídoto registra o passo a passo do golpe de estado
contra o governo Evo Morales. Condensando uma coletânea de artigos do BLOG da
LBI, o livro aborda detalhadamente o papel do imperialismo ianque no putsch que
derrubou o governo de Frente Popular, uma gestão da centro-esquerda burguesa que
se mostrou completamente impotente para enfrentar a ofensiva reacionária da
direita fascista. Esse importante livro, aborda também a intervenção da esquerda
trotskista durante os dias fatais que levaram a vitória da ação golpista
tramada pela OEA, denunciando inclusive a política do POR boliviano que se somou
as marchas da direita contra o governo Evo, comemorando sua queda como uma
vitória dos trabalhadores.
Junto com esta atividade político-cultural da Editora Nova
Antídoto, tivemos também o lançamento da biografia de Raul Seixas “Não diga que
a canção está perdida” escrita por Jotabê Medeiros, editor cultural da revista
Carta Capital. O autor levou quase dois anos para elaborar a obra, baseada em
70 entrevistas e nos diários do próprio Raul, cujos registros foram feitos em
1988, quando o cantor ainda estava vivo. Esta obra abriu a polêmica sobre a suposta
delação que Raul Seixas fez no DOPS, acusando Paulo Coelho de “colaborar com esquerda”. O fato de duas obras serem lançadas conjuntamente revelam o
esforço em jogar luz do ponto de vista político e artístico de como ocorreu a
queda dos governos de frente popular na Bolívia e no Brasil em diferentes
épocas históricas, revelando também o papel da repressão política na
perseguição a militância de esquerda em todas as arenas da atividade militante
e cultural.
LEIA A APRESENTAÇÃO DO LIVRO BOLÍVIA EM 'ROJO VIVO'
A IMPOTÊNCIA CRÔNICA E HISTÓRICA DA BURGUESIA NACIONALISTA
DE ENFRENTAR A ATUAL OFENSIVA IMPERIALISTA EM NOSSO CONTINENTE
A colossal experiência da Revolução Socialista Russa de
1917, dirigida pelo Partido Bolchevique, demonstrou a “ferro e fogo” para os
Marxistas de todo o mundo que a burguesia nacional é historicamente incapaz de
levar adiante a resolução das tarefas democráticas, agrárias e
anti-imperialistas que exigem a ação de um novo sujeito revolucionário, e que
em face da ameaça que representa o proletariado desenvolver seu próprio projeto
de nação, a burguesia diante do perigo de ser ultrapassada historicamente, alia-se
à contrarrevolução golpista e abandona completamente o programa “democrático,
nacional e popular” que antes orgulhava-se em esgrimir para as massas. Esta
lição, abstraída em forma de programa foi elaborada na teoria da Revolução
Permanente por Leon Trotsky e comprovada por todos os acontecimentos
posteriores ao longo da luta de classes em todo o planeta. Os governos do tipo
nacionalistas burgueses dos países semi-coloniais, que ascenderam ao controle
do regime político fruto da crise capitalista, são descritos por Trotsky como
possuindo um caráter bonapartista particular, ou seja, próprio da condição de
sua classe dominante que, ao mesmo tempo em que subjuga o proletariado, está
subordinada a ela mesma e subjugada à classe dominante dos países imperialistas.
Em particular na América Latina, tanto o nacionalismo da década de 30, como as
diversas manifestações do período posterior à Segunda Guerra Mundial, seguiram
de maneira precisa o mesmo roteiro de capitulação ao imperialismo e seus
agentes locais, cuja conclusão foram a instauração dos regimes militares dos
anos 60 e 70 em quase todo continente. Mais de duas décadas da implantação de
uma política econômica dita neoliberal, que se defrontou com crescente
resistência das massas, provocou uma ruptura no interior do bloco burguês
tradicional gerando a “ressurreição” do nacionalismo burguês com uma dose maior
demagógica de “esquerda e socialista”, como foi o caso do PT brasileiro, somada
a uma intensidade de moderação no enfrentamento político com o imperialismo.
