PCO DIZIA “LULA, PIOR QUE FHC”: O QUE LEVOU O CORRUPTO RUI PIMENTA A APOIAR O PETISTA INCONDICIONALMENTE? SIGA O DINHEIRO E ENCONTRARÁS A RESPOSTA!
Em 2010 o PCO denunciava que Lula era pior que FHC. Sergundo
Rui Pimenta “Lula conseguiu. Vai terminar seu mandato com uma marca histórica:
retroceder em medidas previstas por Fernando Henrique Cardoso”. Agora em 2022, para o PCO Lula é o candidato dos trabalhadores contra Bolsonaro, não importando
que o petista esteja costurando uma frente ampla com o centro e a direita
burguesa para gerenciar o Estado sob as ordens do grande capital! Rui Pimenta “esqueceu”
que em 2002 acusou Lula de ser o “presidente dos banqueiros”, mas agora ele
seria o “presidente dos trabalhadores”. Em 2010 dizia que Lula era pior que FHC!
Rui Pimenta deseja nos fazer crer que “A única forma de garantir que a candidatura de Lula seja vitoriosa e de interesse dos trabalhadores é fazendo dele um candidato dos trabalhadores contra a burguesia, através de uma mobilização classista que imponha a vontade do povo diante da crise”. Em que mundo vive o PCO? Se em 2002 Lula pactuou com os empresários e banqueiros contra os trabalhadores porque agora sem qualquer radicalização de massas faria o contrário?
A razão de fundo para um giro tão abrupto de 360 graus na política do PCO, que passou de uma caracterização sobre o governo Lula como um “Presidente dos banqueiros” para o radicalmente oposto “Governo dos trabalhadores”, obviamente não está em alguma mudança substancial na essência do governo da Frente Popular de colaboração de classes.
Para os Marxistas as bases materiais de sustentação de uma organização revolucionária devem ser absolutamente independentes do Estado e da classe dominante capitalista (e seus agentes políticos), desgraçadamente a cúpula revisionista do PCO desconsiderou este princípio, o “ABC” de um genuíno Partido Leninista.
O PCO tem essa conduta venal porque suas “ilusões” não estão lastreadas apenas na “confusão mental” (apesar de todos os delirium tremens do Sr. Pimenta e seu séquito familiar) mas pela sua adaptação ideológica ao PT, são produto das benesses materiais que Causa Operária foi agraciada na gestão de Dilma, seus dirigentes foram recebidos como fieis aliados no Palácio do Planalto por defender a democracia burguesa, com a legenda nacional fantasma sendo premiada com verbas do Fundo Partidário que somaram mais de 1 milhão e quinhentos mil reais em 2020.
Da “noite para o dia”, ou melhor, antes e depois de receber “ajuda” financeira do PT, o PCO passou a ver o mundo divido entre “golpistas e não golpistas”, a luta entre as classes simplesmente desapareceu da pauta programática do Sr. Pimenta, tudo se reduzia ao melhor estilo do velho “Partidão”, ao confronto entre “esquerda versus direita”, sem considerar o caráter de classe desta “esquerda”, mesmo que esteja na gerência do Estado burguês, descarregando o ônus da crise capitalista nas costas dos trabalhadores.
Não por acaso, Causa Operária que antes lançava candidaturas próprias a presidente e atacava duramente o PT, chegando a denunciar Lula como o “presidente dos banqueiros” atolado em um mar de lama de corrupção agora é parte integrante e orgânica da Frente Popular, apresentando com um símbolo de honestidade.
Como o PCO anda lançando perguntas ao vento, fazemos um desafio a seu oráculo reformista: o que teria levado Rui Pimenta a “esquecer” que antes denunciava Lula como “presidente dos banqueiros”?
Recordemos que o PCO, antiga Organização Quarta Internacional (OQI) extinta em 1996, é uma corrente de larga trajetória na esquerda brasileira em particular no movimento Trotskista quando surgiu em meados de 1978 após uma ruptura com a organização política que até hoje edita o jornal “O Trabalho”.
Esteve na fundação do PT em 1980 até ser expulsa na pugna direitista do partido após o V Encontro Nacional (1987) quando o dirigente da tendência majoritária “Articulação”, José Dirceu, impôs com apoio de Lula as teses do “New PT” (programa democrático e popular) abandonado oficialmente a defesa do socialismo e o corte classista que foi a marca da legenda nos primeiros anos de existência. Já nas eleições gerais de 1990 (governos estaduais e deputados) e as candidaturas ao parlamento da então OQI no interior do PT foram todas cassadas burocraticamente pela “Articulação”, como foi o simbólico caso da companheira fundadora da CUT, Hyrlanda Moreira, candidata a deputada federal já inscrita no TRE, que foi obrigada a renunciar sua postulação com a campanha já nas ruas de Fortaleza.
