sábado, 30 de outubro de 2021

REUNIÃO DO G-20: SEM A PRESENÇA DA RÚSSIA E CHINA, POTÊNCIAS IMPERIALISTAS E ALIADOS VÃO DISCUTIR APLICAÇÃO DO “CAPITALISMO VERDE” COMO PARTE DO GRANDE RESET IMPULSIONADO COM A PANDEMIA

Os líderes dos 20 países que têm as maiores economias do mundo começaram uma reunião de dois dias em Roma, na Itália, neste sábado (30). Os grandes temas desse encontro devem ser impostos, Covid-19 e aquecimento global. A expectativa é que haja discussões sobre mudanças climáticas com parte da agenda do chamado capitalismo verde e do grande reset. Os presidentes da China e da Rússia não foram presencialmente. EUA e seus sócios são porta-vozes das corporações imperialistas, transformando os bens da natureza em novas mercadorias e fontes de especulação, como os papéis de crédito de carbono, os bônus de preservação ambiental e outras falsas soluções no marco do capitalismo que não dariam respostas às necessidades sociais e ecológicas dos povos.

A Casa Branca vem tratando de reestruturar sua base econômica com projetos baseados no mercado que tem em seu DNA a necessidade de aumentar a exploração dos bens comuns dos países do Sul para produzir uma nova base tecnológica supostamente “verde”. Este caminho conduzirá inevitavelmente à destruição da humanidade e da natureza. 

É um projeto de morte, de dominação e de destruição pelas mãos do imperialismo. Somente a esquerda reformista, impregnada até a alma com a apologia do “capitalismo verde”, finge ignorar até agora o Grande Reset.

A terra, lastro do capital natural, está sendo comercializada em bolsas de valores. Tal sanha também se estende aos outros elementos da natureza, como o ar, a biodiversidade, a cultura, o carbono, patrimônios da humanidade.

Essa estratégia, por um lado, está sendo utilizado pelos donos do grande capital, receosos que fique mais evidente para a humanidade que as catástrofes ambientais não são tão naturais e sim resultado da exploração sem limites da natureza, com o objetivo de engordar seus já polpudos lucros através da cultura do consumo exagerado, imposta com sutileza às sociedades.

Por outro lado, como saída para a crise mundial por qual passa o capitalismo - agora travestido de verde - demonstrando a capacidade de reciclar-se. É nesse contexto que o capital vem apresentando, desde a Eco 92, suas propostas nas convenções do clima até agora realizadas.

O mecanismo de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD) não diminuirá a poluição. É uma farsa. Na verdade, na melhor das hipóteses, significa trocar 'seis por meia dúzia'. As empresas poluidoras dos países ricos do norte pagarão para os países do sul e continuarão a poluir. Nesse contexto, povos indígenas estão sendo assediados por ONGs a serviço das empresas do norte para que firmem contrato cedendo suas terras e florestas para a captura de CO2.

Com o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a relação com a natureza passa a ser mercantilista, ou seja, os princípios de respeito do ser humano para com a natureza passam a ter valor de mercado e medidos nas bolsas de valores. O dinheiro resolve tudo, paga tudo.

Os mecanismos do "capitalismo verde" reduzem a capacidade dos povos na gestão de suas florestas, bem como de seus territórios, que passam a ter o ônus de viabilizar compensações ambientais massivas em favor da manutenção do insustentável padrão de desenvolvimento dos países ricos - e em franco desenvolvimento, caso do próprio Brasil.

Mecanismos de compensação para captura de carbono colocam em risco a soberania nacional, através da expansão das transnacionais na consolidação do poder e controle sobre povos e governos, águas, territórios e sementes nos países do sul, além de modificar os modos de vida das comunidades locais, agora tratadas como fornecedoras de "serviços ambientais".

O G-20 deseja impor essa agenda ao Brasil e ao mundo em uma etada que o fascismo sanitário se impõe com a pandemia orquestrada pela governança global do capital financeiro.