sábado, 23 de novembro de 2019
DISCURSO DE LULA NO 7º CONGRESSO DO
PT: UM CHAMADO A BURGUESIA PARA REESTABELECER NOVO PACTO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES, SONHANDO
COM O RETORNO AO PLANALTO EM 2022
O discurso de Lula na abertura do 7º Congresso Nacional do
PT foi um verdadeiro chamado a burguesia e, em particular a Famiglia Marinho,
para recompor o pacto de colaboração de classe rompido parcialmente com o golpe
institucional de 2016. O petista declarou
“Jamais ameacei e jamais ameaçaria cassar arbitrariamente uma concessão de TV,
mesmo sendo atacado sem direito de resposta e censurado como sou pelo
jornalismo da Globo. Entendo que democratizar a comunicação não é fechar uma
TV, é abrir muitas”. Essa afirmação condensa toda a estratégia de Lula para o
próximo período: reestabelecer os laços rompidos com a burguesia e o
imperialismo, sinalizando que não deseja radicalizar, pelo contrário, se
apresenta como um garante diante do quadro de instabilidade política e social
que atravessa o Brasil e o continente latino-americano. Esse tem sido o papel
que o maior dirigente petista vem apontando seguidamente desde que saiu da
prisão, a defesa do “Fica Bolsonaro”, o “diálogo” com o golpista neoliberal
Rodrigo Maia... tudo vai no sentido de demonstrar que o PT deseja voltar ao
Planalto em 2022 para amortecer a luta de classes. Como afirmamos, o mais
eficaz recurso da burguesia nacional para manter a “ordem social” e a
estabilidade do regime bonapartista vigente, ainda vem sendo a colaboração da
política de conciliação de classes da Frente Popular. A “camisa de força” que o
PT e a CUT impõe ao movimento de massas, espraiando as ilusões do “mundo
melhor” com a realização das eleições de 2022 e o possível retorno de Lula ao
Planalto, é a verdadeira barreira de contenção para que não “exploda” no Brasil
gigantescas mobilizações populares contra o “desmonte” e o “ajuste” que o
governo neofascista vem descarregando nos ombros do proletariado e da
juventude.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
EM 22 DE NOVEMBRO DE 1910 ESTOURAVA A “REVOLTA DA CHIBATA”: UMA FERIDA AINDA ABERTA DO RACISMO DA ELITE BURGUESA DOMINANTE
Marinheiros tripulantes a bordo do navio “Minas Geraes” da
frota brasileira começaram a planejar uma revolta alguns anos antes de 1910. As
condições dos militares rasos eram as piores possíveis, submetidos a humilhação
e castigos físicos por parte dos oficiais da Marinha, considerados como uma
elite das Forças Armadas brasileiras. João Cândido, embarcado no “Minas
Gerares”, era um marinheiro experiente que mais tarde se tornaria o líder da
histórica Revolta da Chibata eclodida em 22 de novembro de 1910. A revolta
começou logo após as brutais 250 chibatadas dadas a Marcelino Rodrigues
Menezes, um marinheiro afro-brasileiro alistado regularmente, pena aplicada por
supostamente ferir deliberadamente um companheiro de mar com uma lâmina de
barbear. Um observador do governo brasileiro, o ex-capitão da Marinha José
Carlos de Carvalho, disse ao presidente do Brasil que as costas de Menezes
pareciam "uma tainha aberta para salgar."
A Marinha servia como "depósito" para milhares de
jovens negros, pobres e, às vezes órfãos, que estavam presos nas
"escórias" das periferias das cidades brasileiras, e dos quais muitos
tinham cometido ou eram suspeitos de cometer pequenos crimes.
GOVERNADORES DA “OPOSIÇÃO NORDESTE”: CORRENDO ATRÁS DO CAPITAL FINANCEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DAS REFORMAS NEOLIBERAIS PARA A REGIÃO
A apresentação conjunta da região Nordeste a fundos de
financiamento internacionais foi apresentada pelos governadores da “oposição”
como o grande “feito político” do bloco que pretende implementar as reformas
neoliberais em seus estados. Segundo os governadores, foi o caminho encontrado
por conta da falta de recursos no país. “Imagina sentar nove vezes com nove
metas e nove governadores diferentes? Quando se apresenta conjuntamente,
consegue-se estabelecer e falar de uma vez só”, afirmou Rui Costa (PT), governador
da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste. O petista Rui Costa, justificou
para os investidores na Europa que “Os governadores não se reuniram para
confrontar o governo federal. Não colocaria essa polarização. Não estamos aqui
por uma perseguição no Brasil, não é esse o ponto. Seja de ponto de vista
público e privado, é nítida a restrição de opções financiamento no nosso país”.
Mais claro e nítido do que estas declarações escandalosas do governador da
Bahia só mesmo para quem quer enganar o povo dizendo que este bloco pretende
fazer qualquer tipo de oposição ao governo neofascista de Bolsonaro. Por sinal
foi contando com o apoio destes governadores da “oposição” que o Senado Federal
incluiu os estados e municípios na (contra)reforma neoliberal que destruiu a
Previdência Pública no país. O “bloco dos governadores da oposição” que se
configura como uma versão institucional da chamada Frente Ampla, incluindo
setores do PSDB, PDT, PSB e agora até mesmo o DEM de Rodrigo Maia, é um
instrumento de enganação política para as massas, no sentido de manter
paralisado os movimentos sociais enquanto o rentismo aprova toda sua pauta no
Congresso Nacional.
