quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

A GUERRA JÁ COMEÇOU NA UCRÂNIA: MAS A DE MENTIRAS CONTRA A RÚSSIA…POR ENQUANTO

“A primeira vítima de uma guerra é sempre a verdade”. Mapas e vídeos de planos de batalha sobre uma suposta invasão russa da Ucrânia são multiplicados nos principais jornais da mídia corporativa como parte de uma operação de “fake news oficial” que promove um jogo muito perigoso para a humanidade. São cenários inventados pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos e seus aliados imperialistas como Inglaterra e Alemanha, mas aos olhos de leitores desinformados parecem ser os planos de Vladimir Putin de "invadir" a Ucrânia e, como afirmou o secretário-geral da LBI, têm a mesma “proveniência” que apresentou ao mundo com "as armas de destruição em massa do Iraque".

Perigosos “jogos de guerra“ mostrados nas manchetes onde Moscou é mais uma vez o terrível “inimigo comunista”, mesmo sendo Putin um anticomunista convicto,  no qual se baseia a estratégia delirante do governo Democrata de Biden de dividir o mundo em duas metades totalmente antagônicas: “Centro Civilizatório versus Barbárie Sinosoviética”. Já assistimos esse lunático filme imperialista em um passado não muito remoto.

Jornais e canais de televisão se transformaram em reality shows com essa ficção anunciando o “apocalipse”, que já foi denunciada pelas autoridades do Kremlin, no entanto, o pretexto é suficiente para colocar as indústrias da guerra(produção armamentista) em movimento como motor econômico diante da crise global capitalista e da perda gradual, mas constante, da liderança política hegemônica dos EUA. A pandemia do coronavírus desatou esse tripé como tábua de salvação para o rentismo internacional: Big Pharma, Big Tech e Big Armas!

Mas nem todos estão convencidos dos "benefícios" de tensões em constante escalada, com menos de um em cada seis norte-americanos querendo que as tropas de seu país sejam enviadas para defender a Ucrânia em caso de uma suposta invasão. Mas o cerco está sendo concluído e em meio às tensões e ao aumento dos jogos de guerra, soube-se no sábado que o porta-aviões nuclear USS Harry S. Truman e seu grupo de tarefas navais estão se juntando nesta semana que começa.

Os EUA quer demonstrar "A capacidade da OTAN de integrar as capacidades de ataques marítimos de alto nível de um grupo de porta-aviões para apoiar a dissuasão e defesa da Aliança", segundo o porta-voz do Pentágono, John Kirby. Embora o ventrículo ianque tenha negado enfaticamente que sua declaração tivesse qualquer coisa a ver com a questão da Ucrânia, que, aliás, não é membro da OTAN. O “Neptune Strike” é um dos exercícios militares à vista e o USS Harry S. Truman estará muito ocupado neles, pois também participará do maior exercício da OTAN dentro do Círculo Ártico, “Cold Response”, que está programado para o início de março, no qual participarão 35.000 soldados de 28 nações.

A situação não para por aí. O bloco militar imperialista anunciou na última segunda-feira(24/01)que está enviando aviões de guerra adicionais para a Europa Oriental, "fortalecendo a dissuasão e a defesa aliadas", embora não tenha especificado onde, e também deixou claro que os Estados Unidos estão considerando aumentar sua presença uniformizada na Europa. A Espanha, governada pela Social Democracia e Podemos, enviou navios para se juntar às forças navais da OTAN e aviões de guerra para a Bulgária. A Holanda, que também tem divisões terrestres de prontidão para a Força de Resposta da OTAN, e a França de Macron direciona tropas para a Romênia, uma implantação saudada pelo secretário da OTAN, o General Jens Stoltenberg.

Na medida que as notícias falsas sobre os planos russos proliferam, os militares da nação de Lenín já afirmaram que o Pentágono pode estar ajudando Kiev a realizar uma operação provocadora de “bandeira falsa”, o que justificaria uma operação militar de resposta da OTAN no leste da Ucrânia.

Vale a pena perguntar qual é o propósito dos Estados Unidos de realizar um operativo que acelerou a transferência para Kiev e, portanto, mantê-los na Ucrânia, de cinco helicópteros de fabricação russa de transporte Mi-17(que o Pentágono comprou originalmente para o cenário afegão antes do governo Talibã)e quem sabe qual será sua missão nas circunstâncias atuais. Possíveis bandeiras falsas?

Enquanto isso, a reunião de cúpula em Genebra não durou muito, apenas uma hora e meia e com poucos avanços no campo da diplomacia. Nas preocupações da Rússia, há dois projetos que foram apresentados à Casa Branca e à OTAN: o primeiro garantiria por escrito que o bloco “Atlanticista” não se expandirá para suas fronteiras, e o segundo apela à rejeição do pedido de adesão da Ucrânia.Mas no Deep State  só se fala em sanções e uma "resposta rápida, severa e unida" contra Moscou.

O Secretário Blinken foi contundente ao defender o governo de Kiev estabelecido após um golpe de Estado(rev colorida) totalmente apoiado e financiado por Washington em 2014: "Deixei claro ao ministro Lavrov que existem certos princípios que os Estados Unidos, nossos parceiros e aliados estão comprometidos defender.  Isso inclui aqueles que impediriam o direito soberano do povo ucraniano de escrever seu próprio futuro. Não há espaço para negociação lá." A trama imperialista se aprofunda…

Mas parece que há uma provável “rachadura” no espelho onde Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Polônia e outros aliados apostam aberta e diretamente no confronto. A Alemanha está temerosa de uma guerra, embora seu novo governo declare apoio a Biden, de modo que a Aliança não é tão compacta, nem parece haver uma resposta comum para atacar a Rússia. Não apenas Berlim parece estar relutante em uma resposta militar no caso ucraniano. A Itália propôs que a União Européia formulasse uma política separada da Casa Branca.

A Europa tem outros interesses, não só são militares, mas de sobrevivência, pois um deles é a conclusão da fabulosa obra do “Nord Stream 2”, um gasoduto de gás natural construído a partir da Rússia que, claro, reforça militarmente as suas fronteiras europeias, e que abastecerá de energia grande parte do velho continente. O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que haverá um alto custo para a Rússia se atacar militarmente a Ucrânia, mas não assumiu um compromisso firme de interromper o oleoduto.

Enquanto isso, o governo da Federação Russa “não dorme no ponto”, e reforça militarmente suas fronteiras europeias, como é lógico supor para a ação de uma nação soberana, não para iniciar uma invasão, mas para impedir que “alguém” cruze a linha de suas fronteiras e queira transformar a ficção que agora imprimem em mapas falsos em uma guerra real.