SOBRE “SUPER-HOMENS” E A HOMOFOBIA: NÃO A CRIMINALIZAÇÃO POR DELITO DE OPINIÃO! DEFENDAMOS O DIREITO A LIBERDADE SEXUAL NA LUTA PELAS CONQUISTAS DEMOCRÁTICAS DOS TRABALHADORES E
NÃO PAUTADOS PELO “IDENTITARISMO” DA GLOBO E DAS CLASSES DOMINANTES!
O jogador de volei Maurício Souza, agora demitido do Minas Tênis Clube, foi afastado de seu time por comentários homofóbicos contra o novo Super-Homem bissexual. Ainda que não tenhamos qualquer acordo com suas posições, o Blog da LBI é absolutamente contrário a demissão arbitrária ao atleta pela direção do Clube por ele ter publicado essa sua opinião, punição ocorrida devido a pressão dos patrocinadores, a Gerdau e Fiat, duas corporações capitalistas que são exemplos de exploração, racismo e xenofobia. Os Marxistas Leninistas, que combatem frontalmente a extrema direita neofascista, não podem apoiar as medidas draconianas do regime da democracia dos ricos contra as liberdades de opinião. Não fazemos apologia da homossexualidade, nem apontamos qualquer caráter progressista em abstrato no fato de um indivíduo ser hetero ou homossexual, lutamos sim pelo amplo direito democrático da liberdade da opção sexual e combatemos implacavelmente qualquer forma de descriminação sexual, cultural e até mesmo religiosa, apesar de nossa defesa intransigente do materialismo histórico.
Demitido do Minas Tênis Clube, banido da seleção brasileira e atacado por todos os flancos nas redes sociais pela Globo e a chamada “esquerda identitária”, Maurício Souza está sendo submetido ao crime de “delito de opinião”, sendo “cancelado” pelos que desejam impor seu ponto de vista monolítico através dos grandes meios de comunicação de massa como a Globo.
Ele está sendo punido porque criticou a nova edição da história do Super-Homem, produzida pela DC
Comics, que terá como protagonista um personagem bissexual. Os Trotskistas
rechaçam o crime de “delito de opinião” no marco do Estado burguês, ou seja,
somos totalmente contrários a censura a qualquer pessoa por expressar suas
opiniões ou pensamento no âmbito de um regime político burguês.
O Blog da LBI aproveita o debate aberto em torno do jogador Maurício “refletir” algumas questões fundamentais para a luta contra a opressão. Sem o menor compromisso de parecer “simpáticos”, nós Comunistas afirmamos que não há o menor avanço progressista e de classe nestes “novos paradigmas gays” ultrabadalados pela mídia capitalista, que servem para retardar ainda mais a luta pela verdadeira emancipação humana, destituídos de qualquer conteúdo progressista de classe que se enfrente com o regime opressor da “democracia” dos ricos.
O súbito estímulo dado pela grande mídia à "causa gay", produzindo personagens homossexuais com todo um "glamour" em novelas de grande audiência e aos super herois, corresponde a esta mesma necessidade do mercado capitalista em gerar uma nova faixa comercial de um "modo de vida", para potenciar seus negócios abalados com a crise financeira mundial.
A burguesia domesticou o movimento LGTB+, transformando-o
num estereótipo inofensivo voltado ao mercado consumidor e perfeitamente
assimilado à ordem capitalista. Aqui fica a lição para os revolucionários: os
mesmos que "lucram" com o "mercado Pink" são os que mandam
matar os homossexuais proletários.
A cultura homofóbica não mais alimentada hoje pela ideologia burguesa "moderna", corresponde a uma etapa da luta de classes onde a profunda decadência moral das elites dominantes passa a flertar com um "homossexualismo pernóstico" pequeno-burguês e carregado de profundo preconceito de classe.
Historicamente a apologia retrógrada da "cultura do homossexualismo" já foi utilizada pela classe dominante para oprimir inclusive as próprias mulheres, como ocorreu na velha Grécia escravagista e homocêntrica. Portanto, o necessário combate de classe contra a homofobia (hoje fundamentalmente concentrada no preconceito aos homossexuais pobres) não pode descambar para uma aliança policlassista com a burguesia que agora patrocina a "causa gay", como escandalosamente vem promovendo a arquirreacionária organização Globo.
Fazemos um combate de classe ao racismo, à homofobia e ao preconceito social, racial e de gênero. Nesse sentido, apoiamos as marchas e protesto pelos direitos democráticos da comunidade LGBT, usando como exemplo as manifestações que ocorreram no passado como icônico Stonewall Inn.
Nos delimitamos das paradas gay que são eventos cada vez mais exclusivamente festivos, policlassistas e que mais estão para um desfile hedonista de culto a “beleza” e ao “exótico” do que propriamente pela luta emancipatória de um setor brutalmente oprimido da sociedade.
Para se opor a essa escalada arquirreacionária contra os direitos democráticos dos explorados deve-se ter claro que ela é uma expressão da dura etapa de contrarrevolução e profunda ofensiva imperialista em curso.
Para derrotá-la faz-se necessário não ter ilusões no STF e no regime democrático burguês, o caminho é tomar as ruas em defesa dos direitos democráticos dos trabalhadores, por sua liberdade de expressão, de orientação sexual e de organização política como parte da luta pela liquidação do modo de produção capitalista tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.