DIRIGENTE DO PSOL É COVARDEMENTE ASSASSINADO EM XAPURI: ATÉ QUANDO VAMOS TOLERAR A MORTE DE NOSSOS COMPANHEIROS?
O presidente do PSOL, na cidade de Xapuri no Acre, Josemar
da Silva Conde foi covardemente assassinado nesta quarta-feira feira (20/11).
Josemar também era seringueiro e foi candidato a vice-prefeito pelo PSOL nas
últimas eleições municipais. Devido ao difícil acesso do local da morte, um
seringal na Reserva Extrativista Chico Mendes no Acre, a polícia local teve que
acionar um helicóptero para resgatar o corpo do dirigente do PSOL. Pelas
informações que conseguimos obter sobre a morte do companheiro, o crime teria
sido provocado por conta de um conflito de divisa de terras. Josemar teria ido
a propriedade de um vizinho chamado de “Chico Doido”, com o qual travava uma
disputa judicial, e logo foi alvejado por um tiro fatal de espingarda. O
assassino segundo a polícia acreana fugiu para a mata fechada, relato oficial
que não é absolutamente confiável, posto a série de assassinatos de ativistas
no campo todos acobertados pelo aparelho de repressão estatal. O presidente
nacional do PSOL, Juliano Medeiros, emitiu um comunicado lamentando a morte do
companheiro de partido e “exigindo a apuração do crime”. Infelizmente o PSOL
aponta que seguirá o mesmo caminho político adotado nos assassinatos de
Marielle e Anderson, ou seja, que as próprias instituições do Estado Burguês
procedam à apuração dos crimes contra militantes da esquerda. Nós da LBI, que
desde 0 nosso Blog denunciamos mais esta sinistra ação criminosa da extrema
direita, continuaremos a defender a auto-defesa armada do movimento operário e
popular, assim como a construção de organismos independentes dos explorados
para apuração, julgamento e punição dos criminosos fascistas.
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS URUGUAI: OUTRO GOVERNO DE FRENTE POPULAR CAIRÁ SEM LUTA DIANTE DA EXTREMA DIREITA
Quem não se lembra do enorme prestígio político do
ex-presidente uruguaio José (Pepe) Mojica, que foi considerado o “Lula dos
Pampas”, com seu estilo de conciliador e ao mesmo tempo “radical” na defesa da
democracia burguesa, seu partido a Frente Ampla (no governo há 4 gestões
consecutivas) está muito ameaçado de ser derrotado pela extrema direita no
segundo turno das eleições presidenciais que ocorrerão no próximo
domingo(24/11). Na penúltima pesquisa de intenção de votos antes das eleições
de domingo, a consultoria Cifra aponta uma diferença estreita entre o líder, o
direitista Luis Lacalle Pou (Partido Nacional), com 47% das intenções de voto,
e o candidato do atual governo da Frente Ampla, Daniel Martínez ,que tem 42%.
Entre brancos e nulos, o número é de 5%, enquanto 6% ainda estão indecisos. No
primeiro turno, Martínez teve 39% dos votos e Lacalle Pou, 28%, conseguindo uma
virada à direita mais ou menos já previsível. Martínez afirma que quer
“dialogar” diretamente com eleitores do partido Colorados, direita tradicional
e com o partido da extrema direita Cabildo Aberto, apontando claramente qual
será o eixo reacionário de seu governo após 15 anos de hegemonia da Frente
Ampla. Como na Bolívia, onde o MAS de Evo Morales tentava sua permanência
estatal após mais de uma década, ou no Brasil onde Dilma foi golpeada na quarta
gestão da Frente Popular, o Uruguai seguirá o roteiro traçado pelo imperialismo
ianque, que não permite que a esquerda reformista governe na América Latina
consecutivamente por mais de uma geração (15 anos).