Posteriormente a expulsão do PT o setor revisionista da OQI liderado por Rui Pimenta, resolveu dissolver a organização revolucionária e registrar legalmente o PCO com uma plataforma de apologia às “instituições republicanas”, gerando a ruptura programática que deu origem a LBI. Mesmo assumindo parcialmente a estratégia “ideológica” do PT, ou seja, a defesa do regime da democracia burguesa (não confundir com a luta pelas liberdades democráticas) e o abandono da revolução e ditadura do proletariado como norte programático, o PCO se mantém como “oposição firme e intransigente” ao governo da Frente Popular de Lula, que debutava no cenário nacional em 2003.
Esta posição “crítica” em relação aos governos centrais do PT, e para sermos justos também adotada pelo PSTU e em parte pelo PSOL, se manteve até as eleições presidenciais de 2010, quando logo após o PCO resolveu dar uma guinada das mais bruscas que a história da esquerda mundial já conheceu, mas porque mesmo?
Ao passar a considerar a “democracia como um valor universal”, seguindo a trilha dos “teóricos” do PT, do tipo Francisco Weffort que acabou indo ao PSDB, o PCO deu o primeiro passo na senda de sua corrupção material e programática.
A partir deste ponto de inflexão, o PCO começa a aceitar a “generosidade” dos fundos estatais, administrados na época pelo governo do PT, até chegar no financiamento direto da Frente Popular, ora pela via dos apêndices sindicais como a burocracia da CUT, ora por parlamentares com controle do caixa petista, como o deputado Paulo Pimenta, várias vezes líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados.
Rapidamente o governo do PT, que tinha sido acusado pelo PCO de “fazer aliança criminosa com o imperialismo”, passou a ser um “governo nacionalista e anti-imperialista”...como o poeta Vinicius de Moraes um dia ironizou “ O dinheiro compra até o amor sincero”...
Mas foi mesmo na gerência estatal da petista neoliberal Dilma Rousseff que o PCO, atolou o “pé na jaca”, no curso de sua integração ao “lulopetismo”. Sob a ameaça do golpe parlamentar, o fragilizado governo de Frente Popular recém reeleito, recorreu...“pedindo ajuda” do PCO ao PP, do PCdoB até o PTB...
Partindo de Rui Pimenta e chegando a Gilberto Kassab todos se prontificaram a ajudar Dilma, cada um a seu modo e com “preços variáveis”. Logo o PCO transformou a presidenta que iniciou a “Nova Previdência” com o banqueiro neoliberal Levy comandando a economia do país, em “Dilma a heroína contra o golpe!”, justamente o PT que não organizou o movimento de massas contra a ofensiva neofascista, apostando todas as fichas no ultra corrompido Congresso Nacional.
A descaracterização do PCO como uma corrente política Trotskista, que atuou por décadas no campo da esquerda combativa, foi fulminante. A nova “teoria” adotada pelo Sr.Pimenta excluiu completamente a luta de classes, agora para o PCO só existem dois campos, os golpistas da direita e a esquerda burguesa petista, categorias programáticas como revolução socialista, Ditadura do Proletariado, luta direta da classe operária seja contra burguesia progressista ou reacionária, não existe mais no “manual” do PCO.
E o pior ainda é que para manter uma fachada de “tendência externa do PT”, o PCO passou a atacar violentamente as “traições da esquerda em geral”, com o foco obsessivo no PSTU e PSOL, omitindo descaradamente que o principal partido de esquerda no país é justamente o PT, sob a liderança máxima de Lula, o maior responsável pelo imobilismo do movimento de massas diante da ofensiva neoliberal imperialista contra os direitos históricos da classe trabalhadora.
Triste fim do PCO, hoje reduzido ao papel de “cabo eleitoral “ dos burocratas mais repugnantes da Frente Popular, como a Bebel dirigente pelega da Apeoesp, eleita deputada com o apoio do PCO, ou de Paulo Pimenta liderança do partido nos “honrados acordos” do Congresso Nacional.
Para as novas gerações de militantes revolucionários fica a tarefa de abstrair uma lição fundamental do bolchevismo: Manter vivo o Programa de Transição na perspectiva da reconstrução da IV Internacional, exige um alto grau de abnegação material e ideológica, sem buscar nenhum “atalho” de cooperação política ou financeira com o Estado Capitalista.