segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

JANEIRO DE 1943: ÉPICA VITÓRIA DO POVO SOVIÉTICO NA BATALHA DE STALINGRADO

Em janeiro de 1943, o Marechal Von Paulus, comandante do 6º Exército alemão em Stalingrado, se rendia às forças do Exército Vermelho, encerrando a maior e mais sangrenta batalha da II Grande Guerra Mundial. Desde a invasão da União Soviética pelas tropas da coalizão hitlerista em junho de 1941, a região sul da URSS era cobiçada pelos nazistas. A tomada de Stalingrado foi planejada visando a conquista dessa cidade que tinha vários pontos estratégicos reunidos lá: era um grande complexo industrial, importante para o esforço de guerra soviético e que poderia ser convertido para os interesses alemães, era um importante entreposto do Rio Volga, um dos maiores canais hídricos de comunicação da URSS e também era a última grande cidade no caminho do Cáucaso e das regiões ricas em petróleo da URSS.

Ambicionando tomar Stalingrado, Hitler e os nazistas enviaram para lá poderosas forças de agressão. O 6º Exército da Wehrmacht era o maior exército alemão da época, contando com quantidades absurdas de homens e equipamentos. Além disso, os alemães contavam com o auxílio de exércitos satélites como os da Romênia, Itália, Hungria, Espanha, Croácia, que haviam ido à URSS para pilhar e matar.

Uma terrível batalha se deu para tomar a cidade em fins de 1942, contando com bombardeios da Luftwaffe nazista que arrasaram o que outrora fora a cidade industrial modelo do mundo comunista, com suas fábricas, amplos jardins, avenidas e blocos de apartamentos. Os soviéticos, porém, jamais desistiram da cidade. A população civil sofreu com privações e com a destruição do centro urbano, mas auxiliou o Exército Vermelho na resistência. Os soldados vermelhos lutavam nas ruas, nas esquinas, nos escombros das fábricas. Por vezes, o combate corpo a corpo entre nazistas e soviéticos aconteciam dentro de um só prédio, com diferentes andares ocupados por diferentes forças.

Com a ordem “não há terra atrás do Volga”, destacaram-se grandes comandantes do Exército Vermelho que coordenaram, já em 1943, o contra-ataque que aniquilaria a besta fascista em Stalingrado. Jamais recuando para atrás do rio Volga, de onde seria impossível deter os nazistas, grandes nomes como Júkov, Tchuikov, Rokossovski, Malinóvski, Vatutin e Vassilévski colocaram em ação as Operações Urano e Saturno, que atacaram pelos flancos as tropas satélites do Terceiro Reich que protegiam o grosso do 6º Exército no centro da cidade.

Presos e cercados no solitário centro urbano da cidade, Paulus e seus generais e soldados passaram por um verdadeiro inferno! Os ataques de milhões de soldados soviéticos com seus foguetes orquestrados, tanques modernos, fuzis automáticos e outros meios, conquistados por árdua produção da indústria bélica civil na retaguarda, deixaram as tropas em frangalhos. A Luftwaffe não conseguia entregar os suprimentos básicos para a Wehrmacht, faltando alimento e medicamentos. Reinava a fome, a disenteria, pulgas, sarna e também o frio intenso do inverno.

Mesmo com tudo isso, Hitler e o alto comando alemão insistiam em uma “heroica luta até o último homem” e todas as ordens proibiam rendição. Hermann Goëring, um dos figurões do Reich, e Hitler asseguravam que um exército iria salvar Paulus e seus homens – algo impossível de ser realizado. Hitler sabia que se Stalingrado caísse, a guerra estaria perdida.

Desesperado para que Paulus não se rendesse, Hitler resolve promovê-lo a Marechal-de-Campo em 30 de janeiro de 1943. No dia seguinte, as tropas do Exército Vermelho chegam na calçada da loja de departamentos Univermag no centro de Stalingrado, cujo porão servia de quartel para Paulus. Sem alternativa, Paulus rende o 6º Exército, se tornando o primeiro Marechal alemão da História a se render.

As filas de famintos e derrotados soldados fascistas eram quilométricas e reuniam centenas de milhares de homens, que foram feitos prisioneiros. Alguns bolsões remanescentes lutariam até 2 de fevereiro, data na qual todas as tropas nazistas baixaram as armas em Stalingrado.

Nas ruínas das fábricas, das praças e dos apartamentos, reinava uma atmosfera festiva nunca antes vista. A população saía dos porões e respirava o ar da Stalingrado libertada. O Exército Vermelho entrava na cidade com poderosas guarnições que dali iriam iniciar o trabalho de libertar todo o resto da URSS e do mundo. O Exército Vermelho estava mais forte do que nunca e o mito da “Alemanha invencível” havia sido soterrado de vez. Bandeiras vermelhas eram erguidas ao som de gritos de “URA!” nos principais pontos da cidade.

Nunca havíamos lutado tanto por algo. Stalingrado foi a síntese do patriotismo revolucionário, do trabalho político comunista e da vontade humana de independência e liberdade pelo socialismo. A juventude, o Exército Vermelho e os civis nas fábricas e abrigos, todos conduzidos pela herança do Partido Bolchevique, em lealdade e força de vontade únicas, levaram adiante uma vitória que ecoa em nossos corações, como uma guia para o futuro revolucionário, mesmo 78 anos depois!