NOVA ETAPA DO GOLPE NA BOLÍVIA: PARLAMENTARES DO MAS CELEBRAM ACORDO TRAIDOR COM A DIREITA PARA CONVOCAR “ELEIÇÕES TRUCHAS”, APUNHALANDO
PELAS COSTAS A RESISTÊNCIA E LEGITIMANDO O GOVERNO TÍTERE DO
IMPERIALISMO
Os parlamentares do partido de Evo Morales, o MAS, acabam de celebrar um acordo
traidor com a direita golpista, um pacto vergonhoso chancelado pelo ministério das
colônias do imperialismo ianque, a OEA. Enquanto La Paz encontra-se cercada e
diversos departamentos (Estados) completamente paralisados por conta da mobilização
popular contra o golpe, os parlamentares do MAS na Câmara e Senado (onde são
maioria) apresentaram o projeto de uma “Lei Excepcional e Transicional para a
realização de Eleições Nacionais e Subnacionais” que determina a realização de
eleições “truchas” que serão controladas pelo governo títere da Casa Branca e a OEA. “Consideramos
dois projetos que são fundamentalmente coincidentes, nos quais os prazos devem
ser reduzidos, como a eliminação de eleições primárias, prazos de qualificação
e outras etapas, buscando que nesta semana, pelo menos no Senado, essa lei
possa ser aprovada”, disse o Senador Óscar Ortiz, presidente da comissão que apresentou o projeto. "Saúdo as duas forças políticas (minoritárias) por
terem participado hoje e chegado a um consenso”, disse a presidente do Senado,
Eva Copa (MAS), anunciando a decisão de aprovar a "nova" lei eleitoral fraudulenta. Trata-se de uma legitimação dos golpista na presidência da república
e uma punhalada pelas costas da resistência operária e popular, que vem heroicamente
enfrentando nas ruas a repressão da polícia e das FFAA, o que já deixou dezenas
de mortos e feridos. Com essa vergonhosa traição, o MAS aceita passivamente o governo parido
do Golpe de Estado tramado por Camacho e Mesa, que levou impôs marionente Áñez na
presidência, empossada por generais genocidas. Fizeram esse acordo mesmo após a
presidente-fantoche ter assinado um decreto que dá plena impunidade para os
militares assassinarem os manifestantes. A OEA, a ONU e a alta cúpula da Igreja obiviamente costuraram e avalizaram o acordo traidor!
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
BRIGA NO INTESTINO FASCISTA: POLÍCIA DO GOVERNO WITZEL QUER “ENQUADRAR” CARLUXO NO ASSASSINATO DE MARIELLE
Acaba de “estourar” a notícia trazida pelo jornalista
Kennedy Alencar (ex-Folha de São Paulo) acerca de uma informação de bastidor
sobre as investigações da execução da vereadora Psosilista Marielle Franco na
noite desta quarta-feira 20/19. A Polícia Civil do Rio trabalharia com uma nova
hipótese, do envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro nesta sórdida trama, que
está há 616 dias sem solução por parte das investigações oficiais, seja
estadual ou federal. Segundo a polícia civil do Rio de Janeiro, a investigação,
aponta na direção do vereador Carlos Bolsonaro (Carluxo) que teria uma relação
próxima com o Ronnie Lessa, acusado de ter disparado contra Marielle Franco e
seu motorista Anderson Gomes. Até aí nenhuma grande novidade, pois é público e
notório que o clã fascista é um dos patrocinadores das milícias cariocas, há
pelo menos mais de uma década. O fato revelado por Kennedy, seria a explicação
do sumiço de Carlos Bolsonaro das redes sociais desde a semana passada. Também
nas redes sociais não para de se divulgar que a famiglia fascista estaria com
as “barbas de molho” por conta de um possível escândalo que ganharia grandes
proporções na mídia corporativa. Não é segredo para ninguém da verdadeira
guerra declarada entre o reacionário governador Wilson Witzel e o clã
Bolsonaro, uma briga letal que se trava no próprio intestino do campo fascista.
Infelizmente o PSOL e o conjunto da esquerda reformista insiste em legitimar o
processo de investigação aberto por órgãos do Estado Burguês, seja a polícia de
Witzel ou a PF de Bolsonaro e do justiceiro Moro.
REUNIÃO ENTRE PT E O DEM: LULA QUER RODRIGO MAIA PARA VICE
EM SUA CHAPA AO PLANALTO E O PCO SEGUE COMO UM CÃO FIEL A TRILHA DA COLABORAÇÃO
DE CLASSES DO LULISMO AFIRMANDO QUE SE TRATA DE “PRINCÍPIOS PUROS DE CLASSE”...
