ESQUERDA BURGUESA EM FESTA: BANQUEIROS E EMPRESÁRIOS APOSTAM EM LULA PRESIDENTE PARA... CONTER LUTA DOS TRABALHADORES CONTRA O GRANDE CAPITAL
A esquerda burguesa no Brasil está em festa. Sua imprensa já comemora a vitória de Lula para presidente e o fato da burguesia e do imperialismo terem sinalizado apoio ao petista. Não por acaso a revista de Mino Carta escreve extasiada: “Banqueiros, gestores e empresários não acreditam mais na possibilidade do fortalecimento de uma candidatura de terceira via para as eleições presidenciais. Segundo a Folha de S. Paulo, que conversou com representantes desses grupos s sob condição de banqueiros, gestores de fundos de investimentos e líderes do agronegócio, comércio e indústria veem a disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Boa parte do grupo também demonstra favoritismo do petista, reforçando o cenário apontado em diversas pesquisas de diferentes instituições, que mostram Lula em vantagem contra o ex-capitão”. Fica evidente que a burguesia cada vez mais confia em Lula presidente para conter a luta dos trabalhadores contra o grande capital, impondo a paralisação das mobilizações populares que podem estourar como produto da crise capitalista.
Segundo a Carta Capital “O grupo também foi questionado
sobre quem seria o melhor candidato para resolver os ‘estragos na Economia’. De
acordo com os banqueiros consultados, o ex-presidente Lula ‘estaria mais apto
para construir um time no Ministério da Economia capaz de com consertar os
estragos que Bolsonaro causou’.... Avaliam que o retorno do ex-presidente ao
Poder sinalizaria ao mercado financeiro um ‘compromisso de recuperação fiscal’,
considerado positivo”. Ainda de acordo com a revista, “Entre o empresariado, o
apoio a Lula estaria mais dividido, segundo o jornal. Tanto o setor produtivo
quanto o agronegócio ainda se mantém ao lado de Bolsonaro, mas teriam
sinalizado uma mudança de lado caso o segundo turno seja contra o petista”.
A ilusão criada pelo PCO e outros satélites internos e
externos do PT, partia de um suposto tom “radical” anteriormente propalado por
Lula. Uma verdadeira falácia para qualquer pessoa atenta ao conteúdo da
proposta de Lula em recriar um novo pacto social entre a falsa burguesia
progressista e os trabalhadores. O dirigente petista já se encontra em estágio
avançado para costurar novamente os farrapos da antiga “base aliada”, em sua
esmagadora maioria convertida ao golpismo como Alckmin.
Lula e o PT não mudaram e tampouco mudarão sua estratégia
política de governar com a burguesia, mesmo tendo sido golpeado por ela, por
uma razão bem simples a luz do marxismo: O PT tem sua natureza programática
fincada na classe dominante, ou seja, é um dos partidos da burguesia nacional,
sua ala esquerda mais precisamente. Por isso a compulsão política por voltar a
reeditar o pacto social, na gerência do Estado capitalista.
Aqui não se trata de uma questão de “lealdade ou traição”, o “DNA” político do PT nada tem a ver com a classe operária, da qual é a grande referência e que também controla a quase totalidade de suas entidades. Porém entre ser a grande referência político/eleitoral e pertencer organicamente a classe operária, tem uma diferença brutal que diz respeito a escolhas de estratégia e não simplesmente a conjuntura momentânea.
O PT é um dos partidos do capital, sua existência política está a serviço de administrar seu Estado, tentando impulsionar sua agenda de neodesenvolvimento econômico, quando a situação do mercado mundial permita este tipo de gestão “progressista”.
O discurso de Lula sintetiza o sonho de voltar a governar para e com a burguesia não se dissipou para o PT, apesar de todas as trágicas lições que a história deixou, e que amargamente é o proletariado quem “paga a conta” da tragédia política, social e econômica que atravessa o Brasil.