domingo, 10 de outubro de 2021

INFLAÇÃO DE SETEMBRO BATE RECORDE DE 26 ANOS: BUROCRACIA SINDICAL DA CUT/CTB/CONLUTAS PERMANECE INERTE, FOCADA NA CAMPANHA DE LULA, COM A MAQUIAGEM É CLARO DO “FORA BOLSONARO”

A inflação de setembro bateu recorde histórico recente, atingindo a marca 10,25%, a maior taxa desde 1994, ano de lançamento do famigerado Plano Real. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado na manhã da última sexta-feira (08/10)pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o avanço nos preços gerais foi de 1,16% em setembro, contra 0,87% em agosto. Mais uma vez a gasolina, botijão de gás e energia elétrica, sob a aquiescência da equipe econômica do rentista Paulo Guedes, encabeçam a escalada da inflação.

A inflação acumulada de 12 meses bateu pela primeira vez os dois dígitos no IPCA e o índice se distancia cada vez mais da meta estipulada pelo próprio próprio governo neofascista para a inflação, de 3,75%. Não é surpresa que a principal pressão para a inflação que há meses voltou a castigar os trabalhadores tenha ficado por conta dos preços dos produtos e serviços públicos administrados pelo governo. Existem uma série de fatores que estão por trás da alta da inflação. Ela tem sido observada, principalmente, nos itens monitorados, que são a gasolina, a energia elétrica e o gás de botijão. E tem também uma contribuição importante de alimentação e bebidas, principalmente com o aumento de preços das proteínas animais.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro. Individualmente, o maior impacto veio da energia elétrica, com alta de 6,37% no mês e de 28,82% em doze meses. Diante da incompetência de lidar com um ano de baixo abastecimento das hidrelétricas, o governo Bolsonaro estafeta das multinacionais do setor elétrico, tem regularmente lançado tarifas extras para a conta de luz, pressionando o orçamento das famílias e promovendo um racionamento forçado de energia.

A variação do preço da gasolina também ganhou ainda mais gravidade com o resultado do IPCA de setembro, acumulando em 12 meses elevação de quase 40%. A alta do mês ante agosto foi de 2,32%. O preço do etanol (+3,79%), gás veicular (+0,68%) e óleo diesel (+0,67%) também subiram, sem deixar alternativa para os consumidores.

Os seguidos aumentos dos preços dos combustíveis nas refinarias da Petrobrás, com base no mercado internacional e no dólar, (além de pesados impostos estaduais no preço final dos refinados), tem beneficiado principalmente os acionistas estrangeiros em prejuízo da indústria, do comércio e dos consumidores brasileiros. Em doze meses, a gasolina acumula alta de 39.60% e o etanol aumentou 64,77%. Bolsonaro tenta tirar “o corpo fora “ citando a escorchante parcela do ICMS que fica com os governos estaduais. Porém ambos bandos burgueses(bozo e governadores neoliberais de “esquerda”)defendem a manutenção da sociedade da estatal com o capital financeiro internacional.

Sem dar trégua, o preço do botijão de gás, após seguidas altas do gás liquefeito de petróleo nas refinarias, continuou subindo em setembro – desta vez com registro de alta de 3,91% no mês e de 34,67% em doze meses.Há ainda os reajustes aplicados pelas distribuidoras. Com isso, o preço para o consumidor final tem aumentado a cada mês. Já foram 16 altas consecutivas. Em 12 meses, o gás acumula aumentos de 34,67%”.

O custo do botijão de gás, usado nas residências, se soma à absurda e impeditiva variação de preços dos alimentos. No IPCA, a inflação do grupo Alimentos e Bebidas foi de 1,02% em setembro, com os produtos que compõem a cesta para alimentação no domicílio subindo 1,19%. Destacam-se a elevação dos preços das frutas (+5,39%), do café (+5,50%), do frango (+4,50%), batata (+6,33%) e do tomate (+5,69%). Os preços das carnes tiveram breve recuo de -0,21%, mas após 7 meses consecutivos de alta, acumulam variação 24,84% nos últimos 12 meses.

Diante de um quadro alarmante para os trabalhadores que estão empregados e desesperador para o proletariado sem ocupação e renda, as centrais sindicais dirigidas pela burocracia sindical de “esquerda”, como a CUT, CTB e CONLUTAS permanece inerte, focada exclusivamente na campanha eleitoral do retorno de Lula ao Planalto em 2022, ainda que sob a maquiagem da demagógica campanha do “Fora Bolsonaro”. É urgente a reorganização da vanguarda classista, em torno da construção de um Polo Combativo e Revolucionário para a direção das lutas que estão sendo sabotaras pela burocracia sindical em nome da “promessa eleitoral” em 2022.