Aumentaram os rumores nos bastidores políticos do PT que
Lula pessoalmente já enviou emissários do seu partido para uma sondagem a
Rodrigo Maia do DEM, acerca da possibilidade na formação de uma chapa
presidencial conjunta para a disputa do Palácio do Planalto em 2022. Pode
parecer absurda à disposição de Lula em estabelecer uma coligação com o
reacionário e ultra neoliberal DEM (antigo PFL), mas não é bem assim...O
partido que herdou grande espólio político do regime militar, e posteriormente
serviu como braço direito aos governos Tucanos, vem sendo muito cortejado pela
“esquerda” burguesa como PDT e PT e até o PCdoB. Como Lula só pensa nas
eleições presidenciais como prioridade absoluta do PT, reafirmando esta
“tática” na última reunião da Executiva Nacional do partido realizada em
Salvador, não quer deixar que Ciro Gomes “abocanhe” sozinho este segmento da
direita brasileira. Assim como nas eleições de 2018, o PT correu na frente para
cooptar o golpista PSB, que já estava se preparando para uma aliança com o PDT
de Ciro, Lula alertou ao seu partido que não “poderiam deixar escapar” Rodrigo
Maia, considerado pelos petistas como uma “direita palatável”. Na presidência
da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia vem impulsionando toda a pauta econômica
rentista, como a destruição da Previdência Pública e as privatizações, porém
vem estabelecendo críticas “contundentes” ao clã neofascista Bolsonaro, o que
vem atraindo o PT para uma aliança eleitoral ainda mais ampla do que a
costurada por Lula em 2002 e 2006. O PCdoB, outro parceiro fiel do PT, assim
como o PCO, já sinalizou com seu apoio a esta iniciativa de trazer o DEM para o
chamado campo da oposição ampla, dobrando a aposta que fizeram quando apoiaram
Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara.
20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA: LUTAR CONTRA O RACISMO É LUTAR CONTRA O CAPITALISMO! ORGANIZAR A RESISTÂNCIA DE TODA CLASSE TRABALHADORA AO GOVERNO BOLSORARO E SEUS ATAQUES NEOFASCISTAS, XENÓFOBOS E RACISTAS!
Todos os dias negros e pobres morrem nas favelas do Rio. As
“balas achadas” do aparato repressivo do Estado burguês atingem crianças como
Ágatha assim como jovens, adultos e
idosos da classe trabalhadora como denunciou o desenho de Latuf arrancado pelo canalha fascista deputado coronel Tadeu na Câmarda dos Deputados. A população pobre e trabalhadora negra
está entre a maioria dos presos, dos explorados, dos desempregados, dos
analfabetos, dos que têm sua religiosidade perseguida, dos que são assassinados
por grupos de extermínio e dos que possuem o salário médio mais baixo dentre
todos os setores da sociedade brasileira. Não por acaso, a mesma acumulação
originária do capitalismo que aprisionou o negro na África e o escravizou no
Brasil, joga-o nas favelas e cortiços das cidades, explorando-o nas indústrias,
utilizando-o como exército de reserva para pagar menores salários. Não por
acaso a decisão de “libertar os escravos” no 13 de Maio de 1888 não passou de
uma formalidade baseada em uma necessidade econômica capitalista, que manteve a
terra nas mãos dos grandes proprietários que conseguiram mão de obra
assalariada barata face à inexistência para o escravo de uma opção que não
fosse vender sua força de trabalho aos antigos senhores. Hoje, como ontem, os
trabalhadores negros continuam lutando ao lado de seus irmãos de classe pela
verdadeira abolição da escravidão, que só pode vir pela liquidação do modo de
produção capitalista e não pela via de sórdidas campanhas hipócritas
patrocinadas pela classe dominante e suas abjetas celebridades. Para o capital
é necessário que o racismo continue existindo para justificar a desvalorização
extremamente lucrativa para o capitalista da força de trabalho negra e parda.
Basta verificar que hoje no Brasil o salário dos negros e pardos é metade ou
60% do salário médio pago aos brancos. Isto não é um mero produto de resquícios
dos preconceitos escravistas ainda presentes na mentalidade das pessoas.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
POLÊMICA SOBRE STÁLIN: OS STALINOFÓBICOS QUE SE “ACHAM GRANDES INTELECTUAIS TROTSKISTAS”...
A figura histórica de Josef Vissariónovitch Djugashvili,
mais conhecido no movimento comunista internacional sob o codinome de Stálin,
requer um rigoroso balanço marxista de sua trajetória como um dos dirigentes da
Revolução Russa, assim como de sua condução como Chefe do antigo Estado
Operário da URSS. Não se trata de reproduzir simplesmente sua biografia
política tendo como parâmetro a Secretaria de Comunicação do Departamento de
Estado dos EUA, como desgraçadamente fazem uma plêiade imensa de “intelectuais”
que se dizem Trotskistas. A “peste teórica” da stalinofobia vem servindo há
várias décadas como instrumento aberto da contrarrevolução, sendo utilizada
pelo imperialismo ianque para atacar não só os Estados Operários, mas também o
conjunto de conquistas sociais históricas do proletariado em todas as partes do
planeta. As duas principais vertentes que hoje debatem o chamado “legado” de
Stalin, ou seja, os stalinofóbicos e os stalinofílicos, não servem como
instrumento para a revolução socialista e nada tem a ver com a gigantesca
herança teórica deixada por Leon Trotsky, em obras como a Revolução Traída,
Stalin e Em Defesa do Marxismo, para citar só algumas elaborações magistrais.
