JOHN REED... DO “MÉXICO INSURGENTE” AOS “DEZ DIAS QUE ABALARAM O MUNDO”: UM JORNALISTA-MILITANTE DA CAUSA DA REVOLUÇÃO E DO SOCIALISMO
Antes de escrever o célebre livro “Dez dias que abalaram o mundo” dedicado a narrar e analisar desde os olhos de um “jornalista engajado e militante socialista” a Revolução Bolchevique de 1917 no período em viveu em Moscou (onde morreu de tifo e está sepultado dentro do Kremlin), John Reed que nasceu em Portland, no estado de Oregon (Estados Unidos), em 22 de outubro de 1887, cobriu a chamada “Revolução Mexicana”.
Ela é a origem do seu primeiro livro, “México Insurgente” onde inaugurou o gênero das grandes coberturas com narrativa apaixonante. Ele conviveu com “Pancho” Villa durante quatro meses, como correspondente da revista Metropolitan. Era 1914 e Villa liderava o levante de camponeses, trabalhadores e peões que depois se ampliaria pelo estado de Chihuahua, região de Juarez, Jimenez, Nieves e Nogales, todo norte do país, culminando na batalha de Torreón e abrindo caminho para Cidade do México. Então, já se afigurava “não só uma revolução militar, mas uma revolução social”, escrevia Reed. A esta altura, o movimento repercutia forte, nos Estados Unidos, com a grande mídia falseando fatos para defender interesses econômicos do governo americano no México. Reed simpatizava com a luta dos revolucionários e era um crítico veemente dos lobbies milionários e de qualquer intervenção do imperialismo ianque – a qual acabou chegando mais tarde.
A série de seus artigos sobre a revolução e entrevistas com Villa foram a base do seu "México Insurgente". São importantes as anotações de Reed sobre visões de “Pancho” Villa. Por exemplo a a quase obsessão de Villa pelo tema da educação. “Em Chihuahua ele criou 50 escolas em 30 dias. Mais de 40% do orçamento do governo revolucionário era destinado à educação. Isto é a revolução.”. “E quando você envelhecer?” Perguntava Reed ao amigo entrevistado durante um encontro entre os dois que durou dias seguidos, em Chihuahua. “Villa dizia que sua ambição era a de viver numa pequena granja, trabalhando, e entre os companheiros que tanto sofreram e a quem ele queria muito. Ele desejava continuar ajudando o México a ser um lugar feliz”.
Quando voltou a Nova Iorque, John Reed percebeu que tinha uma imensa história nas mãos: a grande crônica da revolução mexicana. Fechou-se durante meses em casa e, obstinadamente, o ‘rebelde social’ escreveu seu primeiro livro.
Depois, a história da luta dos trabalhadores para se libertarem do jugo do capital e do domínio imperialista levou Reed a escrever a Revolução Bolchevique no célebre “Dez dias que abalaram o mundo”...