EFEITOS DA PARALISIA IMPOSTA PELA CUT E A BUROCRACIA
SINDICAL: PATRÕES ARROCHAM SALÁRIOS E IMPÕEM “REAJUSTES” ABAIXO DA INFLAÇÃO
Os patrões têm se aproveitado da paralisia imposta pela CUT e as direções sindicais para arrochar salários e elevar suas margens de lucro à custa dos trabalhadores. Em setembro, segundo o boletim Salariômetro, dois terços dos reajustes salariais negociados em convenções e acordos coletivos ficaram abaixo da inflação. O reajuste mediano foi de 8%. Já a inflação acumulada de 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou em 10,4%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). De acordo com o boletim, apenas 9,5% das negociações trabalhistas resultaram em aumentos reais (acima da inflação do período). Outras 23,5% tiveram ganhos iguais ao INPC – ou seja, apenas repuseram a inflação.
Mesmo entre os três setores que tiveram reajuste real – Gráficas e editoras, Artefatos de borracha e Organizações Não Governamentais –, o aumento acima da inflação foi de apenas 0,1%. Em contrapartida, trabalhadores de dois setores ligados à Comunicação registraram as perdas mais expressivas: Empresas jornalísticas (-9,2%) e Publicidade e Propaganda (-7,4%).
A perda salarial durante as negociações se deve a dois
fatores: a desocupação (que tira o poder de barganha do trabalhador) e a
inflação (que corrói os salários. A inflação elevada neutraliza até reajustes
salariais maiores do que o de anos anteriores.
Frente a essa realidade é preciso superar a política de paralisia
das direções sindicais e da CUT, partindo para a luta direta nas categorias que
tem data base nesses meses, colocando na ordem dia a convocação de greve para
barrar o arrocho salarial.