REVOLUÇÃO E CONTRARREVOLUÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Atravessamos dias convulsivos na América Latina, tendo como
palco principal a Bolívia e o Chile. Um Golpe de Estado derrubou Evo Morales,
deixando um rastro de sangue pelos fuzis das FFAA enquanto no Chile
mobilizações diárias questionam a gestão do direitista Piñera, que busca com o
apoio da oposição burguesa convocar uma “reforma constituinte trucha”. Ladeando
esses países irmãos, tivemos recentemente um levante popular traído no Equador pelas
direções reformistas (CONAIE e Rafael Correa) além de eleições na Argentina que
levaram de novo a centro-esquerda burguesa à Casa Rosada. No Brasil, o neofascista
Bolsonaro segue firme na sua agenda neoliberal enquanto Lula faz caravanas em defesa
da conciliação de classes, esperando o circo eleitoral de 2022 em busca de
reestabelecer o “pacto social” com a burguesia. Nesse contexto de intensa luta
de classes, fica evidente que a ausência de uma Partido Leninista com autoridade
e peso de massas tem impedido que as revoltas populares assumam o caráter de
revoluções socialistas e, ao mesmo tempo, possibilitado que as direções frente
populistas (MAS, PT, Frente Ampla no Uruguay, Kirchinerismo) desgraçadamente
por sua covardia política e traição abram caminho para o avanço da reação
burguesa. Vimos esse quadro claramente na Bolívia, onde o Evo Morales fugiu
para o México, deixando as massas sem uma direção política para resistir ao
golpe genocida, ainda que estas venham protagonizando heroicamente uma luta
para derrotar o novo governo títere do imperialismo ianque.
HAITI, REVOLTA EM MASSA E TERROR DO ESTADO: POR UM GOVERNO
DOS TRABALHADORES E CAMPONESES! POR UMA
FEDERAÇÃO SOCIALISTA DO CARIBE! DECLARAÇÃO DA ICL (SPARTACIST LEAGUE/USA)
O Haiti está em um clima de grande revolta popular contra o
regime notoriamente corrupto do presidente Jovenel Moïse, há quase um ano e
meio. Moïse, títere de Washington em
Porto Príncipe, enviou policiais e gangues paramilitares contra manifestantes,
matando dezenas de pessoas e ferindo centenas.
Por trás da revolta está um fato simples: a vida para a maioria dos
haitianos se tornou cada vez mais insuportável neste país profundamente
empobrecido, em meio à escassez de alimentos e combustíveis, falta de energia,
desemprego em massa e inflação desenfreada.
Estas condições desumanas são um resultado direto da dominação
neocolonial pelos imperialistas dos EUA, sob as administrações Democratas e
Republicanas, e seus parceiros no crime, especialmente no Canadá e na França.
Os protestos começaram em julho de 2018, quando o Moïse aumentou acentuadamente
os preços da gasolina e de outros combustíveis em resposta as ordens do Fundo
Monetário Internacional, dominado pelos EUA.
Os abutres imperialistas exigiram o fim dos subsídios de combustível
como parte da conformidade com o acordo climático de Paris em 2016. Enquanto a “caminhada de gás” foi arquivada,
os protestos se intensificaram novamente.
Em novembro, bandidos paramilitares, com a ajuda de altos funcionários
do governo, realizaram um massacre particularmente hediondo em La Saline, um
bairro pobre de Porto Príncipe, onde muitos manifestantes moravam. Cerca de 73 homens, mulheres e crianças foram
torturados, cortados com facões e incendiados.
