segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

WASHINGTON, ASSIM COMO A VELHA ROMA NÃO PAGA TRAIDORES: MERCENÁRIOS COLOMBIANOS, CONTRATADOS PELO PENTÁGONO, PROTESTAM EM MIAMI POR SEUS SALÁRIOS

Os mercenários colombianos combatentes nas guerras no Iraque e no Afeganistão pedem que o governo dos Estados Unidos os reconheçam como veteranos. Os milicianos latino-americanos, que já combateram contra as FARC e o regime Chavista na Venezuela, estão protestando há vários dias em Miami porque consideram que não eram simples “guardas de segurança” das forças imperialistas, mas soldados e, portanto, pedem para serem considerados pelo Pentágono.

A maioria deles são ex-soldados de forças regulares em seus países e que foram usados ​​pelos EUA como mão de obra barata em conflitos no Oriente Médio, principalmente nas guerras do Iraque, Líbia e do Afeganistão. Eles estão “surpresos” por terem sido usados ​​pelos militares dos EUA como bucha de canhão contra o Talibã e agora foram dispensados sem nenhum seguro social e com salários atrasados.

É o caso de Francisco Landínez, ex-militar colombiano que foi para o Afeganistão contratado por uma empresa de segurança privada que prolifera desde a presidência de George Bush, com a “Blackwater” como aríete: "Vêem você como se você fosse lixo , a vida não é considerada, como se não fosse um ser humano, como se fosse um cachorro, chamamos essas posições de casa do cachorro porque era isso. Tenho experiência de guerra na Colômbia, estive em lugares hostis como Toribio, Cauca, e enfrentei a sexta frente das FARC e na realidade nunca tinha visto nada assim.  Eu nunca fui treinado para ser bucha de canhão ou para estar lá fora esperando por um inimigo muito mais avançado ou mais forte ou mais bem armado e em termos de força de infantaria."

A privatização da guerra teve seu maior desenvolvimento no Afeganistão. De acordo com um estudo da Brown University, mais de 3.900 mercenários foram mortos no Afeganistão, muitos dos quais não norte-americanos. O Pentágono referiu-se a contratação de mercenários estrangeiros para empresas de segurança como algo comum e generalizado.

Para o presidente da Associação de Militares Aposentados da Colômbia, John Marulanda: “É uma indústria que se move em todo o mundo, especialmente com aplicação em países ou regiões com situações críticas de segurança. É uma indústria que contrata especialistas ou conhecedores de questões de segurança que geralmente são militares e policiais, embora não exclusivamente”.

Os milicianos fardados pela CIA, rejeitam a denominação de mercenários, o que os colocaria ilegalmente segundo a regulação da ONU, e se definem como "ex-militares contratados por empresas ianques de segurança". Eles pedem em Miami para ter residência legal nos Estados Unidos e alguma compensação monetária.

Washington tem processos judiciais de longa data sobre o abandono de seus próprios veteranos norte-americanos das guerras da Coréia e do Vietnã. Os novos protestos dos colombianos não têm sequer um interlocutor nacional que os ouça. Seus ex-empreiteiros ianques desapareceram todos, confirmando a antiga máxima: Roma não paga a traidores, ou melhor Washington não paga a mercenários latino-americanos…