sábado, 3 de julho de 2021

REUNIÃO DO GRUPO “DERRUBANDO MUROS”: PT E LULA COSTURAM ALIANÇA COM A DIREITA E O CENTRO BURGUÊS PARA 2022, CONVIDANDO-OS PARA ENGROSSAR O 3J

Um grupo de WhatsApp chamado “Derrubando Muros” debateu por quase duas horas na tarde de ontem (02.07). Discutiu-se “a necessidade de união das forças políticas que queiram derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano que vem”. O grupo está ativo há mais de três meses. Dele fazem parte o governador João Doria (PSDB-SP), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o empresário João Amoedo (Novo) e Roberto Freire, presidente do Cidadania, entre outros. A novidade foi o ingresso de três novos nomes: Gilberto Kassab, presidente do PSD, Carlos Lupi, presidente do PDT, e Fernando Haddad, ex-candidato do PT a presidente em 2018. Kassab disse que o mais importante será dar um jeito de o país livrar-se do risco da reeleição de Bolsonaro. Lupi concordou. Haddad foi além: disse que um candidato de centro e um de esquerda poderão vencer Bolsonaro ainda no primeiro turno. Trata-se de mais um instrumento político para o PT e Lula costurarem as alianças burguesas para 2022, inclusive com o PT convidando os presentes a participar das manifestações do 3J.

A Frente Ampla burguesa comandada por Lula deve compor palanques "ecléticos" nos estados tendo aliados estratégicos o PSB golpista na centro-esquerda, agora fortalecido com Freixo e Flávio Dino e com o PSD do “Centrão” fisiológico burguês sob o comando do reacionário Kassab, na centro-direita. 

No Rio, Marcelo Freixo no PSB será candidato a governador. Lula tenta levar o PSD (agora sob comando de Eduardo Paes) para a aliança, mas o prefeito não vem avançando nesta direção. Já em Minas, a frente burguesa deve ser liderada pelo atual prefeito de BH, o reacionário Alexandre Kalil (PSD).

O partido de Lula teria candidatos próprios apenas em três estados do Nordeste que já governa (Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí), além do Espírito Santo (com o nome do recém filiado Fabiano Contarato). No Ceará, o PT é controlado por Ciro Gomes. No Maranhão, quem comanda o jogo é Flávio Dino, que vai para o PSB e pode ser vice de Lula. Em Pernambuco, o PT vai apoiar o PSB. 

Na região Norte, a frente de Lula será ainda mais “ampla”, com canalhas corruptos como Elder Barbalho (MDB-PA) e Omar Aziz (PSD-AM), o fanfarrão presidente da CPI e contando com a força de lideranças oportunistas como Randolfe (Rede-AP) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), prefeito de Belém. 

A regra de Lula para garantir o apoio das legendas burguesas é, em geral, é ceder espaço aos aliados nos Estados, e construir alianças ao centro: com o MDB de Renan (AL) e Requião (PR), mas principalmente com o PSD. O partido de Kassab terá papel decisivo nessa articulação burguesa. 

Lula propõe que os capitalistas deixem de apoiar o governo neoliberal de Bolsonaro e apresenta seu nome para ser novamente o gerente do comitê de negócios da burguesia em 2022 ancorado em uma frente ampla que vai do PCO, PSOL, passando pelo PT, PCdoB, PSB, Rede até o MDB, PSD e Cidadania...