AUMENTA MISÉRIA ENTRE TRABALHADORES: SALÁRIO MÍNIMO É QUASE TODO CONSUMIDO POR CESTA BÁSICA QUE SUBIU 38% EM 1 ANO
O custo médio da cesta básica, aferido pelo Dieese, aumentou em 11 capitais e caiu em seis no mês passado. Levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em julho o custo da cesta básica paulistana chegou a R$ 1.064,79.14. No acumulado do ano, apenas uma cidade não tem alta. Em 12 meses, os preços aumentam em todas, variando até 38,56%, caso de Brasília. A inflação oficial está em torno de 10% ao ano. Para comprar uma cesta, o trabalhador que ganha salário mínimo gasta mais da metade de sua renda. As maiores altas em setembro foram registradas em Brasília (3,88%). Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). Já as quedas mais intensas ocorreram em João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%). Parece impossível para uma família sobreviver nessas condições e no governo de Bolsonaro há 54 milhões de pessoas que vivem com menos que isso. Este quadro de degradação social e econômica por que passa o Brasil, massacrando o seu povo mais oprimido pelas classes dominantes, não é propriamente um “fato histórico novo” ocorrido após o golpe institucional que desembocou neste governo neofascista, porém o cenário nacional vem se agravando a cada dia com o prolongamento da recessão econômica por mais de cinco anos consecutivos. A farsa montada pela mídia corporativa, a mesma que critica as “barbaridades” do energúmeno Bolsonaro e que elogia a eficiência neoliberal da equipe econômica de Guedes, deve ser desmascarada pela ação direta da classe operária. Mas para romper a paralisia das lutas e a enganação da burguesia é necessário construir uma nova ferramenta política para a classe trabalhadora.
Na comparação com setembro de 2020, o preço médio da cesta
básica aumentou em todas as capitais. No acumulado deste ano, 16 das 17
capitais tiveram elevação, de 0,19% (Aracaju) a 13,05% (Curitiba). A exceção
foi Salvador (-0,05%). Em 12 meses, alta generalizada: de 4,25% (Salvador) a
38,56%. Depois vêm Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo
(19,54%).
A cesta mais cara foi calculada em São Paulo (R$ 673,45), enquanto a de menor custo foi a de Aracaju (R$ 454,03). Com base na primeira, o Dieese estimou em R$ 5.657,66, o salário mínimo necessário para as compras básicas de um trabalhador e sua família, ou 5,14 vezes o valor oficial (R$ 1.100). A proporção aumentou em relação a agosto (5,08).
O tempo médio para adquirir os produtos da cesta subiu para 115 horas e 2 minutos (113 horas e 49 minutos em agosto). Quem recebe o salário mínimo líquido (já descontada a Previdência) comprometeu 56,53% de sua renda para adquirir os alimentos básicos. Também mais do que no mês anterior (55,93%).
Segundo o Dieese, em setembro o preço do açúcar subiu em
todas as capitais, chegando a 11,96% em Belo Horizonte. Já o café aumentou em
16, com alta de 15,69% em Goiânia. O óleo de soja teve alta em 15 cidades e o
preço do pão francês, em 14. Manteiga (12 cidades), leite integral (11) e carne
bovina (11) também registraram aumentos na maioria dos locais. Já o preço do
feijão caiu em 13 capitais e o do arroz, em 10.