domingo, 17 de novembro de 2019
NA TRINCHEIRA DA DIREITA CONTRA A FRENTE POPULAR: PARTIDO
OBRERO REVOLUCIONÁRIO DA BOLÍVIA DESCONHECE O “ABC” DO LENINISMO
“Apóiem o fuzil sobre o ombro de Kerensky e disparem contra
Kornilov. Depois ajustaremos as contas com Kerensky”. As lições abstraídas por
Lenin e Trotsky sobre a posição assumida pelos revolucionários diante da
tentativa de golpe militar do reacionário general Kornilov contra o governo de
colaboração de classes de Kerensky em agosto de 1917, poucos meses antes da
tomada de poder pelos Bolcheviques. O POR (Lora) organização que é a maior
referência histórica de Trotskismo na Bolívia, não sabe absolutamente nada de
Leninismo e desgraçadamente ingressou na trincheira da extrema direita para
derrubar um governo de Frente Popular encabeçado por Evo Morales do MAS. Porém
o pior ainda estava por vir para aniquilar a trajetória de uma organização que
se orgulhava de ter tido um dirigente, Guilhermo Lora, que redatou as
históricas “Teses de Pulacayo” (1946), um norte programático que apontava a
necessidade da tomada de poder político para os mineiros e operários da
Bolívia. Consumado o golpe de Estado, com a covarde renúncia do presidente Evo
Morales e todo seu staff político,
empossado fraudulentamente um governo títere do imperialismo ianque, se instala
no país uma enorme resistência espontânea de massas que começa a ser violentamente
reprimida pelos golpistas. O POR frente a uma escolha elementar para uma
corrente que se reivindica trotskista, ou seja, lutar com a forças da
resistência contra o golpe (por mais heterogêneas que sejam), ou juntar-se ao
bloco da reação (o que obviamente incluí o governo títere), os Loristas fixaram
a segunda opção. A última edição do jornal do POR, Masas (15/11/19) afirma
categoricamente que: "Evo foi derrotado pela grande mobilização popular”,
negando qualquer evidência da existência de um ultra reacionário golpe cívico
e militar na Bolívia, e ainda por cima em um escárnio cinico, pergunta: “Há um
golpe em marcha na Bolívia?”. Isto quando o governo golpista, apoiado nas
forças militares, já assassinou dezenas de ativistas da imensa resistência
popular que hoje cruza todo o país andino. Entretanto para os cretinos revisionistas
do POR, que ignoram o ABC do Leninismo com um discurso de fachada “esquerdista”
e que na verdade representou a “quinta coluna” da oposição de direita ao antigo
governo de colaboração de classes do MAS, essa realidade elementar não em nenhuma importância. Se é verdade que existiram grandes
manifestações contra o governo Evo, estimuladas pelas denúncias de fraude
eleitoral após o escrutínio de 20 de outubro, estes atos nunca carregaram um
caráter progressista, no sentido inverso as mobilizações dirigidas pelo
neoliberal Carlos Mesa e o fascista Luis Fernando Camacho assumiram um caráter
pró-imperialista e racista, contra os povos originários e o proletariado
urbano. Ironicamente o POR que afirmava que a classe operária boliviana já
tinha superado as “ilusões eleitorais”, negando-se inclusive a apresentar-se
como uma alternativa neste pleito, embarcou de “corpo e alma” nas marchas
contra Evo que exigiam que se realizassem um segundo turno eleitoral,
exatamente o contrário do que os poristas sustentavam... os protestos
aconteceram pela reivindicação de uma nova eleição! A escandalosa posição do
POR tem causado inclusive um certo desconforto político no interior de sua
tendência internacional, o CERCI, não por acaso a TPOR brasileira defende a
existência do golpe, ainda que de forma centrista colocou o termo entre aspas
em sua primeira declaração sobre a Bolívia. Sob o manto do justo combate que o
proletariado travou na oposição em mais de uma década de governo reformista
burguês do MAS, o POR quer acobertar sua capitulação ao movimentismo da direita
que forçou a renúncia de um covarde presidente que não tinha nenhum compromisso
histórico com o socialismo marxista.
sábado, 16 de novembro de 2019
MORTOS EM COCHABAMBA: GOVERNO TÍTERE REPRIME A RESISTÊNCIA
AO GOLPE ENQUANTO O MAS COSTURA UM PACTO EM NOME DE “PACIFICAR A BOLÍVIA” PARA
A ESTABILIZAR O REGIME BURGUÊS. CONSTRUIR A DEFESA MILITAR DOS TRABALHADORES E
TRANSFORMAR OS CABILDOS ABERTOS EM ORGANISMOS DE PODER OPERÁRIO E POPULAR!
Nos últimos dias houve um incremento da violenta repressão
as manifestações populares que resistem ao golpe de estado fascista na Bolívia.
Em Cochabamba a polícia atacou uma marcha popular que se dirigia ao centro da
cidade, assassinando quase uma dezena de ativistas. Na medida que cresce nas
ruas a resistência incrementa-se os ataques do aparato repressor do Estado
burguês. Já são dezenas de mortos nas ruas, com as FFAA e a polícia atacando as
marchas por ordem do fraudulento “Governo de Transição”. Enquanto desfere a
repressão, os golpistas estabelecem negociações secretas com a direção do MAS.
