quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

CAIXA COMEMORA 161 ANOS DE FUNDAÇÃO SOB PROFUNDO ATAQUE PRIVATISTA DO GOVERNO BOLSONARO: ROMPER COM A PARALISIA DA CONTRAF-CUT/CTB PARA DEFENDER A CEF SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES! 

A CAIXA completa 161 anos de rapinagem estatal em favor do grande capital e de ataque às condições de vida e trabalho do funcionalismo, principal responsável pelos crescentes lucros da instituição. O governo neofascista de Bolsonaro utiliza-se da pandemia para presentear o capital financeiro e continuar com o processo da privatização fatiada da CAIXA (Lotex, cartões, seguradora, loterias, etc.) e submeter seu funcionalismo a mais completa desmoralização e subserviência como fez o presidente da instituição, Pedro Guimarães, assediando e humilhando gestores na vexatória festa de fim de ano. Desse modo, a precarização de serviços, a reestrututração, o enxugamento de pessoal com demissões têm como alvo o desmonte das estatais.

No entanto, a história do funcionalismo combativo da Caixa é produto de muita resistência, luta e greves heroicas em defesa de direitos e conquistas sociais, em oposição aos diversos governos burgueses tanto de esquerda como de direita, todos a serviço do capital financeiro. Não se confunde com a podridão institucional daqueles que se beneficiam e promovem desmandos administrativos, escândalos de corrupção, perseguições políticas, assédio moral, arrocho salarial e pacotes privatizantes.

Se a pandemia do Coronavírus tem servido ao governo de direita do Bolsonaro para intensificar os ataques às conquistas históricas dos trabalhadores com suas reformas neoliberais, é preciso admitir que os profissionais da conciliação de classes como a burocracia dirigente da Contraf-CUT/CTB são incapazes de oferecer qualquer resistência real a essa ofensiva reacionária de privatizações das estatais e retirada de direitos. Com a pandemia, essa burocracia traidora turbinou seu arsenal de manobras e recursos para sabotar a unificação das mobilizações e das greves, impedir a participação dos trabalhadores, cassar a democracia nas farsescas instâncias decisórias. Fechou os sindicatos e decretaram que nada mais é presencial. Tudo é virtual: plenárias, assembleias, eleições, mudanças estatutárias antidemocráticas, congressos, encontros, reuniões! Até a indignação é midiática e demagógica, tornando-se uma verdadeira autodefesa da burocracia para imunizar-se contra o vírus da luta e fugir do controle e pressão da categoria. Tudo combinado com uma atmosfera política de profunda prostração e covardia das direções diante desses da ofensiva reacionária no país.

Na verdade, a paralisia da CUT/CTB é apenas o reflexo do grau de integração desses setores ao Estado burguês, motivo pelo qual são incapazes de unificar e centralizar de forma independente as iniciativas dispersas dos trabalhadores, colaborando com os violentos ataques do fascista Bolsonaro e do imperialismo que aniquilam as mais elementares conquistas sem nenhum sinal de resistência real. É preciso que os trabalhadores rompam com a orientação reformista da CUT/CTB que colocam-se como meros conselheiros dos capitalistas democráticos e moralizadores do Estado burguês, esperando que uma cédula eleitoral garanta nossas conquistas.

Defendemos que para manter a caixa 100% pública é preciso, primeiro, uma clara delimitação programática que resgate, por exemplo, a bandeira histórica, abandonada por essa burocracia traidora, de defesa do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, única garantia contra o parasitismo financeiro. A defesa das estatais é fundamental para uma efetiva independência nacional que não será conquistada nos marcos de um controle capitalista (controle social) da empresa ou por seu “papel social”, nem do próprio Estado burguês.

Diante da privatização fatiada da Caixa, o conjunto das direções sindicais não organizam nacional e unificadamente a resistência dos trabalhadores aos ataques da direita fascista e suas reformas neoliberais. Afinal, a Caixa não é do trabalhador, portanto não é nossa É deles! Sendo uma Estatal está sob o controle do Estado deles (burguês) a serviço do capital financeiro e do mercado, servindo para financiar os empreendimentos capitalistas!

Aqueles que reivindicam a defesa das estatais em nome de seu papel “social” como pelo fato da Caixa gerir serviços e produtos de caráter social e público prestado à população como PIS, FGTS, financiamento da casa própria, poupança, penhor, programas sociais como auxílio emergencial, Bolsa Família, seguro-desemprego, etc. apenas camuflam e retiram o caráter de classe (burguês) desse papel “social” que é o financiamento da propriedade privada capitalista. Por isso, a defesa da não privatização, pura e simplesmente, não elimina a sua função de instrumento do grande capital.

É preciso que os trabalhadores rompam com a orientação reformista da CUT/CTB que colocam-se como meros conselheiros dos capitalistas democráticos e moralizadores do Estado burguês. Somente organizados a partir de uma política de independência de classes é que os trabalhadores poderão construir um polo de resistência aos ataques do governo e à paralisia das direções sindicais, capaz de unificar as lutas para derrotar essa ofensiva reacionária da direita. Nesse sentido, é preciso convocar um Encontro Nacional de Base dos Bancos Públicos presencial, amplo e democrático, para aprovar um plano de lutas unitário e os próprios métodos históricos de combate para a defesa do emprego e das estatais do ponto de vista da independência de classe e que seja capaz de pôr abaixo o governo do fascista Bolsonaro e seus ataques às condições de vida e trabalho da classe trabalhadora. 

MOB - MOVIMENTO OPOSIÇÃO BANCÁRIA