sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

UCRÂNIA, ESTOPIM PARA DEFLAGRAR UMA GUERRA MUNDIAL? AS PROVOCAÇÕES IMPERIALISTAS SÃO CONSEQUÊNCIAS DA INFERIORIDADE MILITAR DA OTAN DIANTE DA RÚSSIA

Em 2002, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do “Tratado ABM” (mísseis balísticos), concebido durante a Guerra Fria (1972) para garantir o equilíbrio estratégico entre as duas potências mundiais, ou seja, a URSS e o imperialismo ianque. A iniciativa de Bush pretendia eliminar a capacidade da Rússia de impedir um primeiro ataque nuclear. Os Estados Unidos preparavam uma guerra preventiva contra a Rússia, e às vezes bastava ameaçar para vencer. Quando Putin chegou ao poder em 1999, os Estados Unidos ficaram sem chance de aproveitar os vastos recursos energéticos e minerais da Rússia, como estava ocorrendo com o governo Yeltsin. Putin purgou completamente o aparato político e militar da Rússia e as tentativas de desestabilização, especialmente no Cáucaso, falharam.

Os imperialistas não conseguiram enfraquecer a Rússia por dentro, particularmente sua poderosa, indústria armamentista e tiveram que mudar seus planos militares, admitir novos membros na OTAN, construir infra-estrutura perto das fronteiras russas, implantar sistemas de armas... As advertências da Rússia foram jogadas no lixo. O Pentágono contava que a Rússia nunca os alcançaria.

Mas aconteceu o contrário. A Rússia não só modernizou seu exército, pioneiro nas armas hipersônicas, mas também mudou sua estratégia militar e diplomática, especialmente no que diz respeito à guerra eletrônica, capaz de neutralizar qualquer tipo de comunicação da OTAN. O primeiro alerta veio em agosto de 2013, quando dois mísseis disparados de uma base da OTAN na Espanha foram interceptados por navios russos no leste do Mediterrâneo.

A segunda veio um ano depois, com a anexação da Crimeia, com amplo apoio de sua população de língua russa, um caso clássico de implantação de relâmpagos, que foi seguido pelo estabelecimento de bolhas de negação de acesso no Mar Negro, neutralizando as comunicações da OTAN.

A intervenção de Moscou na Guerra da Síria foi mais um golpe nos planos imperialistas, que não conseguiram atingir nenhum dos objetivos que perseguiam desde 2011. O regime nacionalista burguês de Assad resistiu às investidas de todos os grupos muçulmanos terroristas, bancados diretamente pelo enclave sionista de Israel.

A única opção que resta para os militares dos EUA ganharem alguma vantagem tática é aproximar seus sistemas de armas o mais próximo possível de suas fronteiras para reduzir o tempo de reação das defesas russas, que atualmente seria de três a cinco minutos no máximo.

Os militares russos conseguiram dominar todas as quatro dimensões da guerra: terra, mar, céu e ciberespaço. Hoje, os militares russos são tecnicamente muito mais avançados do que qualquer um de seus oponentes, embora isso não seja suficiente para vencer uma guerra. Os testes realizados pelo Pentágono mostraram que seus sistemas de ataque não são capazes de penetrar nas defesas russas. Mesmo os antigos SS-200 atualizados provaram sua capacidade de interceptar mísseis de cruzeiro fabricados nos EUA.

O Kremlin se opõe fortemente a militarização de suas fronteiras, promovida pela OTAN, com a aquiescência dos governos títeres da Casa Branca. Este movimento explica a tentativa de desestabilização da Bielorrússia, e mais recentemente no Cazaquistão. Porém a ofensiva próxima à Ucrânia, a escalada de armas nas fronteiras, bem como o posicionamento de navios de guerra da OTAN no Mar Negro são o epicentro de um perigoso conflito que facilmente pode desatar uma Nova Guerra Mundial.