Não por acaso, em um claro acordo com a golpista Jeanine Añez, houveram seções
da Câmara dos Deputados e do Senado. A bancada do MAS (majoritário no
parlamento) que estava sendo barrada na entrada dos prédios parlamentares, além
de ter sido permitida seu ingresso e participação nas seções, elegeu a mesa
diretora das duas casas legislativas e sinalizou um acordo mais estratégico om
os golpistas. Como demagogia o MAS propôs e aprovou uma lei para que as Forças
Armadas retornassem aos quarteis para “evitar mais mortes”, como se isso fosse
possível dentro do Estado capitalista e em meio a um golpe de estado. Essa
manobra distracionista foi seguida de uma proposta do recém eleito presidente
da Câmara dos Deputados, Sergio Choque (MAS), para a elaboração de uma “agenda
eleitoral para pacificar o país”. Tanto que o senador Omar Aguilar, também do
MAS, em entrevistas de rádio afirmou “Nosso objetivo é pacificar o país, não é
bloquear essa gestão de transição. Do México, Evo Morales acaba de lançar um
Twitter afirmando: “Nuestro pueblo pide paz y concertación. Reitero mi
convocatoria al diálogo de alto nivel con mediadores para pacificar nuestra
querida Bolivia y preservar la vida y la democracia.”.
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
130 ANOS DA “PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA” NO BRASIL: GOLPE
MILITAR CONTRA AS VELHAS OLIGARQUIAS SEMI-FEUDAIS LIGADAS A MONARQUIA PARA
IMPOR O CONTROLE DO ESTADO PELA BURGUESIA QUE AGORA “ENTRONOU” O NEOFASCISTA
BOLSONARO COMO SEU GERENTE
A “Proclamação da República” celebrada nesse 15 de novembro
foi na verdade o primeiro golpe militar no Brasil. Desde a sua origem, a classe
dominante brasileira sempre procurou controlar o essencial do poder regional e
viver em situação subordinada com as elites estrangeiras, desconsiderando as
necessidades essenciais da população pobre e dos trabalhadores. No período da
monarquia, eclodiram movimentos liberais, federalistas e separatistas
(Balaiada; Cabanagem; Revolta Farroupilha, etc.). Esses movimentos foram
traídos no seu nascedouro pelas elites regionais, temendo a adesão dos
explorados e dos trabalhadores escravizados. As oligarquias regionais
semi-feudais sempre preferiram a subordinação imperial a pôr em perigo a ordem
escravista, que foi um dos pilares da unidade territorial brasileira. Em 1880,
o movimento abolicionista exigia o fim imediato da escravidão, sem indenização.
A luta pela abolição transformou-se no primeiro grande movimento democrático
nacional, com organização de fugas de escravos, onde homens livres e
trabalhadores escravizados uniam suas forças. A reforma eleitoral; a
universalização do ensino; a democratização da propriedade da terra eram
propostas discutidas pelos abolicionistas. A partir de 1887, aumentaram as
fugas organizadas para as cidades. Logo, o movimento assumiu um caráter
massivo. Com as fazendas desertadas, vendo o fim inevitável da escravidão, os
cafeicultores paulistas aderiram à defesa da imigração. A abolição da
escravatura saiu vitoriosa e obrigou a elite a reconhecer sua derrota, com a
Lei Áurea. O Brasil estava em permanente ebulição social desde 13 de maio de
1888 com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. A Questão Militar que
vinha se arrastando desde 1883, com o debate em torno da doutrina do soldado-cidadão,
que defendia a participação dos oficiais nas questões políticas e sociais do
país, teve uma conclusão repentina, com o golpe militar republicano de 15 de
novembro de 1889. A derrubada da Monarquia, que de imediato foi sem
derramamento de sangue, terminou por provocar reações anti-republicanas. Assim,
em 15 de novembro de 1889, alguns soldados comandados pelo marechal Deodoro da
Fonseca tomaram o Ministério da Guerra e depuseram o ministro e o presidente, o
visconde de Ouro Preto. O imperador Dom Pedro II estava em Petrópolis com a
família quando foi chamado com urgência à corte: o ministério Visconde de Ouro
Preto tinha se exonerado. O governo tinha caído. Só quando chegou ao Palácio
Imperial ficou sabendo que monarquia tinha caído. A exoneração do ministério foi exigida pelo
marechal Manuel Deodoro da Fonseca, no comando de vários batalhões de oficiais
e de soldados. Assim que a exoneração foi entregue a Deodoro ele se proclamou
chefe do governo provisório e fechou a Câmara dos Deputados, para ninguém ter
dúvida acerca de quem estava mandando. Estava consumado o primeiro golpe
militar da história do Brasil. A monarquia caiu sem ter ninguém a defendê-la.
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