quinta-feira, 8 de julho de 2021

ATAQUE AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS: PF COMPRA SISTEMA COM ARMAZENAMENTO BIOMÉTRICO E LEITURA FACIAL PARA AMPLIAR REPRESSÃO

O diretor geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino, assinou um contrato milionário para aquisição de novas ferramentas de tecnologia de monitoramento facial e de identificação biométrica para ampliar a repressão estatal. O chamado de Abis (Solução Automatizada de Identificação Biométrica) foi adquirido junto aos governos e empresas privadas dos EUA e Israel, permitido realizar a identificação de pessoas, bem como o armazenamento biométrico e facial dos cidadãos brasileiros. Registre-se que o “cadastro” será um verdadeiro banco de dados controlado pela PF para monitorar e caçar a esquerda revolucionária e a militância política.

O novo sistema entra em funcionamento já com um banco de dados com cerca de 22 milhões de cadastros. Essas informações constam no antigo sistema que será descomissionado, o Afis (Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais), utilizado pela corporação há mais de 16 anos e referência internacional na identificação de digitais, sejam elas em cenas de crime ou na procura de pessoas desaparecidas. Junto ao novo sistema, a Polícia Federal também vai investir na atualização dos equipamentos para o cadastro de dados biométricos e coleta de amostras forenses ou que sejam de interesse para investigações. 

O sistema Abis oferece, com exatidão, cruzamento de dados, consultas de impressões digitais e até mesmo reconhecimento facial. A capacidade inicial é de 50,2 milhões de cadastros únicos, mas pode ser expandida para identificar os dados de até 200 milhões de brasileiros

O processo de atualização digital tem por objetivo criar um banco de impressões digitais totalmente unificado, que compartilhe os dados já existentes entre as secretarias de Segurança Pública, em parceria com a Polícia Federal, com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

O anúncio surge em um momento no qual sistemas de reconhecimento facial têm sua aplicação questionada no mundo. Várias entidades de defesa das liberdades democrárticas propõem que essa tecnologia seja totalmente banida, já que compromete o direito das pessoas ao anonimato e amplia a repressão estatal e perseguição política.